domingo, 16 de novembro de 2014

Empreiteiro relata a existência de "clube" para ganhar as obras da Petrobras

Um dos executivos que aceitaram fazer o acordo de delação premiada com os investigadores da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, confessou que havia um "clube" de empreiteiras para ganhar as licitações da Petrobras. Em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, diretor da Toyo Setal, disse que pagou até 60 milhões de reais em propina ao ex-diretor de Serviços da Petrobras, o petista Renato Duque, um dos presos pela Polícia Federal na sétima fase da operação. O petista Duque teria subido na hierarquia da Petrobras, onde era funcionário de carreira sem grande destaque, graças ao deputado cassado e bandido petista mensaleiro José Dirceu. De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público ao juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação, as empreiteiras envolvidas no esquema participavam de um cartel para distribuir entre si os contratos com órgãos públicos, principalmente oriundos da Petrobras. Segundo os procuradores, parte dos desvios de recursos públicos eram repassados a partidos políticos por meio do doleiro Alberto Youssef. No depoimento de delação, Mendonça Neto ressaltou que havia entendimento prévio entre o petista Duque, então diretor de Serviços da Petrobras, de que os contratos que fossem resultantes do clube "deveriam ter contribuições ao clube". O diretor também disse que negociou diretamente com o petista Renato Duque e "acertou pagar a quantia de 50 e 60 milhões de reais, o que foi feito entre 2008 a 2011". Em nota, Alexandre Lopes, advogado do petista Renato Duque, disse que a prisão de seu cliente "é injustificada e desproporcional", pois ele não reponde a uma ação penal. Os executivos de empreiteiras presos na sexta-feira estiveram prestando depoimento à Polícia Federal neste sábado.
Sétima fase da operação Lava Jato

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