quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Dólar encosta em R$ 2,60 após comunicado do Banco Central sobre aumento dos juros


O dólar fechou com alta de mais de 1% ante o real nesta quinta-feira, após o Banco Central sinalizar que pode desacelerar o ritmo do aperto monetário, enfraquecendo as expectativas de que juros mais altos no Brasil poderiam atrair mais recursos externos. O dólar subiu 1,29%, a 2,58 reais na venda, chegando a 2,59 reais na máxima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,2 bilhão de dólares.  Na quarta-feira, o Banco Central apertou o passo e elevou a Selic em 0,50 ponto porcentual, a 11,75% ao ano, mas ressaltou que a decisão é momentânea e que os esforços adicionais de política monetária devem ser adotados "com parcimônia". No encontro anterior, o Banco Central havia surpreendido o mercado ao elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto. O comunicado levou investidores no mercado de juros futuros a apostarem em aperto monetário menor. A curva de DIs passou a indicar que o atual ciclo de altas de juros deve somar 1,50 ponto, levando a taxa básica a 12,50%. Quanto maior a alta dos juros, maior o rendimento dos ativos brasileiros, o que tende a atrair para o país capital externo em busca de ganhos. O avanço do dólar ganhou mais força após o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, afirmar que o BCE vai reavaliar o impacto de seus estímulos monetários no início do ano que vem. Parte do mercado esperava uma indicação mais forte de que o BCE pretendia realizar mais medias de estímulos, injetando recursos na economia global que poderiam migrar para países como o Brasil. Na cena doméstica, investidores aguardam agora mais detalhes sobre quais medidas serão adotadas pela próxima equipe econômica da presidente petista Dilma Rousseff para enfrentar a inflação alta e crescimento baixo. Nas mesas de câmbio, as atenções estão voltadas principalmente para o programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio, marcado para durar até o fim deste ano. A Bolsa de Valores também recuou nesta quinta-feira, impactada pela queda de 4,25% das ações da Petrobras. O Ibovespa caiu 1,71%, a 51.426 pontos. No ano, passou a mostrar variação negativa de 0,16%, enquanto na véspera ainda apresentava desempenho positivo, com alta de 1,58%. O volume financeiro nesta sessão somou 5,44 bilhões de reais, novamente abaixo da média diária do ano. A Petrobras conduziu a queda do Ibovespa desde a abertura, em mais uma sessão de baixa do petróleo e após a Moody's cortar o rating individual da empresa, medido pelo critério Baseline Credit Assessment (BCA), de Baa3 para Ba1, devido às investigações de corrupção. No Exterior, índices acionários recuaram após o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, relevar pressões por novas ações e dizer que a autoridade monetária da zona do euro vai reavaliar o impacto de seus estímulos monetários no início do próximo ano e tomar novas medidas se for necessário. 

Nenhum comentário: