VEJA A ÍNTEGRA DO DEPOIMENTO DO EXECUTIVO À PF:
Parte 1
Nesse e-mail Alqueres informava ter recomendado a contratação de Arthur Teixeira por seu “bom relacionamento” com o prefeito e o governador de São Paulo, à época. “Foi o contrário do recomendado por mim”, declarou Guyvarchi: “Tudo o que Alqueres recomendou foi o contrário daquilo que recomendei. Reitero que neguei a contratação de Arthur Teixeira, fato que gerou o e-mail de Alqueres para o presidente da Divisão de Transportes da matriz francesa, Philippe Mellier". Ele disse que, em 2004, colocou como condição a saída do executivo Carlos Alberto Cardoso de Almeida, que foi o responsável por toda a coordenação comercial do Grupo Alstom. Afirmou que os dirigentes da Alstom, Paulo Borges, Geraldo Hertz e José Luís Alqueres, “tinham relacionamento com Arthur Teixeira”. Segundo ele, Borges “era o responsável pelos contatos com consultores, mas não sabe se ele se reuniu com Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira”. André Guyvarchi disse que Paulo Borges “conduziu todo o processo de negociação que resultou na aquisição de 12 trens pelo Consórcio Cofesbra”. Afirmou, ainda, que Antonio Oporto era presidente da Alstom Transportes da Espanha: “Antonio Oporto foi responsável pelo controle do resultado/lucro do Grupo Alstom no setor de transportes para a América do Sul desde 2004. Cesar Ponce de Leon era homem de confiança de Antonio Oporto na Espanha". André Guyvarchi disse que “nunca teve contato” com Oliver Hossepian, João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo, ex-dirigentes da Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM) que a Polícia Federal indiciou por corrupção e organização criminosa. Segundo ele, Arthur Teixeira começou a trabalhar na Alstom como consultor. Afirmou que “não teve conhecimento de pagamento de propina e formação de cartel no setor metroferroviário”. Ele declarou que também “não teve conhecimento, nem participação” na assinatura de contratos da Alstom com as consultorias uruguaias que estão sob suspeita de pagamento de propinas a políticos e a agentes públicos – GHT Consulting, e Gantown Consulting – no âmbito da licitação da Linha 5 do Metrô. Declarou, ainda, que “não teve conhecimento” da assinatura de contrato da Alstom com a GHT no âmbito do aditivo ao consórcio Cofesbra.
LEIA A ÍNTEGRA DO E-MAIL QUE ANDRÉ GUYVARCHI ENVIOU EM 2012 PARA ANDRÉ NAVARRI, DIRETOR DA BOMBARDIER TRANSPORTES.
“André,
Assunto delicado.
Contexto:
Um dos deputados federais do PT (partido no governo do país) está nos apoiando. Até o momento ele não foi muito útil. Tentou nos colocar num plano para fornecer um trem a Cuba, pois o governo brasileiro está financiando via Odebrecht um novo porto próximo a Havana. Não funcionou, pois os cubanos decidiram procurar os espanhóis. Entretanto, mais recentemente, ele nos ajudou a cancelar um leilão envolvendo a manutenção do metrô de Brasília. Tudo em Brasília é suspeito de corrupção, por causa dos muitos processos sendo julgados. Bastou um telefonema dele ao metrô de Brasília e ao governo da cidade para fazer os funcionários levarem em consideração nosso pedido para abrir o leilão à concorrência, permitindo que participemos. Agora o novo leilão está sendo preparado. Para a Linha 18 (monotrilho ABC), parte do financiamento do projeto virá diretamente da União para a cidade, controlado pelo PT. Solicitarei o apoio do nosso deputado federal do PT para que faça lobby em nosso favor, contra balanceando a influência da Odebrecht. A eleição para prefeito vai ocorrer no domingo (o segundo turno será dia 28)
Problema: Fomos procurados pelo nosso deputado federal do PT para participar de um almoço que faz parte da campanha eleitoral de alguém que ele apóia. Estamos falando em pouco menos de € 12 mil. Ele pediu uma resposta rápida. Eu aceitei.
Motivos: Precisaremos do apoio dele e ele nos ajudou. Ele se mostrou razoavelmente eficiente. A quantia é bem limitada. Não se trata de corrupção, e sim de despesas oficiais legalmente aceitas. Se minha decisão for vetada, ainda poderemos dar um jeito na situação, mas será muito desagradável.
Espero que aprove, Sem mais, AG".
Espero que aprove, Sem mais, AG".
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