sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Arte abstrata de Kandinsky chega pela primeira vez ao Brasil

Brasília recebe pela primeira vez uma exposição de obras do artista russo Vassily Kandinsky, considerado por muitos como o pai do abstracionismo, que abrange desde sua experiência com a cultura siberiana até sua imersão lírica na escola alemã. Com direito a uma sala de imersão sensorial interativa, a mostra "Kandinsky: Tudo Começa Num Ponto", é composta por 130 obras do artista russo, que no século 19 trocou sua paixão pelo direito quando conheceu o trabalho de Claude Monet e outros impressionistas. Kandinsky (1866-1944) nasceu em Moscou, mas sua família era da Sibéria, região que percorreu durante a juventude e serviu de inspiração para suas primeiras obras. O artista recusou uma vaga de professor na Universidade de Tartu, na Estônia, para se dedicar totalmente à arte. "Normalmente, as exposições de Kandinsky se limitam à sua fase abstrata, mas mostram pouco sobre seus trabalhos anteriores", disse a curadora Evgenia Petrova. Petrova se referiu à imersão do artista na cultura siberiana, que na exposição foi ilustrada com fotografias antigas e diversos objetos elaborados por artesãos do século 19, que incluem obras e escritos de xamãs russos. A viagem pela obra de Kandisnky continua com sua maior façanha, suas primeiras experiências com o abstrato e a descrição de cores que começou a explorar na Rússia. A plenitude foi alcançada na Alemanha, onde buscou oxigênio frente as limitações impostas pela revolução bolchevique. A primeira fase abstrata é representada em Brasília por algumas telas emblemáticas, como Improvisação nº 11, de 1910, e Em branco, de 1920. As obras expostas em Brasília pertencem ao Museu Estatal Russo de São Petersburgo e a outras sete instituições russas, assim como a coleções de museus de Alemanha, Áustria, Inglaterra e França. O valor das peças expostas exigiu dos organizadores a contratação de um seguro por R$ 350 milhões. Esta é primeira exposição totalmente dedicada a Kandinsky na América Latina e estará aberta até 12 de janeiro, quando será levada ao Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro. Em abril, será exposta em Belo Horizonte e em junho chegará a São Paulo, onde permanecerá até novembro de 2015.

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