domingo, 24 de agosto de 2014

HOSPITAIS FILANTRÓPICOS DO RIO GRANDE DO SUL TÊM DÍVIDAS SUPERIORES A R$ 1,2 BILHÃO

Os hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul já acumulam dívidas superiores a R$ 1,2 bilhão. As 259 instituições sem fins lucrativos no Estado — sendo 14 delas santas casas — estão mergulhadas em um déficit anual de R$ 454 milhões. Situação que se repete em quase todas as unidades do país que, juntas, acumulam dívida de mais de R$ 15 bilhões. Nos últimos dias, representantes dos hospitais se reuniram em Brasília para cobrar soluções ao débito e mostrar que a saúde das instituições não vai bem. Nos hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul, 70% de todos os atendimentos são a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Em Manaus (AM), a Santa Casa foi desativada há cerca de 10 anos. Em Belo Horizonte (MG), uma UTI com 20 leitos não funciona por falta de recursos e a maternidade deve ser fechada. Em São Paulo, o pronto-socorro deixou de atender por 30 horas há algumas semanas devido à falta de materiais básicos. Já em Porto Alegre, a Santa Casa de Misericórdia precisa fazer ginástica com as contas para fechar o caixa no fim do mês. Na prática, os recursos arrecadados no atendimento de pacientes de convênios médicos servem para custear os serviços do SUS. Conforme o diretor da instituição e presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado, Julio Dornelles de Matos, a cada R$ 100,00 de custo para atender a um paciente SUS, a Santa Casa recebe R$ 68,00 de recursos públicos. Essa é uma conta mentirosa, porque deixa de considerar que os hospitais filantrópicos são isentos de impostos e contribuições. E acabam transferindo esses benefícios para os usuários de convênios.

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