quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Balança comercial tem maior déficit para setembro em 16 anos

Exportações não tiveram fôlego em setembro, mostra MDIC

Exportações não tiveram fôlego em setembro, mostra MDIC (Cristiano Mariz/VEJA)
A balança comercial brasileira registrou déficit de 939 milhões de dólares em setembro, interrompendo sequência de seis meses no azul, informou nesta quarta-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O resultado veio pouco pior do que esperado pela mediana dos especialistas, que projetavam déficit de 650 milhões de dólares. No mês passado, as exportações caíram 10,2% na comparação com agosto e somaram 19,62 bilhões de dólares. Já as importações, de 20,56 bilhões de dólares, subiram 3,4% em relação ao mês anterior. Em agosto, a balança comercial havia registrado superávit de 1,17 bilhão de dólares. Cresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (49,1%), enquanto recuaram as compras de bens de consumo (4,2%), matérias-primas e intermediários (2,7%) e bens de capital (2,2%). Segundo o governo, o crescimento da importação de combustíveis ocorreu devido ao aumento dos preços e das quantidades embarcadas de petróleo, gás natural e óleos combustíveis. As compras de bens de consumo caíram devido, principalmente, à redução na importação de máquinas e aparelhos de uso doméstico, automóveis de passageiros, móveis, objetos de adorno, partes e peças para bens de consumo duráveis e produtos alimentícios. O resultado é o pior para o mês desde 1998, quando o saldo de setembro ficou negativo em 1,2 bilhão de dólares. A última vez que a balança do mês havia apresentado resultado deficitário foi em 2000 (326,7 milhões de dólares no vermelho). No acumulado do ano até setembro, as exportações somaram 173,64 bilhões de dólares e as importações, 174,33 bilhões de dólares. Com isso, o saldo do ano está negativo em 690 milhões de dólares. O aumento da importação de petróleo em bruto, querosenes, óleos combustíveis, ureia e inseticidas levou a um avanço de 102,8% na importação de produtos vindos do Oriente Médio. As compras vindas do Mercosul cresceram 8,2%, sendo que só da Argentina o crescimento foi de 7,4%, devido a veículos de carga, naftas, polímeros plásticos, trigo em grão, ônibus, celulose, entre outros. A importação da Ásia subiu 1,6% no período, sendo 7% de crescimento nas compras vindas da China, devido a aparelhos transmissores/receptores, laminados planos, partes e acessórios de máquinas automáticas, entre outros. Por outro lado, houve queda de 6,8% nas importações vindas da União Europeia, por conta de autopeças, inseticidas, aparelhos de medida, gasolina, entre outros. A queda da importação dos Estados Unidos foi de 5,3% - neste caso, devido a adubos e fertilizantes, carvão, trigo em grão, motores e turbinas para aviação, entre outros.

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