segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Lula fala a Comissão Nacional da Verdade, diz que militares cometeram a burrice de prendê-lo, mas não fala da acusação de que era delator de companheiros

O ex-presidente e alcaguete Lula falou na manhã desta segunda-feira, 8, em São Paulo, à Comissão Nacional da Verdade. Durante pouco mais de uma hora, relembrou as dificuldades que enfrentou durante a ditadura, na parte final da década de 1970, quando liderou uma série de grandes greves que começaram na região do ABC Paulista e acabaram se estendendo por todo o País. As assembléias organizada pelo sindicato eram constantemente monitoradas por agentes da polícia política. Numa delas, no Estádio da Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, um helicóptero do Exército sobrevoou a área, com o objetivo de intimidar os participantes. Em 1980, na mais longa daquelas greves, que durou 41 dias, a Justiça Militar da União determinou a prisão de Lula, com base na Lei de Segurança Nacional, após o movimento grevista ter sido declarado ilegal. Diante da Comissão da Verdade, ao relembrar aquele episódio, o ex-presidente da República disse: “Os militares cometeram a burrice de me prender". Ele só não fez referência à acusação do delegado aposentado Romeu Tuma Jr, o qual afirma que ele delatava companheiros para o Dops paulista, durante a ditadura militar. A acusação está em seu livro "Assassinato de reputações". Lula foi julgado e condenado em primeira instância pela Justiça Militar. Também foi afastado da presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Mais tarde, porém, o Superior Tribunal Militar decidiu pela sua absolvição. A Comissão da Verdade foi representada no encontro pelos petistas sociólogo Paulo Sérgio Pinheiro e a psicanalista Maria Rita Kehl. 

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