sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Agências afirmam que ratings da Petrobrás não sofrerão impacto imediato com adiamento do balanço

A postergação do balanço da Petrobras não tem impacto no rating da companhia no curto prazo, segundo afirmou a vice-presidente e analista sênior da Moody's, Nymia Cortes de Almeida. Mesmo assim, a analista ressaltou a importância da governança corporativa. "O atraso na publicação dos resultados trimestrais auditados não tem implicação no rating no curto prazo. A governança corporativa é um fator importante na nossa avaliação sobre o rating e nós continuamos a monitorar os padrões de governança corporativa da Petrobras, da mesma maneira que fazemos com todas as empresas que avaliamos", diz Nymia. A companhia de auditoria PricewaterhouseCoopers decidiu não assinar as informações trimestrais do balanço da Petrobras, para esperar a conclusão das investigações no âmbito da Operação Lava Jato. À noite, a estatal confirmou o adiamento da divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2014, com estimativa em 12 de dezembro. A Petrobras justifica, em nota de hoje, que diversos contratos com cláusula de covenant (obrigação) determinam o encaminhamento das demonstrações contábeis trimestrais, auditadas ou não, após o prazo de 90 dias do encerramento do trimestre para os agentes financiadores, o que a autoriza a entregar as demonstrações contábeis do terceiro trimestre até o dia 30 de dezembro deste ano. A agência de classificação de risco Standard and Poor's afirmou em relatório que os ratings e a perspectiva da Petrobras não sofrerão impacto imediato das atuais investigações de corrupção e do anúncio de adiamento da publicação do balanço auditado do terceiro trimestre. No relatório a S&Poors comenta que a Polícia Federal brasileira está investigando acusações de lavagem de dinheiro e de corrupção praticada dentro da Petrobras, principalmente por meio de contratos com preços excessivamente altos. A agência observa, ainda, que a estatal anunciou o adiamento do processo de auditoria até que seja concluída a investigação interna sobre as acusações de corrupção. "Nós vamos continuar monitorando o desenvolvimento da investigação durante os próximos 90 dias", afirmou a Standard and Poors. Segundo a agência, o perfil de crédito independente bbb- da Petrobras pode ser revisado para baixo se houver uma revisão na avaliação da agência de uma diretoria e governança "satisfatórias" que modifique o perfil de crédito independente ou se houver multas ou sanções nos negócios pela lei anticorrupção brasileira ou outras leis, "que são incertas no momento e podem enfraquecer o fluxo de caixa da companhia". 

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