quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Com mandato quase cassado, o petista André Vargas, amigo de Youssef, pede licença médica de uma semana na Câmara dos Deputados


Acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef e na mira de um processo de cassação, o deputado federal petista André Vargas pediu à Câmara uma licença médica de uma semana. A previsão é que o plenário da Casa decida sobre a perda do mandato do ex-petista na primeira semana de dezembro. Na quarta-feira, 19, o petista André Vargas comunicou à Secretaria-Geral da Mesa que realizou uma cirurgia na boca e que precisaria se afastar por cerca de uma semana. Ele não deu detalhes sobre o procedimento e ficou de enviar um atestado médico ao Legislativo. Na semana passada, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara negou um recurso movido por André Vargas, no qual ele contestava a decisão do Conselho de Ética que pediu a cassação de seu mandato. Com isso, o caso do ex-petista e ex-vice-presidente da Câmara ficou pronto para a votação final no plenário. A princípio, a expectativa era que a cassação fosse decidida na semana que vem, de modo que um afastamento médico por uma semana serviria para atrasar a análise do caso. André Vargas, que não concorreu à reeleição, tem atuado nos bastidores para evitar a perda do mandato parlamentar neste ano para ao menos preservar seus diretos políticos. No entanto, parlamentares consideram que dificilmente o tema seria votado na semana que vem, já que o Congresso estará totalmente debruçado sobre o projeto que flexibiliza a meta do superávit primário. A ligação do petista André Vargas com Youssef, preso no âmbito da operação Lava Jato, veio a público quando foi revelado que ele pegou carona em um jatinho pago pelo doleiro. Nas investigações conduzidas pela Polícia Federal, André Vargas é apontado ainda como o responsável por indicar um ex-assessor do Ministério da Saúde para trabalhar no Labogen, laboratório que, de acordo com a apuração, centralizava o esquema de lavagem de dinheiro de Youssef. André Vargas perdeu toda a pose arrogante, demonstrada no dia em que uma ofensa ao ministro Joaquim Barbosa, então presidente do Supremo Tribunal Federal. O deputado era vice-presidente da Câmara e renunciou ao posto depois das revelações. Temendo danos eleitorais às campanhas da presidente Dilma Rousseff e dos candidatos petistas no Paraná, Gleisi Hoffmann, e em São Paulo, Alexandre Padilha, a direção do PT pressionou André Vargas a também abrir mão do mandato. Ele acabou pedindo desfiliação do partido. Ou seja, despencou dos píncaros da alta nomenklatura do PT para a ralé do baixo clero no Congresso Nacional. Hoje é apenas um pária. 

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