quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O caso de Cosenza, um dos diretores da Petrobras, e a mulher de César. Ou: É para demitir todo mundo, não apenas ele!

Vamos botar os devidos pingos nos is nessa história que envolve José Carlos Cosenza, atual diretor de Abastecimento da Petrobras? Vamos. Que o nome dele apareceu durante interrogatórios de pessoas presas pela Operação Lava Jato, isso apareceu. Em que circunstância? A Polícia Federal perguntou a cinco pessoas diferentes se tinham conhecimento do seguinte fato, exposto com pequenas variações: “Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef mencionaram a existência de pagamento de comissões pelas empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobras, tendo como beneficiários além deles próprios, os diretores [Renato Duque], [Nestor] Cerveró e [José Carlos] Cosenza, bem como alguns agentes públicos”. Logo, entende-se que Costa e Youssef, que respondem pelas duas principais delações premiadas, fizeram essa afirmação. A informação vazou. O juiz Sérgio Moro enviou um ofício à PF para saber se, afinal, havia ou não algo contra Cosenza. E recebeu a seguinte resposta, prestem atenção: “Em relação ao quesito que figurou em alguns interrogatórios, por erro material, constou o nome de Cosenza em relação a eventuais beneficiários de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras. (…) Em relação ao outro quesito em que se questiona se os investigados conhecem o mesmo, foi formulado apenas em razão de o mesmo ter sucedido a Paulo Roberto Costa, área em que foram identificados os pagamentos, bem como por ter sido seu Gerente Executivo”. Ok. Então ficamos sabendo que não existe uma prova contra Cosenza. Do ponto vista penal e da investigação, faz uma grande diferença. Mas, como diria Dilma, e “no que se refere” à Petrobras? Aí a coisa é um pouco diferente. Se a presidente tiver um pouco mais de juízo, demite a toda a diretoria da Petrobras. Não sobra viv’alma. Também o conselho tem de ser dissolvido para ser recriado com funções mais claras. Querem uma comparação? E se uma porcaria como essa acontece numa empresa privada, que não tem a sustentá-la a estrutura do Estado? É claro que já teria quebrado. E todos os seus executivos estariam na rua. Tomara que Cosenza não tenha mesmo feito nada de errado. Mas foi ele o braço-direito de Paulo Roberto Costa durante muito tempo. Aliás, era quem, de fato, tinha experiência na área de abastecimento. A Petrobras chegou a tal estado calamitoso que já não basta mais à sua diretoria ser honesta. Agora, é preciso também parecer honesta. Não estou escrevendo aqui nenhuma novidade. Já faz alguns dias defendi a demissão de toda a diretoria, com Graça Foster liderando a fila. Por Reinaldo Azevedo

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