domingo, 16 de novembro de 2014

Petrobrás pode causar fuga de investidor estrangeiro, diz jornal

Os problemas na Petrobras, com denúncias de corrupção e prisão de executivos da companhia e de empreiteiras prestadoras de serviços, levantam preocupação mais ampla nos investidores estrangeiros, que detêm boa parte das ações e bônus da petroleira brasileira, destaca o The New York Times. A possibilidade de que as denúncias de corrupção na Petrobras sejam a faísca inicial para desencadear um incêndio maior no Brasil não pode ser descartada, de acordo com o maior jornal dos Estados Unidos. O Times destaca que a Petrobras se endividou muito recentemente por meio de captação de recursos no mercado externo e os investidores estrangeiros, sobretudo dos Estados Unidos, estão entre os grandes compradores de papéis. Nos últimos cinco anos, a Petrobras vendeu US$ 51 bilhões em bônus no Eexterior, cerca de 25% de todas as emissões de dívida corporativa do Brasil, segundo o jornal. O veículo cita que a gestora Pimco, da Califórnia, é a maior detentora de papéis da dívida da Petrobras. A Fidelity é a segunda maior detentora e a Oppenheimer, a quarta. "A Petrobras é um investimento central em mercados emergentes", ressalta o Times. Economistas estimam, de acordo com o jornal, que estrangeiros financiaram cerca de metade do programa de investimento da petroleira. Poucas companhias de países emergentes atraíram tantos investidores estrangeiros como a Petrobras, ressalta o jornal. A empresa foi vista como um referencial para investidores que estavam em busca de exposição a países emergentes com alto crescimento e possibilidade de rentabilidade elevada, enquanto nos Estados Unidos os juros estavam próximos de zero. O cenário, porém, mudou, ressalta o Times em sua reportagem. Os países emergentes reduziram o ritmo de crescimento e, diante da perspectiva de elevação das taxas de juros nos Estados Unidos, o dólar se fortaleceu. A possibilidade de que a Petrobras seja um fator a desencadear uma venda maior de ativos financeiros no Brasil não pode ser deixada de lado, diz o texto. "O temor é que o pânico gerado pela venda de papéis de uma empresa ou país possa se alastrar rapidamente", de acordo com o Times. O jornal destaca que, por enquanto, este parece não ser o caso no Brasil, pois na sexta-feira, em meio a todos os problemas, a bolsa brasileira caiu apenas 1%. De qualquer modo, avalia que este risco não pode ser deixado de lado.

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