domingo, 12 de outubro de 2014

Aécio Neves evita concessões a Marina Silva e diz que aliança deve ser feita com base no "essencial"

Em resposta à carta divulgada por Marina Silva (PSB), na qual diz que só manifestará apoio formal a Aécio Neves (PSDB) se ele se comprometer com algumas de suas bandeiras, o candidato tucano à Presidência indicou que não abrirá mão da proposta de redução da maioridade penal em casos de crimes graves. O tucano afirmou que uma aliança deve ser feita tendo como base "o essencial". "O caso não é de abrir mão de propostas. É de aprimorarmos. Se formos reconstruir o projeto desde o início, não estamos fazendo uma aliança. Aliança tem que acontecer em torno do essencial. O essencial hoje é a mudança. E eu, pela vontade de grande parte dos brasileiros, tenho a responsabilidade de conduzir essa mudança", disse Aécio Neves. Sobre a defesa da redução da maioridade penal, o candidato disse que a alteração atingiria apenas 1% das infrações cometidas por jovens entre 16 e 18 anos. Contudo, afirmou ver mais convergências do que divergências entre seu plano de governo e o de Marina Silva: "Nosso programa tem muita inserção social, educação e sustentabilidade. Mas, quando se busca um apoio, isso não pode nos levar a abdicar daquilo que acreditamos que seja essencial para o País". Aécio Neves comparou a expectativa de apoio de Marina Silva ao contexto político que culminou com a eleição de seu avô, Tancredo Neves, à Presidência em 1985 – ele morreu antes de tomar posse. "As mudanças não são uniformes. As pessoas que esperam mudanças se distinguem em determinados aspectos ou temas. Mas a união no segundo turno é para um objetivo maior. Na articulação em torno de Tancredo Neves, havia desde partidos comunistas à frente liberal, considerados por alguns de direita conservadora. Fizeram isso porque Tancredo representava a possibilidade de reencontrarmos a democracia no Brasil. Uma aliança no segundo turno é para um governo eficiente e ético", afirmou. O tucano ressaltou já ter obtido o apoio de partidos adversários no primeiro turno, como o PSC, PV e o PSB – sigla pela qual Marina Silva se candidatou. "Não sou mais o candidato do PSDB, mas das forças da mudança, que quer acabar com esse ciclo perverso de governo e colocar outro que faça o Brasil crescer e avançar nos seus indicadores sociais", disse Aécio.

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