terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Jornal britânico Financial Times diz que Petrobras virou "vergonha nacional"


O jornal britânico Financial Times publica na edição impressa desta terça-feira uma ampla reportagem sobre a crise na maior estatal brasileira, a Petrobras. Para a publicação, o esquema de corrupção na petroleira transformou a companhia, que já foi "orgulho do Brasil", em motivo de "vergonha nacional". O texto destaca ainda a hipótese de a empresa entrar em "calote técnico" (default) pelos atrasos na divulgação dos resultados financeiros. "A Petrobras, que em 2007 era o orgulho do Brasil após anunciar as maiores descobertas de petróleo offshore do mundo em décadas, hoje corre o risco de se tornar um pária entre os investidores e uma vergonha nacional para os brasileiros", diz o texto do Financial Times, ao lembrar das denúncias de corrupção que envolvem diretores da empresa e grandes empreiteiras. A reportagem lembra ainda que a petista Maria das Graças Foster, que comanda a companhia desde 2012, já teria entregue o cargo à presidente Dilma Rousseff. O Financial Times lembra ainda que, diante do caso, a empresa tem atrasado a divulgação de números e isso poderia acarretar situação de "calote técnico". "Se a Petrobras não for capaz de divulgar os resultados financeiros auditados até 30 de abril, a empresa, que é uma dos maiores tomadores de empréstimos corporativos do Brasil com dívida estimada pela agência de classificação de risco Moody's em 170 bilhões de dólares, poderia desencadear um default técnico", diz o Financial Times. O default técnico aconteceria porque a estatal não consegue cumprir uma das cláusulas previstas na emissão dos títulos de dívida que é a divulgação de dados financeiros conforme calendário predeterminado. Na segunda-feira, o fundo de hedge Aurelius, que esteve nos holofotes do calote técnico da dívida soberana argentina, lançou campanha para notificar a estatal pelo descumprimento da cláusula que previa divulgação do demonstrativo financeiro não auditado do terceiro trimestre 90 dias após 30 de setembro. "Tudo isso faz parte de uma tempestade perfeita para a empresa. Críticos dizem que isso é resultado dos anos de uso indevido da Petrobras pelo governo como um instrumento de política industrial e monetária em detrimento dos acionistas minoritários", diz o Financial Times.

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