domingo, 28 de setembro de 2014

Ricardo Teixeira faz acordo financeiro e corta vínculos com a Fifa

Em um esforço para se afastar da Fifa e evitar um possível processo, o brasileiro Ricardo Teixeira rompeu com todos os vínculos financeiros com a entidade. O ex-presidente da CBF era membro do Comitê Executivo da Fifa até 2012, o que lhe dava direitos a receber uma aposentadoria até o ano de 2030. Mas um acordo foi fechado, fazendo com que ele recebesse um pacote de benefícios em uma só parcela milionária. "Teixeira faz parte do passado", declarou o chefe do Comitê de Auditoria da Fifa, Domenico Scala, que confirmou a "bolada" recebida pelo brasileiro. Ele, porém, não aceitou revelar o valor. Pelas regras da entidade, todos os cartolas têm o direito de receber a aposentadoria. Em 2013, o brasileiro teria, em tese, uma pensão da Fifa de cerca de R$ 60 mil, valor que entraria em sua conta até ele completar 82 anos. O dinheiro é considerado uma retribuição aos serviços prestados ao futebol. A Fifa reservou US$ 16,8 milhões para as pensões dos 24 membros de seu Comitê Executivo, um "pé de meia" que eles mesmos criaram em 2005. Com o corte de todos os vínculos com a Fifa, Ricardo Teixeira tenta se afastar de qualquer processo legal na entidade. Pelo seu estatuto, a Fifa apenas pode julgar e punir quem mantém algum vínculo com a entidade. No caso da investigação sobre os votos dados ao Catar para receber a Copa do Mundo de 2022, Ricardo Teixeira faz parte do informe de 200 mil páginas. Ele foi um dos que deu seu apoio à candidatura do país árabe. Mas uma eventual punição pode ser comprometida pelo fato de ele ter se afastado da Fifa e nem mais estar recebendo aposentadoria. Isso não significa, porém, que uma ação não possa ser tomada. Ricardo Teixeira deixou a CBF e a Fifa em março de 2012, diante dos escândalos que se acumulavam. Alguns meses depois, a entidade com sede em Zurique chegou a tornar público documentos da Justiça da Suíça que comprovavam que o cartola brasileiro havia fraudado a Fifa e recebido propinas no valor de R$ 45 milhões durante anos. Além dele, o também brasileiro João Havelange, que já foi presidente da Fifa, estava envolvido no escândalo de corrupção. Mas nem a Fifa e nem seu presidente, Joseph Blatter, jamais tomaram qualquer ação em relação a Ricardo Teixeira e Havelange.

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