quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Procuradoria Geral da República avisa que presente de Natal dos bandidos do Petrolão será bem amargo


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve pedir a abertura de inquérito contra pessoas acusadas nos depoimentos do doleiro Alberto Youssef assim que receber o conteúdo da delação premiada. Ele enviará as investigações contra pessoas com direito ao foro especial, como parlamentares e ministros, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os outros suspeitos serão alvo da Justiça Federal no Paraná. Isso deve acontecer nos próximos dias, já que o doleiro Alberto Youssef encerrou os depoimentos na terça-feira. Na avaliação de Janot, os conteúdos das delações de Youssef e do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, já são suficientes para embasar as investigações de corrupção na estatal. Outras delações premiadas devem ser acordadas entre o Ministério Público e outros suspeitos, especialmente dirigentes de empreiteiras que participaram do esquema de desvio de dinheiro público. Se os próximos depoimentos apresentarem novos indícios, outros inquéritos serão abertos no futuro. Os primeiros indícios de fraude na Petrobras foram enviados ao Supremo Tribunal Federal com base nos depoimentos de Paulo Roberto Costa. Janot, no entanto, pediu para que as investigações só fossem iniciadas depois que todas as delações premiadas foram concluídas. Agora, com os novos depoimentos de Youssef, o procurador pedirá a abertura de inquérito contra pessoas apontadas como participantes do esquema pelos dois delatores. Os casos tramitam em segredo de justiça. Não se sabe, portanto, quantas ou quais pessoas estão sendo investigadas. Se, depois da fase de inquérito, o Ministério Público apresentar denúncia contra os suspeitos, e se a justiça abrir ações penais contra os acusados, o conteúdo das delações poderá ser desvelado. As fraudes na Petrobras vieram à tona na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Até agora, foram presos dirigentes da estatal e também de empreiteiras envolvidas no esquema.

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