quinta-feira, 23 de outubro de 2014

PETISTA ENROLADO EM FRAUDE CONFISCAVA SALÁRIOS DE ASSESSORES E ‘LAVOU’ DINHEIRO; ALÉM DE FRAUDE NO PRONAF, O DEPUTADO BOHN GASS (PT-RS) TEM OUTROS ROLOS

O deputado federal Elvino Bohn Gass (PT-RS), investigado pela Polícia Federal por fraude em empréstimos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), é o mesmo petista que, quando deputado estadual no Rio Grande do Sul, foi processado em 2009 pelo ex-tesoureiro da facção petista Democracia Socialista, Paulo Salazar, por confisco de salários de assessores, diárias frias, caixa 2 e lavagem de dinheiro em campanha. Uma investigação da Polícia Federal para comprovar denúncia de fraude em empréstimos do Pronaf encontrou referências a Elvino Bohn Gass e ao vereador de Santa Cruz do Sul, Wilson Rabuske, em escuta telefônica autorizada pela Justiça. O caso, que tramitaria no Estado, foi remetido à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília, por envolver deputado federal detentor de foro privilegiado. Na transcrição de uma escuta, obtida em Brasília e divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo desta quarta-feira, um homem que a Polícia Federal identifica como ligado à Associação Santa-Cruzense dos Agricultores Camponeses (Aspac) e outro, suposto agricultor, falam que a entidade está com dificuldades para pagar R$ 1 milhão, dando a entender que a dívida está ligada às campanhas. “Muito dinheiro foi para campanha do Wilson e para campanha do Bohn Gass”, afirma um dos participantes da conversa. Em outro trecho, um dos interlocutores diz que “vai ser uma espécie de caixa dois, mas é o cara que vai ajudar a resolver isso”, em possível referência a Bohn Gass. A investigação começou em 2012, quando agricultores da região de Santa Cruz do Sul procuraram autoridades para se queixar de cobranças de empréstimos do Pronaf que não teriam chegado às suas contas. Segundo o jornal, a Polícia Federal constatou que havia valores retirados do Banco do Brasil mediante procurações e depositados em contas da Aspac, com alguns repasses posteriores a dirigentes da entidade ou militantes do PT. O Banco do Brasil confirmou que apurações internas estão verificando as reclamações relacionadas ao Pronaf. O Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul e a Polícia Federal no Estado não comentaram o assunto. O Supremo Tribunal Federal alegou que o caso está, neste momento com a engavetadora Procuradoria-Geral da República. A investigação esteve por duas vezes por deflagrar operações de busca e apreensão conjuntas, com participação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. Em maio, a ação foi abortada porque a Polícia Federal alegou falta de contingente às vésperas da Copa do Mundo. Nos primeiros dias de outubro foi a vez do Ministério Público pedir adiamento por estar com suas forças voltadas para a fiscalização das eleições. (Claudio Humberto)

Nenhum comentário: