quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Petrobras e bancos fecham no vermelho, e puxam Bolsa para baixo

Influenciado pela instabilidade das ações da Petrobras e dos bancos, o principal índice da Bolsa brasileira fechou esta quinta-feira (18) em queda. Com isso, destoou do clima positivo nos mercados internacionais, que refletiram a sinalização por parte do banco central dos Estados Unidos de que será paciente para subir os juros naquele país. O Ibovespa teve desvalorização de 0,45%, para 48.495 pontos. O volume financeiro foi de R$ 6,047 bilhões. As ações da Petrobras, que chegaram a subir mais de 7%, fecharam em queda: -2,07% nas preferenciais (sem direito a voto), para R$ 9,46, e -0,22% nas ordinárias (com direito a voto), para R$ 9,02 cada uma. Segundo analistas, a mudança na tendência desses papéis seguiu a virada no preço do petróleo no Exterior, que, depois de ter começado o dia em alta, fechou no vermelho. "A ação da Petrobras está muito volátil, é natural esse movimento que vimos hoje. Vejo o desempenho da Bolsa hoje com o Ibovespa retornando à sua tendência principal, que é de baixa. Teve apenas um 'repique' (retomada de curto prazo). Acho que, até o fim do ano, o Ibovespa vai continuar instável, oscilando entre 47 mil e 50 mil pontos", disse Filipe Machado, da Geral Investimentos. Para Machado, o que influencia a tendência de baixa da Bolsa é a queda das commodities, além do fato de os emergentes estarem sofrendo com incertezas econômicas e os Estados Unidos se recuperando de maneira consistente. "No Brasil, a nova equipe econômica ainda não assumiu. Em suas falas, os novos ministros têm mostrado que querem transparência e ajuste fiscal. A partir do momento que forem tomadas medidas, se elas agradarem, o mercado pode mudar de tendência. Até lá, nada muda", acrescentou. A avaliação de Wagner Caetano, diretor da consultoria Cartezyan, é que foi natural o ajuste da Bolsa nesta quinta-feira, depois de ter subido 3,63% na véspera. "Ontem, com o vencimento de opções, os estrangeiros dobraram a posição que eles tinham em compra de índice futuro. Com isso, o dólar teve uma queda muito forte, que foi mantida hoje. Isso significa que está tendo entrada de capital estrangeiro no País, especialmente para a renda variável", disse. A sinalização do Fed (banco central dos Estados Unidos) de que será paciente para subir os juros naquele país, segundo operadores, deixou os estrangeiros mais dispostos a tomar riscos em aplicações de mercados emergentes. Com isso, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu pelo segundo dia. A baixa foi de 1,67% sobre o real, para R$ 2,655 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 1,70%, também para R$ 2,655. Depois de ter ficado entre as maiores altas do Ibovespa na véspera, o setor siderúrgico caiu nesta quinta-feira. As ações preferenciais da Usiminas perderam 5,61%, para R$ 5,05 cada uma, enquanto a CSN viu seu papel recuar 4,17%, para R$ 5,29. Na contramão do setor, a Gerdau subiu 1,89%, para R$ 9,17, após analistas do Bank of America Merrill Lynch terem elevado a recomendação da siderúrgica para compra, embora tenham reduzido o preço-alvo da ação para R$ 12,00. A Embraer resistiu à queda do dólar – que prejudica companhias com receitas em moeda americana, como ela – e subiu 0,63%, para R$ 24,00. 

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