segunda-feira, 4 de agosto de 2014

VENDA DAS PLATAFORMAS EMPERRA AS NEGOCIAÇÕES DA OSX

Uma piora no cenário de venda das plataformas da OSX emperra as negociações da empresa de construção naval com seus principais credores. A dez dias da assembléia que votará seu plano de recuperação judicial, a companhia de Eike Batista ainda tenta fechar um novo financiamento para viabilizar sua reestruturação, em troca de benefícios aos que assumirem o risco. A perspectiva de obter menos dinheiro para antecipar pagamentos, entretanto, dificultou o acordo. A expectativa é que o plano não seja aprovado no dia 14 e que os credores suspendam os trabalhos a fim de ganhar tempo nas negociações. O melhor quadro traçado por avaliadores independentes indicava que a companhia poderia levantar US$ 2,35 bilhões (R$ 5,3 bilhões) com a venda das plataformas de petróleo OSX-1, OSX-2 e OSX-3. Ao longo das negociações com potenciais compradores nos últimos meses, entretanto, esse valor se mostrou inatingível. A depreciação é um reflexo da crise de credibilidade do grupo OSX. Os sindicatos de bancos e "bondholders" estrangeiros que financiaram a construção das plataformas terão preferência no recebimento dos recursos obtidos com a alienação das plataformas. A dívida com essas instituições é de cerca de US$ 1,2 bilhão (R$ 2,7 bilhões). Descontados esses pagamentos, o excedente será usado para antecipar o pagamento de parte das dívidas com os demais credores, dando preferência àqueles que aceitarem injetar dinheiro novo para desenvolver a Unidade de Construção Naval do Açu, em São João da Barra, litoral norte do Rio de Janeiro. O problema é que vendendo as plataformas por um valor bem abaixo do esperado sobrará muito pouco para pagar os credores brasileiros, com quem busca os novos recursos. O grupo com que a OSX negocia o novo aporte é formado por Prumo (ex-LLX), Caixa Econômica Federal, Votorantim, Santander e a fornecedora Acciona. Juntos, têm cerca de R$ 2 bilhões em créditos a receber. Sem poder contar com o dinheiro vindo das plataformas, travam uma queda de braço em torno da receita com a operação do Açu. A moeda de troca na negociação de um novo aporte de capital na OSX é justamente acelerar o pagamento de quem assumir um maior risco na reestruturação. A proposta do plano de recuperação apresentado em maio é pagar as dívidas do grupo OSX em até 25 anos, um prazo muito longo. Pelo acordo que se desenha agora, quem financiar um maior valor nessa etapa receberá seus créditos na frente e num porcentual proporcional ao montante aportado. Diante da disputa acirrada, porém, há expectativa real de que a assembleia não se resolva na primeira chamada, no dia 14.

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