sábado, 1 de novembro de 2014

Cantareira tem o mês mais seco desde 1930

O Sistema Cantareira, do qual faz parte a Represa do Atibainha (na foto), que abastece a Grande São Paulo, secou e, se não chover, começará novembro em colapso

O mês de outubro, que se encerrou nesta sexta-feira e marcou o início do período chuvoso, foi o mais seco em 84 anos do Sistema Cantareira, batendo o recorde de julho desse ano. Desde 1930, os rios que alimentam os reservatórios que abastecem principalmente a capital paulista e a região metropolitana de São Paulo não registravam uma vazão tão baixa, de 4.000 litros por segundo, apenas 14,8% da média histórica mensal - que passou a ser registrada naquela década. Entraram nos reservatórios somente 10,7 bilhões de litros em outubro, quando a média é de 72,5 bilhões. Em contrapartida, 60,5 bilhões de litros deixaram as represas neste mês para abastecer 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo que ainda dependem do Cantareira e mais 5,5 milhões na região de Campinas, no interior paulista. Isso significa que o déficit de água alcançou 49,8 bilhões de litros equivalente a 5% da capacidade do sistema. O agravamento da seca no Cantareira em outubro frustrou a expectativa dos órgãos reguladores do manancial e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e antecipou o fim da primeira cota do volume morto, ou reserva estratégica. No início, os 182,5 bilhões de litros da reserva profunda das represas captados desde maio não seriam usados integralmente. Depois, projetou-se que durariam até 21 de novembro, passando ao dia 15 do próximo mês na última simulação. Agora, a previsão é de que se esgote em uma semana. A Sabesp já incorporou uma segunda reserva, de 105 bilhões de litros, para manter o abastecimento na Grande São Paulo até março de 2015 sem precisar decretar racionamento oficial. As regras de uso ainda estão sendo discutidas pelos órgãos reguladores dos governos federal e paulista, embora a Sabesp já esteja captando água do segundo volume da Represa Atibainha, um dos reservatórios do Cantareira, na cidade de Nazaré Paulista. No plano da empresa, o cenário mais pessimista apontava que chegariam ao Cantareira 41,3 bilhões de litros, volume igual ao da seca de 1953, a pior da história até então, mas 285% superior ao que realmente chegou às represas. Para o engenheiro José Roberto Kachel, professor de Hidrologia, membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, se for mantido o cenário atual, o segundo volume morto acaba no início de março. A Sabesp acredita que a volta das chuvas prevista para novembro, aliada às ações de contingência, podem elevar o nível do Cantareira para cerca de 40% da capacidade em abril. 

Um comentário:

Unknown disse...

Caro jornalista Vitor Vieira.

Vejo que na década de 30 houve uma grande seca.
Diante do tal aquecimento global, podemos questionar o seguinte:

Que diabos de "aquecimento global" causou a grande seca na década de 30?

Pois é. Ouço de todos os lados comentários que essa crise hídrica é consequência da emissão de carbono na atmosfera e do aquecimento global..

Quanta besteira