sexta-feira, 7 de novembro de 2014

PCC tem "filiais" em doze Estados e no Distrito Federal

Marcola, o principal líder do PCC

A Polícia Civil do Distrito Federal, em parceria com agentes de três Estados, desarticulou nesta sexta-feira um núcleo do Primeiro Comando da Capital (PCC) que atuava em Brasília e cidades do entorno no Distrito Federal, sob as ordens de integrantes da organização que estão detidos nos presídios de Belém 1 e Parelheiros, em São Paulo. Catorze mandados de prisão preventiva foram cumpridos, mas treze tinham como alvos integrantes do grupo que já estavam encarcerados. As autoridades vão pedir à Justiça a transferência dos envolvidos - inclusive da cúpula paulista - para unidades federais de segurança máxima e a inclusão de todos no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). De acordo com as investigações, o PCC já tem presença em cadeias de ao menos treze unidades da federação. A "filial" candanga se formou em presídios de cidades goianas pobres muito próximas de Brasília, como Águas Lindas de Goiás e Luziânia. Atuava principalmente no tráfico de drogas, além de furtos e roubos para financiar a compra de carregamentos de armas e entorpecentes vindos do Paraguai, Bolívia e Peru. Há a suspeita de que os criminosos também tenham envolvimento na explosão de caixas eletrônicos. Nos últimos meses, um carregamento de uma tonelada de maconha, importada pelo grupo, foi apreendida no Distrito Federal. A operação desta sexta-feira, batizada de Tabuleiro, foi posta em curso porque o grupo planejava para os próximos dias o resgate de dois integrantes que estão no presídio de Águas Lindas de Goiás. A facção do Centro-Oeste recebeu o nome de PLD (Paz, Liberdade, Direito) e copia a estrutura, a hierarquia e os rituais da nave-mãe paulista. Para se associar, é necessário ter um padrinho na organização, que responde pelos atos do afilhado no crime. Deve-se seguir à risca o estatuto da "matriz", sob pena de julgamento pelos chefes. Os aceitos ganham matrícula e proteção. Para financiar ações criminosas, bancar famílias de companheiros presos e pagar propina a agentes públicos em presídios, pagam mensalidade - "cebolas" - de 400 reais e rifas de 30 reais. Nesta sexta-feira, dez contas bancárias usadas para receber o dinheiro foram bloqueadas. A Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco) do Distrito Federal, com apoio de agentes de Goiás, Ceará e São Paulo, identificou 27 integrantes. Na tarde desta sexta-feira, quatro ainda estavam foragidos. Os demais serão alvos de ações nos próximos dias, a depender das investigações. Houve buscas em ao menos nove locais. Nos presídios paulistas, foram apreendidos celulares. O delegado Fábio Souza, chefe da Deco, adiantou que as autoridades de cada Estado vão pedir a transferência dos presos às respectivas varas de execuções penais. A partir daí, o "bonde" para presídios federais terá de ser negociado com o Ministério da Justiça. O objetivo é que os integrantes fiquem ao menos um ano nas unidades, com possibilidade de prorrogação por igual período. Questionado, Souza afirmou que estão sendo tomadas em todos os Estados envolvidos precauções para evitar rebeliões e ataques em represália ao eventual encaminhamento dos chefes da organização. "Não queremos nenhum deles aqui. Esperamos que o Judiciário rapidamente se manifeste", disse, acrescentando que o grupo montou uma cadeia de comando e tem planos de expansão. Pedro Antônio da Silva Júnior, o "Jovem", preso em Belém 1, Rafael Nogueira Moraes, o "Ramires", que cumpre pena em Parelheiros, e José Humberto da Silva, o "Trovão", detido em Fortaleza, são apontados como os chefes do PCC que davam ordens à célula do Distrito Federal. Segundo os investigadores, os três mantinham contato por meio de advogados e visitantes com Marcos Willians Camacho, o "Marcola", principal líder da facção no Brasil, hoje preso na Penitenciária de Presidente Venceslau, em São Paulo. Preso em Luziânia (GO), José Flávio Félix Barbosa, o "Paraíba", coordenava os presidiários, impondo a disciplina do PCC. Os presos vão ser indiciados por integrar organização criminosa, crime cuja pena prevista varia de oito a vinte anos de prisão.

2 comentários:

Sandra disse...

Vitor, super legal teu blog, parabéns, bom fim de semana. Abs, Sandra

Antonio Losovoi Matteucci disse...

Oi Vitor...
Lembro, agora, daquele Dep. também #PeTralha, que foi apanhado em uma reunião com membros do PCC aqui em São Paulo... Fico aqui pensando, e não é crime, ainda, pensar... Não seria esse, também, mais um foco de mobilização da sociedade, em busca da Hegemonia social pretendida pelo PT, que está clara e explicitamente declarada na última "Resolução do PT" (disponível no próprio site oficial do partido).. Vejam: se o PCC, que causou tudo o que causou em São Paulo faz alguns anos por terem seus chefes presos transferidos para penitenciárias de segurança máxima, se espalhou pelo Brasil, com uma probabilidade muito alta, se o governo, "cuidando" do caso, realmente executar a intenção de transferir todos os chefes ainda não presos para presídios de segurança máxima também, outra rebelião do mesmo tipo seria a consequencia... Ora, que motivo melhor o Governo Federal teria para propor a criação de uma polícia unificada (pretenção também declarada no documento citado anteriormente), desmilitarizada, e sob umcomento central?
O terror que o PCC seria capaz de causar na população poderia, também, provocar nela um desejo de intervenção do Governo Federal... Então, os #PeTralhas teriam a faca e o queijo nas mão para darem mais um passo em seu projeto de transformação do Brasil numa República Popular do Brasil! Não foi assim que a Venezuela chegou onde está?