sábado, 1 de novembro de 2014

Controle do Senado nos Estados Unidos pode ser decidido só em janeiro

Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos, em Washington

As eleições legislativas serão realizadas na próxima terça-feira nos Estados Unidos, mas o controle do Senado pode ficar em aberto até janeiro se as apertadas disputas entre os candidatos da Louisiana e da Geórgia obrigarem a realização de uma segunda votação. No pleito será renovado um terço das 100 cadeiras do Senado, e os republicanos só precisam conquistar seis vagas a mais das que têm agora para pôr fim à maioria democrata. Entre os Estados decisivos para garantir o controle do Senado estão Geórgia e Louisiana. Em ambos, os candidatos precisam vencer com pelo menos a metade dos votos mais um para evitar um segundo turno. Na Louisiana, a senadora democrata Mary Landrieu é a favorita para a reeleição contra o republicano Bill Cassidy, segundo as pesquisas. Apesar disso, nenhum dos dois tem hoje a quantidade suficiente de votos e teriam que decidir o pleito em segundo turno. Uma provável segunda votação, que seria realizada em 6 de dezembro, favoreceria Cassidy. Historicamente, os eleitores conservadores costumam ser mais participativos que os democratas nas eleições legislativas. Na Geórgia, a batalha é entre a democrata Michelle Nunn e o republicano David Perdue, empatados em intenções de voto. Em caso de segundo turno, a votação ocorreria no dia 6 de janeiro, três dias depois do início do novo período de reuniões do Congresso. Mas há, além disso, outro problema na Geórgia que pode levar o resultado da disputa para os tribunais. Um juiz decidiu, no princípio desta semana, contra grupos de direitos civis que querem que cerca de 40.000 novos eleitores sejam registrados nas listas de votação. Esses ativistas, no entanto, afirmam que vão seguir lutando para que essas pessoas tenham direito a voto. “Se o controle do Senado depender do resultado das eleições na Louisiana e na Geórgia, haverá um banho de sangue”, afirmou o analista político da Universidade de Virgínia, Larry Sabato, na emissora Fox, em alusão à extrema polarização política vivida pelo Congresso dos Estados Unidos. Segundo o estrategista conservador Karl Rove, conhecido como o homem por trás das vitórias do ex-presidente George W. Bush, a má notícia para os democratas é que, nos dois Estados, os republicanos historicamente em desempenho melhor em segundo turno. “Os eleitores que comparecem às urnas nestes casos são mais conservadores, mais velhos e mais ligados às idéias republicanas”, afirmou Rove. Outro cenário possível após as eleições de terça-feira, quando também será renovada toda a Câmara dos Representantes e escolhidos os governadores de 36 Estados, é que haja um empate no Senado, com 50 cadeiras para cada partido. Nesse caso, o vice-presidente Joe Biden, também presidente do Senado, teria que emitir o voto de desempate quando for necessário. Após as eleições de 2000, o Senado ficou dividido igualmente entre democratas e republicanos. Entre 3 e 20 de janeiro de 2001, a casa foi controlada pelos democratas porque eles tinham ao seu lado o então vice-presidente Al Gore. A situação mudou após a data quando Dick Cheney assumiu o cargo. Na história dos Estados Unidos, cerca de 250 votações foram decididas por um vice-presidente, mas Biden ainda não estreou nesta função. O último a ter que desempatar uma votação foi o próprio Cheney, em 2008, em uma análise de uma emenda orçamentária.

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