sábado, 29 de novembro de 2014

Sobrevivente do Holocausto reencontra amiga que a salvou


Uma fundação de apoio a pessoas que arriscaram a vida para salvar judeus do Holocausto promoveu o reencontro de duas amigas em Nova York, no Dia de Ação de Graças. Um abraço apertado, demorado. Beijos cheios de afeto. E algumas palavras apenas por causa da dificuldade com o idioma. Sessenta e nove anos separaram Mira Wexle, sobrevivente do Holocausto, e Helena Weglowski, a amiga que salvou sua vida. Ela diz: "Eu estou extremamente feliz por ver Mira novamente. A gente brincava juntas. Mas a guerra destruiu tudo". Mira saiu do Brasil. Helena da Polônia, onde as duas tiveram uma infância feliz até os nazistas ocuparem o país. A família de Mira, que é judia, se escondeu na floresta. Foi quando Helena e o irmão Stanislaw decidiram arriscar a própria vida. "Ele levou a mim e a minha mãe para o curral, nos escondeu lá, nem falou para os pais e trazia comida escondido para gente. Como eu posso esquecer isso? Isso não tem preço. Ele tinha uns 8, 9 anos, não mais que isso”, lembra Mira. Helena conta que se lembra bem daqueles dias de horror. E que, se fosse preciso, faria tudo novamente. A comunicação entre elas é meio complicada, mas funciona mais ou menos assim: o Michael mora em Nova York. Ele faz a tradução do polonês - que a Helena fala - para o inglês. Aí, a Vivete, filha da Mira, traduz do inglês para o português. E elas vão botando o papo em dia. Mira e a mãe sobreviveram ao campo de concentração e se mudaram para o Rio de Janeiro. Helena permaneceu na Polônia. Agora, as duas estão unidas novamente por sentimentos que a guerra não destruiu. "É amor, é gratidão mesmo, é sinceridade. Essa amizade agora é para sempre, até Deus quiser", afirma Mira.

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