segunda-feira, 18 de agosto de 2014

PAPA FRANCISCO APÓIA INTERVENÇÃO NO IRAQUE PARA SALVAR MINORIAS - É UMA ESPÉCIE DE CRUZADA

O papa Francisco afirmou nesta segunda-feira que é “justo” deter os jihadistas islâmicos que estão atacando minorias religiosas no Iraque, mas que a solução não deve ser tomada por um só país e que é necessário um esforço internacional. "Nesses casos, em que há uma agressão injusta, posso dizer somente que é legítimo parar o agressor", disse o pontífice a jornalistas a bordo de um avião, no retorno de sua viagem de cinco dias à Coréia do Sul. "Eu destaco o verbo 'parar'. Não estou dizendo 'bombardeie' ou 'faça guerra', mas 'parem' o agressor. Os meios pelos quais ele pode ser parado devem ser avaliados. Parar um agressor injusto é legítimo", disse o Papa Francisco, salientando que essa decisão não deve ser tomada isoladamente. Ou seja, seria como uma reedição de uma espécie de nova cruzada. “Uma só nação não pode julgar como se detém uma agressão. Depois da II Guerra Mundial, isto é um dever das Nações Unidas", afirmou o papa. Francisco disse também que cogitou viajar até o Curdistão iraquiano para dar seu apoio diretamente aos povos cristãos e outras comunidades religiosas que sofrem perseguição. No entanto, foi desaconselhado a fazer a viagem, porque este não "é o melhor dos momentos". Ainda assim, assegurou que eventualmente estaria disposto a viajar para essa zona para dar seu apoio aos que sofrem. Ao proclamar um califado que inclui partes do Iraque e da Síria, terroristas do grupo Estado Islâmico (EI) têm provocado a fuga de dezenas de milhares de cristãos e membros da minoria religiosa Yazidi. Na mesma conversa com jornalistas, Francisco afirmou que também renunciaria ao pontificado caso não pudesse continuar com sua missão, como fez Bento XVI. “Alguns teólogos talvez digam que não é certo, mas eu penso assim: e se sentisse que não poderia seguir adiante? Faria o mesmo. Ele abriu uma porta que é institucional, não excepcional”', disse. O papa contou que ele e Bento XVI, que renunciou em fevereiro de 2013, se encontram com certa frequência. “Antes de viajar fui visitá-lo. Duas semanas antes, ele me enviou uma carta interessante, pedindo minha opinião”, explicou. O pontífice aproveitou para confirmar que vai aos Estados Unidos em setembro de 2015, passando por Filadélfia, Washington e Nova York. Ele disse que é possível fazer uma parada no México e manifestou seu desejo de visitar a China.

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