sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Acuada pelo petrolão, Dilma sobe o tom: "Denúncias são golpe da oposição"

As revelações de que a Petrobras era usada para abastecer o caixa do PT, PP e PMDB fizeram a presidente Dilma Rousseff subir o tom em defesa de seu governo – e nos ataques à oposição. Nesta sexta-feira, após uma caminhada em Canoas (RS), a petista associou as denúncias recentes a uma tentativa de "golpe" – embora as confissões tenham partido de um ex-diretor nomeado pelo PT para uma diretoria importante da estatal, Paulo Roberto Costa. "Na véspera eleitoral eles sempre querem dar um golpe. E estão dando um golpe. Esse golpe, nós não podemos concordar com ele", disse ela. A presidente petista, com sua sutileza búlgara, também acusou os tucanos de serem lenientes com a corrupção: "Eles jamais investigaram, jamais puniram, jamais procuraram acabar com esse crime horrível", afirmou, insistindo que os escândalos de seu governo são uma prova de que o PT não acoberta desvios. "Eles aparelharam a Polícia Federal. Por isso a Polícia Federal investigou pouco, descobriu pouco, prendeu pouco e condenou muito pouco. Nós, não. Nós investigamos, prendemos e punimos", disse Dilma. Mais cedo, a presidente insinuou que a divulgação dos depoimentos de Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, alvos da Operação Lava Jato, teve fins eleitorais. A presidente também acusou os tucanos de destilarem "ódio": "Eles destilam ódio, eles destilam mentiras, nós temos de responder com a verdade e a esperança. Diante da urna nós votamos com a consciência, paz e amor no coração". O discurso da presidente foi feito logo após ela percorrer, em carro aberto, um trecho de aproximadamente 700 metros no bairro popular de Guajuviras, em Canoas. Ela estava ao lado do candidato a governador pelo PT, o peremptório "grilo falante" Tarso Genro. Centenas de militantes, a pé, acompanharam a dupla, a maioria de CCs da prefeitura de Canoas, comandada pelo petista Jairo Jorge, que liberou os funcionários com a obrigação de participação na caminhada.

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