quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Presidente da Assembléia gaúcha defende imoral aposentadoria especial para deputados gaúchos


O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Gilmar Sossella (PDT), que responde a processo movido pela Polícia Federal, por coação e extorsão dos funcionários do Parlamento gaúcho a favor de sua campanha eleitoral, negou nessa quarta-feira que falte transparência e debate para a apresentação do projeto de lei que estabelece um regime de aposentadoria especial para os deputados estaduais gaúchos. O PLC 249/2014, de autoria da Mesa Diretora da Casa, altera o regime de aposentadoria dos parlamentares (hoje eles seguem as mesmas regras do setor privado), e será votado em plenário na próxima terça-feira. “Estamos batalhando isso há 30 anos. Os outros poderes levam a aposentadoria na integralidade dos vencimentos. Só nós é que não. Eu podia ter seguido carreira no Banco do Brasil, e hoje seria com certeza superintendente estadual, com aposentadoria de R$ 30 mil. Mas deixei a carreira para ser deputado, ajudar a população, e vou ganhar R$ 6 mil. Isso não é justo”, disse Sossela. A escolha de carreira a seguir foi exclusivamente dele, os gaúchos não têm nada a ver com isso. Questionado sobre se considera que o projeto teria apoio da sociedade, Sossella voltou a fazer comparações indiretas com o Judiciário: “Pergunte para a população se ela concorda com o que acontece com os outros poderes. Existem mais de mil juízes, mais de mil promotores, deputados são só 55. Não sei por que ficam só no nosso pé". Gilmar Sossella defendeu ainda que as famílias de parlamentares não podem ficar “desamparadas”, justificando o artigo do projeto, que estende o benefício aos dependentes em caso de morte do deputado. Sossella também citou a existência de um fundo para gerir o novo regime, mas ele não está previsto na lei: “Isso tudo será feito depois que a lei for regulamentada. Vamos acertar tudo". É o tipo da argumentação de jeca. O povo em geral pode ficar "desamparado", conforme ele, mas as famílias dos digníssimos parlamentares não pode?!!!"

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