sábado, 13 de dezembro de 2014

Vaccari diz ao partido que secou a fonte de contribuições das empresas por causa do Petrolão


O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, recomendou na sexta-feira (12) "criatividade" ao partido para bancar a festa de posse da presidente Dilma Rousseff. Reunido com petistas, ele admitiu que a explosão da Operação Lava Jato, aliada à crise internacional, afugenta potenciais colaboradores. E, queixando-se da falta de recursos, sugeriu que os diretórios municipais do PT se cotizem para garantir público na festa de posse da presidente, no dia 1º de janeiro. "Os doadores estão com medo", disse Francisco Rocha, o "Rochinha". De acordo com participantes, Vaccari fez questão de frisar que seu nome não está entre os denunciados pelo Ministério Público Federal por participação no esquema na Petrobras. Mais uma vez, negou irregularidades. Ele reconheceu, porém, impacto na arrecadação do partido. Informou que a redução, em cerca de 20%, provocará significativa perda de receita no ano que vem. A crise provocada pelo escândalo na Petrobras foi o tema principal do encontro, que reuniu as correntes que compõem a chapa que controla o partido. Na reunião, Vaccari defendeu o financiamento público de campanha eleitoral como forma de combate à corrupção. Para ele, o partido arrecadaria mais caso fosse aprovada uma fórmula que mescla financiamento público e teto de contribuição de pessoa física (em R$ 100 mil). "O problema é que todos os doadores estão presos", lamentou um dirigente petista. O anúncio de vacas magras ocorre num momento em que coordenadores das campanhas estaduais pedem socorro ao comando nacional. O coordenador do comitê de Alexandre Padilha, derrotado na disputa ao governo de São Paulo, Emídio Souza, calcula em R$ 30 milhões a dívida da campanha. Segundo ele, o prejuízo é do partido. Vaccari discorda. Ao deixar a discussão, o presidente do PT, Rui Falcão, brincou ao comentar sua pauta. Numa menção a termos como "revitalização", afirmou: "Nunca falei tanto ré'".

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