quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Funcionária do Banco do Nordeste usa e-mail institucional para pedir votos para Dilma

Com a disputa eleitoral acirrada em torno do papel dos bancos públicos no próximo governo, o Banco do Nordeste (BNB) se envolveu em mais um episódio de uso de e-mail institucional para pedir votos para a presidente Dilma Rousseff. Em um e-mail do BNB, que é vinculado ao Ministério da Fazenda, a secretária do banco, Maria Ronilda de Oliveira, convoca outros funcionários da instituição para uma "grande manifestação" nesta terça-feira, 21, em defesa das estatais e pela reeleição de Dilma. "Com faixas, bandeiras e muita gente vestida de vermelho. Aí seria a oportunidade para fazer uma foto boa, se conseguirmos juntar gente suficiente", diz a funcionária, que recomenda que a mensagem seja compartilhada por outros funcionários. No e-mail, ela informa que dois militantes ficarão na entrada dos fundos do Banco (portaria 3), disponíveis para colar adesivos grandes (painéis de vidro traseiro) nos carros daqueles que estiverem dispostos. Não é o primeiro caso de uso de e-mail institucional do governo para a campanha. Na semana passada uma funcionária da Caixa Econômica Federal utilizou o e-mail corporativo do banco para enviar mensagem a colegas com a ameaça de que o banco será "privatizado" caso o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, vença as eleições. O e-mail foi enviado a um número restrito de destinatários. A funcionária da Caixa foi advertida pelo ato pelo supervisor direto e teve a conta bloqueada assim que o banco teve conhecimento da ação. Servidores do Banco do Brasil também receberam, no e-mail corporativo, mensagem com teor semelhante. Com o título "Tucanos querem acabar com os bancos públicos", o e-mail partiu de um grupo que se denomina "Unidade BB", formado por "militantes sindicais e políticos", ligados à Articulação Sindical, corrente da CUT. O uso do e-mail institucional do BNB para fins eleitorais foi denunciado pelo assessor econômico de Aécio Neves na campanha, Mansueto Almeida, no seu blog na internet. "É sempre a mesma coisa - uso de e-mail institucional para pedir voto para a presidente. Acho que as pessoas que tomam essa atitude ou não sabem que estão infringindo a lei ou acham que o partido do governo pode fazer qualquer coisa para ganhar a eleição", critica o economista licenciado do Ipea.

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