terça-feira, 30 de setembro de 2014

Marina Silva cai e PT já pensa em Aécio Neves no segundo turno

Embora ainda seja considerada uma hipótese pouco provável, a campanha da presidente Dilma Rousseff voltou a trabalhar com a possibilidade de enfrentar o senador Aécio Neves (PSDB) no segundo turno. Esse cenário estava praticamente descartado pelo comitê de Dilma nas últimas semanas, mas os articuladores da presidente acreditam que a ex-ministra Marina Silva (PSB), segunda colocada nas pesquisas de intenção de voto, está passando por um processo acelerado de "desidratação", o que poderia abrir espaço para uma recuperação de Aécio Neves na reta final da eleição. Eles consideram que o tucano, embora não tenha conseguido ultrapassar até o momento o patamar dos 20% da preferência do eleitorado, teria como galgar votos de última hora por ter uma estrutura partidária mais sólida do que a da ex-ministra. Isso levaria os petistas a retomar a estratégia inicial que vinha sendo adotada até a morte, em agosto, do então candidato do PSB, Eduardo Campos: apostar na comparação dos governos de Dilma e do ex-presidente e alcaguete Lula (ele delatava companheiros para o Dops paulista durante a ditadura militar, conforme Romeu Tuma Jr.) com os oito anos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Como já estávamos prontos para enfrentar o PSDB, não temos problemas", afirma o senador Jorge Viana (PT), coordenador da campanha de Dilma no Acre. A idéia de ter mais uma eleição decidida com base na polarização com os tucanos agrada o senador. "Sempre defendi ser o Aécio o melhor adversário (num segundo turno). É mais perceptível e o eleitor trabalharia com mais tranquilidade", conclui. Apesar de Marina Silva perder força nas últimas sondagens eleitorais, os petistas alegam que, pelo cenário atual, o mais provável é que ela passe para a próxima etapa da eleição. O senador Humberto Costa argumenta que os votos que Marina vêm perdendo nas pesquisas eleitorais não estão migrando para Aécio. "Ele teve um crescimento mais para voo de galinha", diz. Com a presidente consolidada em primeiro lugar nas pesquisas, a campanha de Dilma já prepara munição para o segundo turno. A avaliação é que os ataques desferidos contra Marina Silva surtiram efeito e foram eficazes para abrir uma vantagem sobre a ex-ministra.

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