sábado, 13 de setembro de 2014

Líder do PMDB vende ações de empresa envolvida em fraude

O líder do PMDB no Senado e candidato ao governo do Ceará, Eunício Oliveira (CE), vendeu a participação de 50% que tinha na companhia privada Manchester Serviços Ltda., equivalente a R$ 1 milhão em capital. A informação consta na declaração de bens do candidato ao Tribunal Superior Eleitoral e foi confirmada por ele nesta semana. Eunício negou que a venda da participação, em dezembro de 2011, tenha a ver com as denúncias envolvendo a empresa e a Petrobras. Em julho de 2011, o jornal O Estado de S. Paulo revelou, em uma série de reportagens, que a Manchester era acusada de fraudar uma concorrência no valor de R$ 366 milhões com a Petrobras e de receber R$ 69 milhões da estatal em contratos sem licitação (em valores atualizados pelo IPCA). A denúncia mostrava que, além dos contratos sem licitação, a empresa da qual Eunício era sócio soube com antecedência, de dentro da estatal, a relação de seus concorrentes na disputa por um contrato na área de consultoria e gestão empresarial e, de posse dessas informações, procurou empresas para ganhar a concorrência. "Vendi porque fiz a opção de passar a investir em imóveis, que exige menos tempo", afirmou Eunício. Ele disse não saber os nomes das pessoas para quem vendeu as ações. De acordo com a administração da Manchester, a venda foi feita a "sócios remanescentes", sem especificar nomes. O peemedebista ressaltou ainda que estava afastado do comando de todas as companhias das quais era sócio desde 1998, quando se elegeu deputado federal pela primeira vez, para se dedicar exclusivamente à política. A pedido do Ministério Público, o Tribunal de Contas da União abriu processo para investigar o caso. Em julho deste ano, acórdão da Corte considerou improcedente representação do Ministério Público, alegando que os contratos "emergenciais" e aditivos da Petrobras com a Manchester foram necessários por causa dos problemas da companhia que prestava os serviços. Segundo o documento, a Manchester tinha sido a terceira colocada na licitação inicial e foi contratada temporariamente, pois os preços ofertados estavam dentro da estimativa da estatal e a empresa tinha experiência.

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