terça-feira, 28 de outubro de 2014

Eduardo Cunha diz que PT não poderá ocupar o comando do Congresso

Um dia após a presidente Dilma Rousseff (PT) ser reeleita, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), considerou que o PT não poderá ocupar o comando do Congresso na próxima legislatura. Nesta eleição, o PT conquistou a maior bancada da Câmara com 70 deputados, quatro a mais do que o PMDB, segundo no ranking. As duas legendas fizeram um acordo em 2010, pelo qual ficou acertado um rodízio entre os dois partidos na presidência da Câmara. Eduardo Cunha falou sobre o próximo mandato que se iniciará a partir de fevereiro de 2015, tendo na pauta a disputa pelos principais cargos da Mesa Diretora da Câmara, entre eles, a presidência. "Se a gente teve uma eleição acirrada e se a gente quer buscar uma conciliação, não tem sentido você defender que o partido que ganhou a eleição fique também com o comando do Congresso porque seria uma hegemonização do poder na mão no PT", afirmou. "Acho que a Casa não aceitará isso. Acho até que, para quem quer buscar conciliação, não é de bom alvitre a gente manter uma concentração num único partido de tanto poder", acrescentou o deputado ao citar o primeiro discurso da presidente Dilma após ser reeleita. Segundo ele, outro tema que estará na ordem do dia, logo no início do próximo mandato, é a reinstalação da CPI da Petrobras que, na avaliação dele, deve ser encerrada em dezembro, sem trazer nenhum resultado. O deputado considerou, no entanto, que a iniciativa não deve gerar atritos com o PT: "É inevitável uma nova CPI da Petrobras. Certamente, no início da próxima legislatura provavelmente, essa CPI continuará de outra forma". O parlamentar também analisou o impacto que a divulgação da delação feita pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa poderá ter no próximo ano: "Não sei se vai comprometer a governabilidade, mas certamente vai tumultuar o processo do parlamento". Para o líder do PMDB, a legenda também deverá buscar se unir a outras na Casa para formar uma bancada, com objetivo de conquistar espaços estratégicos como presidência de comissões e relatorias. "Os blocos vão se formar, se não ficará absolutamente ingovernável o processo legislativo", ressaltou. Ao falar sobre atuação desse bloco, o peemedebista recorreu a um tom "pacificador", nesse primeiro momento: "Queremos ser ouvidos pelo governo para ter influência no que vai acontecer. Nossa tendência é tentar curar um pouco as cicatrizes, distensionar um pouco o processo".

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