sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Proliferação de drones gera alerta de segurança


Fotógrafos amadores e cineastas de Hollywood têm usado drones para filmar cenas aéreas exuberantes. Geólogos os utilizam para descobrir rochas betuminosas no mar. Executivos da Amazon querem torná-los uma ferramenta de entrega de encomendas na casa dos clientes. Mas agora os drones – veículos não tripulados do tamanho aproximado de uma caixa de pizza – se tornaram acessíveis a todos os tipos de pessoas, gerando um alerta de segurança. Como o preço dos drones caiu e as vendas aumentaram, essas máquinas se tornaram ferramentas para grupos especializados em “pegadinhas” e até mesmo para criminosos. Nos últimos meses, controladores de drones tentaram levar contrabando para prisões e perturbar eventos esportivos em estádios. Grupos defensores dos direitos dos animais recorreram aos drones para perseguir caçadores de animais selvagens. Na França, mais de uma dezena de vôos ilegais sobre usinas nucleares enervaram autoridades. Essas atividades inusitadas estão obrigando os agentes encarregados da segurança pública a se preocupar com uma nova área, que antes era considerada segura. Para os grupos que insistem nos drones como ferramentas de trabalho legítimas, atividades que são pura brincadeira ou ilegais vêm se tornando uma inesperada e inoportuna dor de cabeça. A tendência é que autoridades de diversos países encontrem algum tipo de regulação – provavelmente bastante restritiva – para o uso desses equipamentos. Segundo a FAA (Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos), os drones vêm despertando uma preocupação de segurança, pois podem atingir desde pedestres até aviões comerciais. A agência informou que recebe 25 comunicações por mês de drones operando perto de aviões tripulados. “Os drones hoje estão nas mãos de todo tipo de pessoa, gente boa, gente ruim, vigaristas, crianças”, disse Patrick Egan, consultor em projetos comerciais com drones e editor do UAS News, site de notícias especializado em drones. Na maior parte dos casos, operar um drone é legal para fins de recreação, desde que os operadores sigam algumas diretrizes – como manter o aparelho abaixo de 120 metros de altura. Os preços em queda do aparelho – um modelo de quatro rotores com uma câmera embutida pode custar até US$ 500,00 – têm atraído mais compradores. A empresa de pesquisa aeroespacial Teal Group calcula que o mercado global de drones para uso civil passou a movimentar US$ 450 milhões este ano, aumento de 45% em relação ao ano passado. Os aparelhos agora aparecem rotineiramente em parques e casamentos, ou eventos esportivos ao ar livre. Delegacias de polícia em todo o país adquiriram drones para inspecionar pacotes suspeitos e para fiscalização, o que também levanta preocupações com a privacidade. 

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