terça-feira, 14 de outubro de 2014

Roberto Jefferson diz que caso Petrobras é "epílogo para o Mensalão"

O ex-deputado Roberto Jefferson, delator do Mensalão do PT, afirmou na primeira entrevista concedida desde que foi preso que o escândalo da Petrobras é o “epílogo do Mensalão do PT”. Ele, que hoje é aliado do candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, acusou a presidente Dilma Rousseff de encobrir corruptos para preservar o PT, apesar de chamá-la de “mulher séria, honrada”. “Se você reparar a data, isso vem lá do Mensalão. É o financiamento de base, da estrutura da base do governo, para o PT se perpetuar no poder. O Mensalão foi o começo da destruição do mito do PT. Esse caso da Petrobras consolida o que já vem de 2005. É o epílogo daquela história. O Mensalão foi o prefácio, agora o Brasil está lendo o epílogo. O PT prostituiu a classe política”, afirmou ele, no escritório de advocacia em que trabalha. Roberto Jefferson disse ainda que Dilma não pode expor a “herança de corrupção” do PT como forma de resguardar possível dano à Lula e que, por isso, tem “compromisso de silêncio”. Sobre o apoio do PTB à candidatura de Aécio Neves, a quem se referiu como Aécio Balboa (“apanhou nove assaltos e virou no décimo”), ele negou ter liderado o processo, mas acreditar que “muitos convencionais tomaram a decisão em solidariedade a mim. Eles não podiam apoiar o meu algoz, que era o PT”. Questionado sobre o destino dos R$ 4 milhões que declarou ter recebido do PT, o ex-deputado, que pretende voltar ao Congresso em 2022, respondeu que nunca perdeu a influência no PTB porque “os candidatos a prefeito receberam aquele recurso que o PT transferiu ao PTB na eleição de 2004”. E que “podem ficar em paz, porque eu não vou revelar quem recebeu”.

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