quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Eneva, antiga MPX, entra com pedido de recuperação judicial


Mergulhada em dívidas, a empresa de energia Eneva, antiga MPX, que fazia parte do conglomerado do empresário Eike Batista, informou que, mediante orientação dos acionistas controladores, ajuizou hoje, na Comarca do Estado do Rio de Janeiro, pedido de recuperação judicial, em caráter de urgência. Atualmente, conforme o site da companhia, o maior acionista da Eneva é a alemã E.ON, com 42,9%, enquanto Eike Batista possui 20%. Desta forma, a Eneva se junta a outras empresas ligadas a Eike que entraram em recuperação judicial, casos da petroleira OGX, da empresa de construção naval OSX e da MMX Sudeste Mineração, controlada pela MMX Mineração e Metálicos. Segundo o fato relevante, o pedido de recuperação judicial ocorre em virtude da não revalidação do acordo para suspender a amortização e o pagamento de juros de operações financeiras contratadas pela companhia e determinadas subsidiárias com seus credores financeiros, expirado em 21 de novembro de 2014. Outro fato é o de não ter sido alcançado um acordo entre a companhia e instituições financeiras na implementação de um plano de estabilização visando ao fortalecimento da estrutura de capital e medidas para o reperfilamento de suas dívidas financeiras. "Uma vez deferido o pedido de recuperação judicial, ficará suspensa a exigibilidade de todas as dívidas concursais da companhia e de sua controlada Eneva Participações, no valor total de R$ 2,33 bilhões (data-base 30 de novembro de 2014)", diz a companhia. As demais subsidiárias da Eneva não foram incluídas no pedido de recuperação judicial e as usinas permanecem em operação normalmente, segundo o fato relevante. A companhia terá 60 dias, contados do deferimento da recuperação judicial, para apresentar seu plano de recuperação judicial. Ainda conforme o comunicado, a posição de caixa e equivalentes de caixa da companhia, em 30 de novembro de 2014, era de R$ 78,3 milhões. "Ao longo dos últimos meses, no âmbito dos esforços empreendidos pela administração da companhia com o objetivo de concretizar a sua estabilização financeira, foram obtidos relevantes avanços (...), especialmente o aumento de capital privado da companhia, no valor de aproximadamente R$ 175 milhões; a venda de 50% das ações de emissão da Usina Termelétrica Pecém II, por R$ 408 milhões". A companhia também cita, entre outros itens, a alteração da forma de verificação e pagamento de indisponibilidade (ADOMP) das usinas e o ressarcimento à companhia dos valores pagos a maior pelas Usinas Termelétricas Pecém I e Itaqui, totalizando mais de R$ 360 milhões e a celebração do termo de compromisso com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para adequação das obrigações de fornecimento de energia pela Usina Termelétrica Parnaíba II, juntamente com a conclusão das obras e o início das operações em teste da celebração de contrato para venda da participação da Eneva em Pecém I por R$ 300 milhões.

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