quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Por trás da fúria de Janot havia uma lista


Conhecido pelo estilo pacato e distante, Rodrigo Janot, o chefe do Ministério Público no Brasil, surpreendeu nesta terça-feira ao disparar críticas duríssimas sobre o propinoduto montado na Petrobras e prometer que a resposta aos corruptos que assaltaram a estatal será firme. Muita gente, especialmente nos gabinetes do governo e do Congresso, não entendeu. Uma informação, porém, pode ajudar a esclarecer o que deixa ansioso o procurador-geral da República: nesta quarta-feira, Janot recebeu o teor dos depoimentos do doleiro Alberto Youssef prestados no acordo de delação premiada na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Janot aguardava a lista de envolvidos com foro privilegiado citados por Youssef – leia-se: dezenas de políticos influentes – para apresentar o pedido de abertura de investigação. No começo de novembro, Janot enviou ao relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o ministro Teori Zavascki, uma relação com cerca de trinta nomes envolvidos na operação que foram citados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. A expectativa é que, com a chegada da nova delação, em breve uma lista de parlamentares investigados seja revelada. Ou seja: o conteúdo explosivo dos documentos parece explicar por que Janot explodiu.

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