quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Bancos atrasam investigações da Lava Jato, diz procurador



Sem quebrar o sigilo bancário de nenhuma empreiteira, a Operação Lava Jato encontrou provas suficientes para prender 20 executivos de construtoras. As prisões de presidentes e sócios dos maiores conglomerados do País foram o ápice de uma investigação inicialmente destinada a combater quadrilhas de doleiros. Mas, apesar dos resultados atingidos até agora, ainda não estão plenamente identificados todos os envolvidos nas operações de lavagem de dinheiro com as empresas de fachada controladas pelo doleiro Alberto Youssef, pivô da Lava Jato. Isso porque os bancos atrasaram a entrega de informações financeiras e deram identificações incompletas das partes envolvidas nas transações investigadas. Ou seja, a lista de empresas e pessoas envolvidas pode aumentar. “A inércia e a demora dos bancos dificulta o rastreamento para a identificação de todos os responsáveis pelos crimes. É inaceitável que os bancos, com os lucros que têm, deixem de empreender esforços para atender a ordens do Judiciário”, afirmou o procurador federal Deltan Dallagnol. Desde o dia 23 de setembro, o Ministério Público Federal aguarda a identificação de destinatários e da origem de cerca de 930 milhões de reais em operações, com dados ocultos ou insuficientes. Os bancos oficiados pela Justiça nesta data foram o Banco do Brasil, Santander, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú, HSBC, Safra e Citibank. Não foi a única ordem judicial descumprida. Decisão da Justiça de 30 de junho quebrou sigilo bancário de empresas controladas por Youssef, como a empreiteira Rigidez, a MO Consultoria e a GFD Investimentos, mas, mesmo após cobranças em 20 de agosto e em 10 de setembro, ainda muitas operações estão sem identificação do beneficiário ou da origem dos recursos. A legislação obriga que os bancos identifiquem os responsáveis ou beneficiários de qualquer transação acima de 10.000 reais.

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