sábado, 29 de novembro de 2014

Procuradores do Ministério Público Federal prevêem muitas prisões de políticos na Operação Lava Jato e até fechamento de partidos


O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Alexandre Camanho de Assis (foto), afirmou nesta sexta-feira (28), durante evento em Maceió, acreditar que a operação Lava Jato deve ter efeito similar à operação Mãos Limpas, na década de 90 na Itália, que resultou em prisões, condenações, extinção de partidos e redução de preços de obras públicas. "Se Deus quiser, a Lava Jato terá um efeito aqui parecido com a operação Mãos Limpas da Itália. Se as coisas correrem bem, pode ocorrer algo aqui igual, ou seja, partidos políticos fechados, com prisões e condenações. Temos a perspectiva de que isso ocorra", disse Assis, que participou do 12º Congresso Nacional do Ministério Público de Contas. Nos anos 90, a operação Mãos Limpas investigou mais de 5.000 pessoas envolvidas em casos de corrupção na Itália. Um dos punidos no escândalo foi o líder do PSI (Partido Socialista Italiano) e ex-primeiro-ministro Bettino Craxi. Alguns suspeitos chegaram a cometer suicídio, como o presidente da estatal do petróleo ENI, Gabriele Cagliari; e o empresário Raul Gardini. Estudos apontam que, após a operação, o valor médio das obras públicas caiu. Partidos também fecharam as portas após o escândalo. Para o presidente da associação de procuradores, o Brasil caminha nessa direção ao registrar avanços significativos no combate ao crime de colarinho branco nos últimos anos. "Nesta última década, a legislação tornou o combate à corrupção uma coisa mais fácil e com aparelhamento muito maior, prova disso é a operação Lava Jato", afirmou.  Assis ainda fez uma defesa de uma força maior aos ministérios públicos do País, que deveriam ser um "novo poder constituído." "Faço aqui um exercício de futuro. Seria o quarto poder no País um poder fiscal? No combate à corrupção, como em tantas outras coisas, pressupõe a necessária instrumentalização para combater o mal, o câncer público, e que se preserve o Estado funcionando bem com a estrutura de cidadania", disse. O procurador fez uma comparação da legislação de outros países e disse que não haverá avanços sociais plenos sem combate forte à corrupção. "Não há país no mundo que tenha conseguido melhorar suas prestações com a sociedade que não tenha acordado para o fato de que é preciso fiscalizar a aplicação do dinheiro, se administração está se desempenhado bem. Essa tarefa se tornou algo básico nas democracias contemporâneas. Para isso, é preciso ter um MP à altura dessa imensa responsabilidade". Durante os debates, o procurador Rodrigo Tenório ainda criticou o argumento que alguns advogados das empresas acusadas na Lava Jato usaram para o caso. "É risível que eles aleguem que foram extorquidos. Quer dizer que o sujeito é extorquido para ficar milionário? Não tem qualquer fundamento", disse. O avanço do combate à corrupção no Brasil também foi levantado pelo procurador José Alfredo de Paula Silva - um dos atuaram no processo do Mensalão. Ele defendeu a tese de "efeito didático" da condenação dos acusados no escândalo durante o primeiro mandato do governo Lula. "O Alberto Yousseff e o Paulo Roberto Costa eram operadores de um esquema. E eles só abriram a boca porque viram o que aconteceu Marcos Valério. Ele está preso! E não teve reforma de presídio para ele, que está comendo o pão que o diabo amassou, como todos os outros presos", afirmou. O procurador afirmou ainda como acredita funcionar a mente dos corruptos. "Nos crimes de colarinho branco, o raciocínio é bem simples, o pretenso criminoso faz uma relação de custo/benefício para ver se vale a pena delinquir. A impunidade entra como um estímulo. O Mensalão quebra esse paradigma, já que a ação tem começo, meio e fim, o que não ocorria nesse País - nem para uma condenação, nem para uma absolvição", disse.

Um comentário:

maluart8luzbrasil disse...

Tu e teu aliados hein Renan?. Até te entendo, tem teus crimes né? Até te entendo, afinal Lula esteve a teu lado, ao lado de Sarney e tal... Mas não aceito venderes tua nação por isso. Até pensei que poderias fazer diferente, tu, Jucá e outros.. Mas fostes de novo a decepção, a tragédia, a dor até mesmo dos que votaram na Dilma, sim porque todos nós , o povo brasileiro , todos nós iremos sofrer por causa de mais esse desmando. Mas tu deves estar tranquilo né? Teus filhos, teus netos, assim como o de todos os parlamentares que estão degradando nosso país , eles teus filhos devem ter orgulho de ti, e os filhos e netos de teus aliados né? Ou estudam no exterior e ninguém sabe quem são seus pais, é isso? Me digam deputados e Senadores que traem seu povo, o povo que os elege, ainda querendo acreditar que possam ser melhores. Me digam, como é se olhar no espelho todos os dia hein? Olhar-se e ver que vcs podem nos roubar, nos trair e vcs continuam ai impunes enquanto o povo morre em hospitais por falta de atendimento, sem escolas de qualidade e por ai vai, todos os rombos de escandâlos, o que vcs sentem? Sim por que vcs devem sentir alguma coisa né? Mas não é empatia e nem compaixão do povo, e eu acho que sei o que é. É falta de responsabilidade, de honra, de vergonha na cara, de amor por esse país. Voces já se corromperam tanto que não tem mais volta né?. Já venderam suas almas, Infelizmente senhores parlamentares vcs morreram e nem se deram conta. Mas tem uma força maior e vcs vão cair. Pois a justiça maior se fará nessa terra e não tarda.