sábado, 13 de dezembro de 2014

Efeitos do Petrolão: Petrobras não sabe mais quanto vale, quanto deve, quanto terá que pagar por ações na Justiça, e por isso não consegue fechar balanço


O caos na Petrobras é causado pela união inabalável entre Graça Foster e Dilma Rousseff. Parece haver um pacto entre as duas. Enquanto as vendas aumentaram R$ 6 bilhões no terceiro trimestre, a dívida cresceu R$ 29 bilhões no ano. É o caos na maior empresa do País. Sob o argumento de ocorrência de "novos fatos", em especial relacionados às denúncias reveladas na Operação Lava Lato, a Petrobras adiou de novo a divulgação de suas demonstrações financeiras do terceiro trimestre. A empresa informara que apresentaria nesta sexta-feira (12) o balanço sem o aval dos auditores independentes. O prazo para a apresentação das contas auditadas acabara em 14 de novembro, segundo as leis que regulam as empresas de capital aberto. A Petrobras não conseguiu cumprir o prazo legal porque a PwC (PricewaterhouseCoopers), sua auditoria externa, recusou-se a assinar as demonstrações, depois das denúncias de corrupção reveladas pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa à Justiça envolvendo gestores da empresa. Para receber de novo o aval da PwC, a empresa está sendo obrigada a dar baixa de valores acrescentados a seus ativos atribuídos a pagamento de propina. Mas ainda não há data para que as contas auditadas sejam apresentadas. A divulgação sem aval de auditoria atenderia à exigência de alguns contratos com credores, o que tinha como prazo o dia 30. Caso não conseguisse, vencimentos de dívidas seriam antecipados. Foi negociada com credores nova data como limite para essa apresentação - 31 de janeiro. Já as demonstrações auditadas devem ser apresentadas até novembro de 2015. A companhia divulgou só algumas informações, sem revelar lucro e geração de caixa, que medem sua saúde financeira. A receita de vendas cresceu 7%, de R$ 82,3 bilhões no segundo trimestre, para R$ 88,4 bilhões no terceiro. Em nove meses, o avanço foi de 9%, de R$ 223,8 bilhões para R$ 252,2 bilhões.  O crescimento, diz a empresa, foi resultado de maior exportação de petróleo e do aumento na demanda por derivados, no mercado interno. Entre julho e setembro, o preço do petróleo caiu quase 14%, de US$ 110,00 para US$ 95,00. Ponto de preocupação do mercado, a dívida cresceu 8% em três meses, de R$ 241,3 bilhões para R$ 261,4 bilhões. A Petrobras citou, como determinantes do adiamento, a denúncia do Ministério Público Federal contra 36 pessoas supostamente envolvidas no escândalo, a citação da empresa em ação coletiva, movida por minoritários nos Estados Unidos, e os depoimentos de ex-dirigentes da Toyo Setal em delação premiada. A empresa também alegou o fato de ter recebido notificação sobre investigação em andamento na SEC (órgão regulador do mercado de capitais americano).

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