quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Mais três ministros de Dilma terão de dar explicações à Câmara

O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira requerimento para que o ministro Luiz Alberto Figueiredo, que comanda o Itamaraty, preste depoimento sobre o convênio firmado entre o Movimento Sem Terra (MST) e o governo venezuelano. O pedido de audiência inicialmente havia sido apresentado no formato de convocação, quando o depoente é obrigado a comparecer para prestar esclarecimentos, mas foi transformado em convite – quando a presença não é obrigatória – após um acordo entre a oposição e deputados governistas. Figueiredo deve comparecer ao colegiado no próximo dia 19. O convênio entre lideranças do MST e o ministro para Comunas e Movimentos Sociais da Venezuela, Elias Jaua, foi firmado no fim do mês passado na sede da Escola Nacional Florestan Fernandes, local que promove cursos idealizados pelos sem-terra. Jaua também acumula o cargo de vice-presidente do “Desenvolvimento do Socialismo Territorial”. Segundo nota divulgada pelo próprio governo venezuelano, foi firmada uma série de acordos com vistas a “fortalecer o que é fundamental para uma revolução socialista, que é a formação, a consciência e a organização do povo para defender o que já foi conquistado e seguir avançando na construção de uma sociedade socialista”. O ministro Jaua recentemente ocupou as páginas dos jornais ao ter a babá da família presa pela imigração com uma arma na mala. O episódio se deu justamente quando o venezuelano chegava ao Brasil para participar de encontro com o MST. Em requerimento, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) criticou o acordo: “O governo brasileiro tem tanto a responsabilidade de respeitar o pluralismo político e de ideias como tem a obrigação legal e constitucional de jamais permitir que sejam assinados acordos, por quem quer que seja, em que sejam violados os princípios da soberania e da não-intervenção. Que esse Senhor Jaua tente fazer revolução socialista em seu país, mas é gravíssimo que venha ao Brasil, com a permissão do governo brasileiro, insuflar movimentos que já perpetraram atos de extrema violência em nosso País”, afirmou no documento. Também para explicar a parceria, o ministro Laudemir André Müller, do Desenvolvimento Agrário, vai comparecer à Câmara. Ele vai prestar depoimento no próximo dia 12 na Comissão de Agricultura. Na manhã desta quarta-feira, outro ministro foi chamado para prestar esclarecimentos: Arthur Chioro, responsável pelo Ministério da Saúde, foi convidado pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara para explicar o contrato firmado entre a pasta e a Labogen, empresa de fachada na qual o doleiro Alberto Youssef atuava. Em depoimento ao Conselho de Ética, a ex-contadora do doleiro Meire Poza afirmou que o sócio da Labogen, Leonardo Meirelles, fazia entrega e buscas de dinheiro oriundo de corrupção. Youssef é pivô da Operação Lava-Jato, que investiga um megaesquema de lavagem de dinheiro, conhecido como Petrolão, o Mensalão II do PT.

Nenhum comentário: