segunda-feira, 4 de agosto de 2014

CHEFE DA POLÍCIA FEDERAL EM SÃO PAULO CONVOCA TODO EFETIVO PARA DIZER: "A POLÍCIA FEDERAL É UMA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO, NÃO DO GOVERNO". AGORA É QUE ELE DIZ ISSO?

O delegado Roberto Troncon, superintendente regional da Polícia Federal em São Paulo, declarou nesta segunda feira, 4, que a instituição “é uma organização de Estado e não de governo”. Ele convocou todo o efetivo da corporação em São Paulo a retomar suas atividades, depois da Copa do Mundo, sem se deixar afetar pelo clima pré eleitoral. Agora é que ele diz isso, após uma década em que a Polícia Federal foi utilizada como polícia política pelo petismo. Ele propôs “uma breve reflexão” sobre o momento em que os federais se encontram: “Normalmente, em trocas de governo, grandes eleições, seja uma continuidade do governo atual, seja um outro governante em nível federal que assuma, que vença as eleições de outubro próximo, nesses períodos há muita expectativa, de modo geral, na administração pública, estadual ou federal, que é o nosso caso. Bom, haverão trocas, possivelmente, então é o momento da gente sentar e esperar o que vai acontecer”, disse, em hipótese, o superintendente da Polícia Federal". Essa fala deixa evidente que ele, os funcionários, a corporação toda, já está em processo de reposicionamento político: “Na verdade, é exatamente o contrário o que nós devemos fazer. Se a nossa instituição é uma organização de Estado, e não de governo, é uma consequência natural que essas influências de ordem política ou do período eleitoral sejam as menores possíveis". Esta última frase deve ser entendida como a ponte lançada para os novos detentores do governo. O chefe da Polícia Federal quis dizer que ele e sua corporação estão fazendo o trânsito para o outro lado. Troncon foi enfático para se apresentar aos prováveis novos detentores do Poder: “Como nos orgulhamos de dizer, e cremos nesta natureza da nossa instituição, nós não servimos a governos, nós servimos ao Estado brasileiro. Somos uma polícia republicana, de Estado. Devemos, então, retomar, e já estamos retomando, as nossas atividades ordinárias , os nossos planejamentos". Fica bem claro, parece, que ele está colocando o seu futuro na mesa. Ele advertiu que alterações no comando da instituição, se ocorrerem, são normais: “As mudanças eventuais que sucedam em 2015 de chefias, da alta chefia da administração, se ocorrerem, elas são rotineiras". Sua fala também foi um recado aos seus comandados. Ele lembrou aos federais que a rotina se mantém, seja qual for o resultado das eleições: “Na verdade, quem ocupa um cargo público de livre nomeação pode ocupa-lo por um dia apenas ou por vários anos e não é o período eleitoral que altera essa condição".

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