quarta-feira, 19 de novembro de 2014

COAF já monitorava os investigados da Operação Lava Jato há quatro anos

Os investigados da Operação Lava Jato já vinham sendo monitorados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras há quatro anos. Segundo o Coaf, nesse período foram movimentados quase R$ 1 bilhão em dinheiro. O Coaf, Conselho de Controle de Atividades Financeiras, identificou movimentações atípicas nas contas de pessoas e empresas, que hoje são investigadas na Operação Lava Jato. No total, elas movimentaram R$ 23,7 bilhões, entre 2011 e este ano. Desse valor, R$ 906,8 milhões circularam em espécie. O dinheiro passou pelas contas do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e de empreiteiras que têm contratos com a Petrobras. Nos relatórios, aparecerem os nomes de mais de 8 mil pessoas e empresas. Quando a investigação do Coaf começou, os analistas não sabiam das atividades criminosas, mas eles alertaram a Polícia Federal e o Ministério Público, o que levou à Operação Lava Jato. “O que nós fizemos foi chamar atenção para movimentações de algumas empresas e, a partir dessas informações, o Ministério Público e a Polícia estão desvendando todo esse esquema que está aparecendo agora”, explica o presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues. Na quarta-feira (19), a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu processo contra o ex-diretor de serviços da Petrobras, o petista Renato Duque, preso em Curitiba. Ele terá dez dias para apresentar defesa. Este é o terceiro processo aberto na comissão em decorrência do escândalo na Petrobras. Já há investigações contra os ex-diretores Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa. A comissão pediu informações à Petrobras e disse que está atenta aos desdobramentos da Operação Lava Jato. O presidente da comissão explicou que, como os ex-diretores já deixaram a empresa, a punição cabível é uma censura ética. “O Brasil está atravessando uma fase muito boa, quer dizer, difícil, mas eu acho que isso tudo vai ser muito bom para nós no futuro, inclusive para a Petrobras, que ela poderia ser a maior empresa do mundo se realmente se comportasse direitinho”, diz Américo Lacombe, presidente da Comissão Ética Pública. Sobre os processos abertos pela Comissão de Ética Pública, a defesa do petista Renato Duque negou que ele tenha cometido qualquer irregularidade. A defesa de Paulo Roberto Costa disse que ele já deu todas as informações sobre o caso na delação premiada. A defesa de Nestor Cerveró alega que o ex-diretor não pode ser responsabilizado pela compra da Refinaria de Pasadena, porque a decisão foi do conselho da Petrobras. Ele é autor do relatório usado pelo conselho da Petrobras para fazer o negócio.

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