sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Mercadante diz que prioridade do governo não é reduzir dívida pública

O Ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quinta-feira que o governo precisará "cortar gastos" e fazer um esforço fiscal "muito grande" para pagamento de juros da dívida pública, mas disse que a prioridade "não é reduzir a dívida" neste momento. Embora tenha admitido que a situação atual é "difícil", o ministro argumentou que elevar tributos e cortar investimentos para atingir a meta do superávit levaria o País à recessão e ao desemprego. "Quem prega isso tem que dizer com todas as letras. Este não é o nosso caminho", disse. Mercadante defendeu o projeto de lei enviado pelo Palácio do Planalto que altera a meta de superávit primário às vésperas do fim do ano, numa manobra que pode permitir que o governo faça déficit fiscal, mas contabilize superávit. Ou seja, se aprovada, permitirá que o governo gaste mais do que arrecada, sem que isso fique contabilizado no resultado fiscal. Em defesa do projeto de alteração da meta, Mercadante disse que o Planalto teve de fazer uma opção. "Ao longo da crise, o Brasil foi o segundo país entre os do G-20 que teve o melhor superávit primário. Nosso desempenho fiscal ao longo da crise foi exemplar", disse: "Tivemos de fazer uma opção, desoneramos impostos, eliminamos impostos sobre a cesta básica, desoneramos o transporte público e a folha de pagamento. Além disso aumentamos e aceleramos os investimentos". O discurso de Mercadante foi adotado pelo ministro Ricardo Berzoini, que comanda a articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso, ao dizer não haver "pressa" em relação ao projeto. "Não há nenhum tipo de pressa do governo além da pressa normal em relação a qualquer projeto", disse. "O governo acha que tem condição de convencer todos os partidos da base da importância disso e quer dialogar também com a oposição". A portas fechadas, os parlamentares do PT defenderam a aprovação do projeto do superávit primário e, reagindo às críticas da oposição, alegaram que o governo não pode assumir "a política econômica dos derrotados". No debate no Congresso, a ordem é insistir que esforço fiscal forte em momento de crise internacional provocará desemprego e queda na renda da população.

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