sexta-feira, 3 de outubro de 2014

CPMI da Petrobras ouve a contadora do doleiro Youssef, Meire Poza, na próxima quarta-feira

A contadora Meire Bonfim Poza é a próxima testemunha a ser ouvida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista que investiga denúncias de irregularidades na Petrobras. O depoimento da profissional que trabalhava diretamente com o doleiro Alberto Youssef está marcado para 10h15 da próxima quarta-feira (8). Os parlamentares esperam que ela revele detalhes do esquema de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro do qual participavam o doleiro e o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. Senadores e deputados vão poder fazer perguntas à contadora já conhecendo o conteúdo dos depoimentos prestados por ela ao juiz Sérgio Mouro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. O material chegou à comissão mista no dia 24 de setembro. Meire Poza já esteve no Congresso Nacional antes. Em agosto, no Conselho de Ética da Câmara, ela disse que o deputado Luiz Argôlo (SD-BA) recebeu dinheiro do doleiro e que os dois mantinham “negócios ilícitos”. Logo depois o deputado se defendeu, alegando estar sendo usado como “boi de piranha”. Ele afirmou ainda que a contadora teria pedido R$ 250 mil ao seu advogado, alegando estar em dificuldades financeiras. A última reunião da CPI Mista foi realizada em 17 de setembro, quando os parlamentares ouviram o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. O encerramento das atividades do colegiado estava inicialmente previsto para 7 de dezembro; mas, por conta do período eleitoral, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), já pediu a prorrogação dos trabalhos por mais um mês e disse que pretende fazer um “esforço concentrado” até o fim do ano. De acordo com o Regimento Interno do Senado, o prazo da CPI não pode ultrapassar o período da legislatura em que foi criada. A CPI Mista da Petrobras tem a participação de senadores e deputados e funciona paralelamente à CPI exclusiva do Senado, com idênticos objetos de investigação: irregularidades envolvendo a Petrobras entre 2005 e 2014 relacionadas à compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos; ao lançamento no mar de plataformas inacabadas; ao pagamento de propina a funcionários da estatal; e ao superfaturamento na construção de refinarias, principalmente a de Abreu e Lima, em Pernambuco. A CPI exclusiva se reuniu pela última vez em 2 de julho. Desde então, com o recesso de meio de ano e período eleitoral, a comissão — da qual participam apenas senadores da base aliada — não tem obtido quórum. Foram agendadas duas reuniões em agosto e uma em setembro, que não chegaram a ser realizadas. A presidência também é do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que ainda não publicou pauta para o próximo encontro.

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