terça-feira, 9 de setembro de 2014

PASSAGENS AÉREAS PARA ASSESSORES DE SENADORES FORAM PAGAS POR YOUSSEF

Durante as investigações sobre a operação Lava-Jato a Polícia Federal encontrou o recibo da compra de bilhetes aéreos, ida e volta, no valor de R$ 3.543,25 da companhia TAM. As passagens foram pagas pelo doleiro Alberto Youssef para os assessores dos senadores Cicero Lucena (PSDB-PB) e Ciro Nogueira (PP-PI) de Brasília para São Paulo. Esse é o primeiro documento que mostra a ligação entre os gabinetes de parlamentares e Youssef. No dia 4 de janeiro de 2012 os assessores Luiz Paulo Gonçalves de Oliveira e Mauro Conde Soares saíram de Brasília com destino a São Paulo, desembarcaram no aeroporto de Congonhas e retornaram a capital federal no mesmo dia. O boleto foi faturado pela Arbor Contábil, empresa da contadora do doleiro, Meire Poza. Ambos deixaram, com pessoas de confiança do doleiro, cartões de visita timbrados com a logotipia do Senado Federal e os contatos dos senadores. Os dois assessores eram da área de Orçamento e auxiliam os senadores quanto à aplicação de recursos para obras e projetos. Após a denúncia o senador Ciro Nogueira (PP-PI) demitiu o assessor Mauro Conde Soares que admitiu ter viajado sem o conhecimento do senador. “Eu viajei e não conversei com o senador sobre isso. Assumo meu erro. Eles tinham interesse no fundo de pensão do Tocantins. Eu tinha trabalhado para um senador de lá antes do gabinete do Ciro”. O senador se diz chocado com essa história e pediu a Polícia Federal que todas as informações com seu nome, se tornem públicas. O senador Cícero Lucena e seu assessor Luiz Paulo Gonçalves de Oliveira, que trabalha com Lucena há oito anos, ainda não comentaram o caso. O senador Lucena está voltando de uma viagem oficial para Cuba e o assessor não foi localizado. Para os investigadores, a movimentação tem outra explicação. Os dois assessores foram à capital paulista tratar de um fundo de investimentos criado por Youssef. Segundo as investigações, havia um acordo com políticos que receberiam 10% de comissão se conseguissem que fundos de pensão de prefeituras e Estados colocassem dinheiro num fundo de investimentos da empresa Marsans Brasil, em nome do doleiro. O nome do senador Ciro Nogueira foi citado na revista Veja do final de semana como um dos políticos que se beneficiaram de um esquema de corrupção na Petrobrás. O jornal O Estado de S. Paulo revelou que empresas pagavam 3% de propina a políticos em troca de contratos com a empresa na área de Paulo Roberto Costa, que chefiava o esquema com Youssef. Lucena recebeu R$ 25 mil de doação na última eleição de uma empresa de Youssef.

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