quarta-feira, 6 de agosto de 2014

AÉCIO NEVES DIZ QUE PRETENDE CRIAR "SUPERMINISTÉRIO" DA AGRICULTURA

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, anunciou nesta quarta-feira que, se eleito, pretende fundir os atuais ministérios da Agricultura e da Pesca em um “Superministério” da Agricultura e disse que a nova pasta terá “igualdade de condições” com o primeiro escalão do governo federal, como os ministérios da Fazenda e do Planejamento. “Criarei no primeiro dia do governo um superministério da Agricultura. Vou incluir a [Secretaria Especial de] Pesca novamente sob a alçada do Ministério da Agricultura para que a pasta possa discutir ações em igualdade de condições com a Fazenda e o Planejamento”, disse o candidato ao participar de sabatina na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.

De acordo com Aécio, a nova pasta permitirá maior independência em relação à equipe econômica e ao Banco do Brasil, instituição financeira responsável por disponibilizar recursos para o plano safra e para a agricultura familiar, e será ouvida na discussão de políticas de investimento logístico, de redução da carga tributária e de discussões orçamentárias. Sem dar detalhes, o candidato afirmou ainda haver a possibilidade de outras áreas serem integradas à pasta, mas disse não saber se o atual Ministério do Desenvolvimento Agrário será ou não incorporado ao superministério agrícola. “No meu governo, o superministério da Agricultura será decisivo na formulação de política de investimento e logística em infraestrutura. O Ministério da Agricultura vai discutir quais são os principais eixos de investimento que possam agregar competitividade para quem produz no Brasil”, disse.
A produtores agrícolas, o candidato criticou o inchaço da máquina pública e declarou que parte dos gargalos em áreas estratégicas, como a de transportes, é reflexo do aparelhamento político-partidário promovido nos últimos 12 anos de governo do PT. “É impossível que o Brasil avance no resgate da credibilidade junto a parceiros e da efetivação de obras de logística quando assistimos o Ministério dos Transportes e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) significar um instrumento de viabilização de mais tempo na propaganda eleitoral”, disse. Na reta final para a formação de alianças políticas e costura de um maior tempo de propaganda na TV, Dilma trocou o comando do Ministério dos Transportes para conter insatisfações do Partido da República (PR) e conseguir pouco mais de um minuto que a sigla detém no palanque eletrônico.
Embora sem detalhar boa parte das propostas ao setor, o tucano fez afagos ao agronegócio. Defendeu interlocução direta e políticas para garantir ganho de competitividade a produtores, ampliação da cobertura do seguro rural e, para sinalizar o “respeito à propriedade privada”, prometeu não desapropriar, por dois anos, fazendas invadidas. Disse ainda que pretende desonerar todas as exportações agropecuárias. “A produção no campo elevou o padrão de vida de milhões de brasileiros ao longo das últimas décadas. Nenhuma outra atividade fez tanto. Essa atividade vem sustentando o PIB, as contas externas e gerando milhões de empregos, em grande parte exclusivamente com base no esforço do produtor, porque não há visão estratégica do governo”, disse. “A prioridade zero do nosso governo para o conjunto da economia será declarar guerra ao Custo Brasil. O agronegócio ainda avança no Brasil e ele não vai bem por causa do governo; ele vai bem apesar do governo”, criticou.
Também sem explicar como colocaria em prática boa parte das promessas feitas durante a sabatina da CNA, o candidato garantiu que não vai contingenciar recursos destinados à defesa sanitária e disse que pretende resgatar a capacidade de pesquisa da Embrapa. O candidato, que já havia anunciado que pretende simplificar o sistema tributário nos primeiros dias de governo, afirmou que suas propostas incluem “regras claras e marcos confiáveis” e agências reguladoras “fora da cota dos amigos”. Ainda que não tenha afirmado de forma clara se pretende ou não reajustar o valor dos combustíveis, Aécio criticou subsídios dados a combustíveis fósseis e disse que pretende reorganizar o setor de etanol.

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