domingo, 16 de novembro de 2014

DIRETOR-GERAL DE DESENVOLVIMENTO COMERCIAL DA 3ª MAIOR EMPRESA DE LIXO DO BRASIL É PRESO NA OPERAÇÃO LAVA JATO


A 7ª fase da operação Lava-Jato, intitulada “Juízo Final”, foi deflagrada na última sexta-feira (14/11/2014) a partir de informações e investigações ensejadas pelas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef, de Paulo Roberto Costa  e dos executivos Julio Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, ambos da Toyo Setal. Os mandados de prisão temporária e preventiva, de busca e apreensão e de condução coercitiva de pessoas investigadas pela operação Lava-Jato foram autorizados pela 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, em decisão do juiz federal Sérgio Moro, na última segunda-feira, 10 de novembro de 2014, às 11:07.
Três dias após a autorização da Justiça Federal, Othon Zanoide de Moraes Filho, poderoso diretor-geral de desenvolvimento comercial da empresa de lixo VITAL ENGENHARIA AMBIENTAL S/A, pertencente ao Grupo Queiroz Galvão, com sede no Rio de Janeiro, e que opera nos municípios de Belo Horizonte (MG), São Luis (MA), Natal (RN), Foz do Iguaçu (PR), São Paulo (SP), entre outras cidades brasileiras, foi preso temporariamente pela Polícia Federal em sua casa no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. A VITAL ENGENHARIA AMBIENTAL S/A está posicionada entre as três maiores empresas nos segmentos de serviços de limpeza pública e de tratamento de resíduos no Brasil, e foi citada nas investigações da Operação Lava Jato a partir de emails de doleiro Alberto Youssef, apontado como operador do esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propinas conhecido como Petrolão. Ainda no Rio de Janeiro foram presos temporariamente Otto Garrido Sparenberg, diretor de operações da Iesa Óleo & Gás, o agente federal Jayme Alves de Oliveira Filho, e o ex-diretor da Petrobras, o petista Renato de Souza Duque. O diretor-presidente da CONSTRUTORA QUEIROZ GALVÃO S/A, Idelfonso Colares Filho, com pedido de prisão temporária, entregou-se na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro. No Brasil, na 7ª fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e no Distrito Federal. Mais de 300 policiais federais e 50 servidores da Receita Federal participaram da operação. Estão presos executivos de nove das maiores empresas do Brasil. A lista completa voce pode ler aqui. O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, concluiu que parte das empreiteiras investigadas na sétima fase da Operação Lava Jato entregou notas fiscais falsas e contratos fraudulentos para justificar os repasses às empresas de fachada, comandadas pelo doleiro Alberto Youssef. A conclusão consta na decisão, assinada no dia 10 de novembro, que determinou as prisões executadas na sexta-feira (14). Após receber as informações sobre os repasses às empreiteiras e empresas subcontratadas pelo doleiro, Moro pediu que as investigadas apresentassem defesa. Segundo o juiz, parte das empresas omitiu os dados ou apresentou documentos falsos para justificar os serviços, que não foram executados.
“No mínimo, apresentando a documentação falsa em juízo, deveriam ter esclarecido o seu caráter fraudulento. Jamais poderiam simplesmente apresentar documentos fraudados ao Judiciário, sem desde logo esclarecer a natureza deles. Se as empreiteiras, ainda em uma fase inicial da investigação, não se sentiram constrangidas em apresentar documentos falsos ao Judiciário, forçoso reconhecer que integridade das provas e do restante da instrução encontra-se em risco, sem uma contramedida”, disse o juiz. Na mesma decisão, Moro cita que a Polícia Federal informou que Meire Pozza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, foi coagida por um emissário ligado a uma das empreiteiras investigadas.
Em depoimento à Comissão Parlamentara Mista de Investigação (CPMI) da Petrobras, Meire disse que emitia notas fiscais falsas em nome das empresas que mantinham relações com Youssef. A Revista Veja de 17 de agosto de 2014 listou as empresas que deram dinheiro a Meire Poza.
A CPMI do Congresso Nacional já havia se pronunciado para “convocar” Othon Zanoide de Moraes Filho para prestar depoimento. Documentos da Operação Lava Jato da Polícia Federal mostram que o doleiro Alberto Youssef intermediou doação para deputados e diretórios do PP e do PMDB. As negociações foram flagradas pela Polícia Federal com quebra de sigilo de emails do doleiro Youssef. Em um dos endereços eletrônicos atribuído a Youssef ele trata de doações com Othon Zanoide de Moraes Filho. No email em questão, o doleiro Youssef trata com Othon Zanoide de Moraes Filho de dados bancários e emissão de recibos de contribuições eleitorais. O PP nacional aparece em uma conversa entre Youssef e o diretor comercial da empresa de lixo Othon Zanoide de Moraes Filho como destinatário de uma doação de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) que deveria ser registrada em nome da VITAL ENGENHARIA AMBIENTAL S/A. O diretório do PP ainda aparece em outra troca de e-mails entre os dois como beneficiário de R$ 2.040.000,00 (dois milhões e quarenta mil reais). Junto ao TSE o PP informa ter recebido R$ 2.240.000,00 (dois milhões e duzentos e quarenta mil reais) da VITAL ENGENHARIA AMBIENTAL S/A. Ou seja, o PP foi corrompido pelo regime petista com dinheiro do Petrolão, que passou por empresa lixeira. Na terça-feira dia 10/11/2014, às 11:07, o juiz federal Sérgio Moro em seu “Despacho/Decisão” do Processo Nº 5073475-13.2014.404.7000/PR fez constar que “trata-se de representação da autoridade policial por medidas de investigação e por medidas coercitivas relacionadas a assim denominada Operação Lavajato”. Em breve síntese, na Operação Lavajato, foram identificados quatro grupos criminosos dedicados principalmente à prática de lavagem de dinheiro e de crimes financeiros no âmbito do mercado negro de câmbio. Os quatro grupos seriam liderados pelos supostos doleiros Carlos Habib Chater, Alberto Youssef, Nelma Mitsue Penasso Kodama e Raul Henrique Srour. A investigação, com origem nos inquéritos 2009.7000003250-0 e 2006.7000018662-8, tinha por objeto inicial supostas operações de lavagem de produto de crimes contra a Administração Pública e que teriam se consumado com a realização de investimentos industriais, com recursos criminosos, na cidade de Londrina/PR. Este crime de lavagem, consumado em Londrina/PR, se submete à competência da 13ª Vara Federal de Curitiba, tendo dado origem à ação penal 5047229-77.2014.404.7000, na qual figuram como acusados Carlos Habib Chater, Alberto Youssef e subordinados. A partir de interceptação telefônica autorizada em 11/07/2013 no processo 5026387-13.2013.404.7000, passou-se a investigar o grupo criminoso dirigido por Carlos Habib Chater e a, a partir dele, foram identificados os outros grupos criminosos, em decorrência de transações comuns. Entre os grupos criminosos, merece destaque o dirigido por Alberto Youssef. Incidentalmente, foram descobertas relações dele com Paulo Roberto Costa, ex-Diretor de Abastecimento da Petróleo Brasileiro S/A – Petrobras. 

Nenhum comentário: