domingo, 31 de agosto de 2014

ISRAEL QUER AJUDAR A RECONSTRUIR GAZA EM TROCA DO DESARMAMENTO DO GRUPO TERRORISTA HAMAS

Israel e os países árabes devem trabalhar juntos para reconstruir a Faixa de Gaza enquanto desarmam os militantes do Hamas que controlam o território, disse o ministro das Finanças israelense, Yair Lapid, neste domingo. Lapid fez os comentários quase uma semana após Israel e os militantes do Hamas chegarem a um acordo de trégua para dar fim ao conflito mais recente em Gaza, que durou quase dois meses e destruiu a região. "Nós precisamos de uma conferência regional, com os egípcios, os sauditas, os Estados do Golfo", disse o ministro - membro do partido de centro Yesh Atid: "Essa conferência deveria focar em uma coisa, assegurar que a reabilitação ocorra junto com a desmilitarização". Ele não esclareceu como prevê a desmilitarização do grupo terrorista em Gaza, já que o Hamas prometeu nunca desistir de suas armas. Lapid também não deixou claro quão receptivos foram os países árabes - alguns deles, como a Arábia Saudita, sem laços formais com Israel - à idéia da conferência. Ele não disse se algum país já havia sido consultado sobre a proposta. O Hamas, no entanto, reafirmou sua decisão de continuar armado. "Essa é uma demanda estúpida, e ninguém do povo palestino iria concordar com uma coisas dessas. Nossas armas são usadas para defender nosso povo, e esse direito foi garantido pelos céus e pelas leis humanas", criticou o porta-voz do grupo em Gaza, Mushir al-Masri. Também neste domingo, Israel anunciou que iria começar a expropriar mil acres de terra na Cisjordânia, uma medida que poderia abrir espaço para a construção de um novo assentamento judeu.

BETO ALBUQUERQUE DIZ QUE "AUTORITÁRIO É QUEM ACHA QUE PODE GOVERNAR SÓ COM PARTIDOS"

A candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, reafirmou no sábado sua promessa de campanha de ficar acima das trocas de acusações entre candidatos. Em encontro com jovens militantes em uma casa noturna no Centro do Rio de Janeiro, Marina Silva disse se recusar a responder “na mesma moeda” às acusações dos adversários Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). O discurso, porém, foi atropelado minutos depois pelo candidato a vice-presidente Beto Albuquerque (PSB) que rebateu, em tom ríspido, críticas feitas pelos rivais Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). “Autoritário é quem acha que pode governar só com partidos. Autoritário é quem acha que tem de entregar ministérios para políticos em troca de tempo de televisão”, afirmou Beto Albuquerque. Dilma tinha afirmado que “quem não governa com partidos está flertando com o autoritarismo”. Albuquerque também reagiu à provocação de Aécio Neves, que tinha tachado a proposta “marineira” de uma versão “genérica” do programa tucano. “Ele que publique o programa de governo dele para depois falar do programa dos outros”, reclamou. Ao responder às críticas da campanha tucana de que falta experiência administrativa para Marina Silva, Beto Albuquerque (socialista gaúcho, originário de grupo do velho Partidão, o Partido Comunista Brasileiro) comparou a eleição do ex-presidente e alcague Lula (delatava companheiros para o Dops paulista durante a ditadura militar, conforme Romeu Tuma Jr.) em 2002 à situação da candidata socialista. “Aécio quer repetir o erro que o governo atual cometeu de achar que o Brasil precisa de gerente. Marina é uma líder nata, muito parecida com o Lula que sofreu preconceitos”, afirmou. Em discurso aos jovens engajados na campanha de Marina, Albuquerque confrontou a prometida autonomia operacional do Banco Central em um futuro governo. Apesar de a independência pressupor liberdade para elevar juros a despeito das preferências do governo, Beto Albuquerque afirmou que os juros já estão elevados demais e não devem ser a única forma de combate à inflação. “Não enxergamos no aumento da taxa de juros o remédio correto para combater a inflação. É um custo muito caro ao País. Não vamos falar do futuro, mas nossa posição é de que pagar 28 bilhões de reais dos cofres públicos para cada ponto percentual de aumento dos juros é um contrassenso. O Brasil tem que trabalhar com juros razoáveis e dignos e o governo tem que fazer sua parte”, argumentou.

MST INVADE FAZENDA DO SENADOR EUNÍCIO OLIVEIRA, DO PMDB, CANDIDATO AO GOVERNO DO CEARÁ; É UMA INVASÃO ESCANDALOSAMENTE POLÍTICO-ELEITORAL DOS TERRORISTAS

O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), organização clandestina e terrorista, invadiu neste domingo, 31, a Fazenda Santa Mônica, de propriedade de Eunício Oliveira (PMDB), senador e candidato a governador do Ceará. De acordo com a organização terrorista, três mil famílias estão no local. Eunício deixou o tema exclusivamente com o diretor administrativo da agropecuária, Ricardo Augusto. Para Augusto, a invasão foi um ato "surpreendente". Segundo nota do diretor, a fazenda é produtiva e está localizada em Goiás, em uma região sem conflitos agrários. "É uma propriedade que observa todas as normas da legislação trabalhista, tributária e ambiental, inclusive com áreas de proteção e de guarda de espécies da fauna silvestre homologadas pelo Ibama", argumentou.

AÉCIO NEVES GARANTE, É CERTA A DERROTA DA PETISTA DILMA ROUSSEFF NA ELEIÇÃO

Candidato do PSDB à presidência da República, o senador Aécio Neves afirmou no início da tarde deste domingo, 31, que já é certa a derrota de Dilma Rousseff (PT) na eleição. "O atual governo fracassou, essa é a questão central, e não vencerá as eleições o grupo que está hoje no poder", cravou o tucano, que voltou a criticar o programa de governo da adversária Marina Silva, do PSB. Segundo Aécio Neves, que participou de jogo com artistas e políticos no centro de futebol do ex-jogador Zico na zona oeste carioca, o PSB traz em seu programa temas defendidos historicamente pelo PSDB, e já criticados em um passado recente por Marina Silva e pela presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT. Depois de dizer que Dilma não vencerá, Aécio Neves afirmou que das "duas alternativas competitivas que aí estão", uma é a do PSDB (a outra, a do PSB). "Apresentamos uma alternativa absolutamente coerente com nosso passado, com aquilo que pensamos lá atrás, e com o que queremos fazer pelo Brasil. E a população brasileira terá a oportunidade de avaliar entre essas propostas, até porque não há nada mais velho na política do que o discurso adaptado às circunstâncias do momento", disse ele, em referência às corriqueiras críticas que Marina Silva faz ao que tem chamado de "velha política". Aécio Neves rebateu as críticas do candidato a vice de Marina Silva, o deputado federal Beto Albuquerque. No sábado, 30, à noite, em evento no Rio de Janeiro, Albuquerque afirmou que, para criticar o programa de Marina Silva, Aécio Neves deveria primeiro lançar o seu. "As diretrizes foram lançadas. Talvez o candidato Beto não esteja acompanhando de perto as discussões que fizemos ao longo dos últimos anos. Será lançado nos próximos dias, em data pré-estabelecida, mas não é pra se ofender", disse Aécio Neves. "Eu apenas encontrei no programa do PSB as defesas das mesmas posições que nós defendemos historicamente, no ponto de vista da macroeconomia, da transformação do Bolsa Família em um programa de Estado, a meritocracia no setor público. Lamento apenas que, no momento em que implementamos essas medidas, nenhum deles estava ao nosso lado para ajudar", afirmou.

EMIRADOS ÁRABES FORNECERÃO US$ 9 BILHÕES EM DERIVADOS DE PETRÓLEO PARA O EGITO

O Ministério do Petróleo do Egito disse neste domingo que os Emirados Árabes Unidos irão fornecer "cerca de 9 bilhões de dólares" em produtos de petróleo para o Egito no próximo ano, como parte de um acordo que irá entrar em vigor na segunda-feira. O porta-voz do ministério, Hamdy Abdelaziz, disse em nota que o contrato entre a estatal Companhia Geral Egípcia de Petróleo e sua contraparte, a Companhia Nacional de Petróleo de Abu Dhabi, ajudará a atender parte da demanda de petróleo do Egito no próximo ano.

SEGMENTO DE ENERGIA EÓLICA VAI INVESTIR R$ 15 BILHÕES NO BRASIL EM 2014

O segmento de energia eólica vai investir cerca de 15 bilhões de reais no País neste ano. E a perspectiva é manter esse patamar de investimentos nos próximos anos, incluindo a participação nos leilões de energia promovidos pelo governo, de acordo com a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica), Elbia Melo. Em dez anos, a energia eólica deve corresponder a 11% da  matriz energética brasileira, segundo estimativa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Para Elbia, um dos maiores desafios do setor no Brasil é o desenvolvimento da cadeia produtiva para garantir o andamento dos projetos e manter o índice de nacionalização, critérios básicos para conseguir financiamento do BNDES. Ela concorda com as exigências, mas lembra que a cadeia produtiva tem que evoluir rapidamente para que os projetos possam entregar a energia contratada nos leilões: "É um desafio que chamamos de emergencial. Temos que fabricar equipamentos. O adensamento da cadeia produtiva talvez seja hoje o ponto de maior atenção". O chefe do departamento da área de operações industriais do BNDES, Guilherme Tavares Gandra, explicou que o critério foi adotado em 2012 dentro da modelagem dos financiamentos para incentivar o desenvolvimento da cadeia produtiva nacional. "Desde o início da metodologia, temos cerca de 22 novas unidades industriais e 15 expansões. Estamos falando aqui de 37 projetos de investimentos", diz ele. Na avaliação de Elbia Melo, com a diversificação da matriz energética brasileira que já está acontecendo, a tendência é a redução da participação das hidrelétricas e de aumento das fontes renováveis no futuro. "Nesse processo, a energia eólica é a atriz principal. Ela vai ser rapidamente a segunda fonte a participar da matriz. Do ponto de vista da oferta, nós não temos problema em termos de potencial. O setor eólico está em um momento virtuoso e vai continuar nesta trajetória, tendo em vista a base que a indústria construiu no Brasil", explica. Segundo a presidente da Abeeolica, um fator importante que será trabalhado neste momento é encaminhar ao governo o pedido de escalonar as entregas de energia do que foi vendido nos leilões. "Essa é uma demanda importante que a indústria vai levar para o governo. Não fica em um período único e as fábricas têm tempo de programar a sua produção", diz. (Veja)

SE ELEITA, MARINA DEVE PÔR EM XEQUE MODELO DE COALIZÃO - PT E PMDB NÃO DEVEM COMPOR BASE ALIADA EM UM EVENTUAL GOVERNO PSB

Com uma base no Congresso que deverá ser semelhante à do ex-presidente Fernando Collor, a eventual eleição da candidata do PSB, Marina Silva, deve pôr em xeque o modelo de presidencialismo de coalizão que sustenta as relações do Executivo com o Legislativo desde a redemocratização, em 1985, e deverá levá-la a uma dependência grande do PSDB. Como há uma rejeição forte do grupo da candidata ao PMDB, e o PT já sinaliza que migrará para a oposição se Marina for eleita, a expectativa é que a sigla tucana integre o centro de forças de um eventual governo da ex-ministra do Meio Ambiente, formando a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados, atrás de petistas e peemedebistas. A agenda legislativa anunciada por Marina até o momento reforça essa expectativa: ela pretende aprovar duas grandes reformas constitucionais, a política e a tributária, que precisam do apoio de ao menos 308 dos 513 deputados federais. A “tucanodependência” de Marina tem ainda outro motivo: o PSB tem boa interlocução com a sigla. São três os principais nomes a fazer esta ponte. O deputado Márcio França (PSB), tão próximo do PSDB que nesta eleição concorre como vice do governador Geraldo Alckmin; Walter Feldman (PSB), atual coordenador da campanha da ex-ministra, ex-tucano; e Roberto Freire (SP), presidente do PPS, antigo aliado do PSDB. Além deles, o ex-governador José Serra (PSDB), que concorre ao Senado por São Paulo, é um interlocutor no partido. A ex-ministra já declarou que gostaria de contar com o apoio de Serra caso ele seja eleito. Por meio do PSDB, outros partidos poderiam aos poucos aderir a um eventual governo Marina e lhe dar a maioria que ela precisa. Caso, por exemplo, do PSD de Gilberto Kassab. Secretário-geral do partido, o ex-deputado Saulo Queiroz acha que o PSDB não terá outro caminho a não ser apoiá-la e diz que a sua própria sigla poderia integrar sua base. É do jogo. “Todo mundo que não está no jogo da Dilma poderá fazer o jogo da Marina. Não mantivemos nenhum cargo no governo Dilma. O único que temos é uma indicação pessoal dela, não do partido. Até mesmo uma aproximação com o PSD é perfeitamente viável, por que não?” Segundo Queiroz, compor maiorias no Congresso “não é difícil” com “uma coisa em mãos chamada poder”. Estimativa feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a pedido do jornal O Estado de S. Paulo, aponta que Marina teria um apoio consistente de 80 a 120 deputados, no máximo, na próxima legislatura. Esse seria o chamado “núcleo duro” da presidente, formado por parlamentares eleitos pela coligação dela e de outros que passam a apoiar o governo após as eleições. Marina também deve ter o apoio condicionado de 213 a 253 deputados. O Diap prevê que 180 deputados fariam oposição frontal a uma gestão Marina. Os dados são semelhantes aos que Collor teve durante seu governo, entre 1990 e 1992. Para a aprovação de um projeto de lei, são necessários 257 dos 513 deputados. Para emendas constitucionais, são necessários 308 votos. Para o atual líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), o debate de propostas com os congressistas num governo Marina será em cima de “temas pactuados”. O modelo idealizado é o mesmo colocado em prática pelo presidente Itamar Franco (1992-1994): escolhas pessoais para os ministérios e maiorias eventuais para aprovar projetos. “Duvido que alguém vai querer um ministério, uma emenda e que o governo vai pressionar alguém para votar”, afirmou o senador Pedro Simon, líder do governo Itamar no Senado e aliado de Marina. Ele citou como padrão de comportamento a aprovação das propostas que culminaram na criação do Plano Real. Entretanto, os críticos deste modelo lembram que o governo Itamar foi tampão e se deu antes da intensa polarização entre PT e PSDB na política nacional. (Claudio Humberto)

MARINA SILVA FATURA R$ 1,6 MILHÃO COM PALESTRAS, MAS NÃO REVELA NOMES DOS CLIENTES NEM O CACHÊ

Sem cargo público, mas com um capital eleitoral de quase 20 milhões de votos depois de perder a última eleição presidencial, a ex-senadora Marina Silva abriu em março de 2011 uma empresa para proferir palestras e faturou R$ 1,6 milhão com a atividade, até maio deste ano. Marina sempre manteve em segredo os detalhes sobre a atividade que virou sua principal fonte de renda desde que deixou o Senado. Agora candidata à Presidência da República, ela aceitou revelar o valor de seus rendimentos após questionamento da Folha. Em pouco mais de três anos, Marina diz que assinou 65 contratos e fez 72 palestras remuneradas. Ela se recusa a identificar os nomes das empresas e das entidades que pagaram para ouvi-la, alegando que os contratos têm cláusulas de confidencialidade. No ano passado, a própria Marina pediu a entidades que a tinham contratado para não divulgar seu cachê, como a Folha informou em outubro. Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que também cobram por palestras desde que deixaram o cargo, mantêm igualmente em segredo valores e identidades de clientes. O faturamento bruto da empresa de Marina lhe rendeu, em média, R$ 41 mil mensais. O valor é mais que o dobro dos R$ 16,5 mil que ela recebia como senadora no fim de seu mandato, em 2010. Os rendimentos da empresa de Marina aumentaram ano a ano, saltando de R$ 427,5 mil em 2011 para R$ 584,1 mil no ano passado. Em 2014, por causa das eleições, Marina assinou só um contrato, de R$ 132,6 mil, para apresentações em quatro países da América do Sul. As últimas cinco cinco palestras foram gratuitas - antes do início oficial da campanha eleitoral, em julho -, segundo informou sua assessoria. O valor do último contrato remunerado fechado pela empresa de Marina se aproxima do valor total dos bens que ela declarou à Justiça Eleitoral como candidata à Presidência da República. Ela estimou em R$ 135 mil o valor de seu patrimônio pessoal, que inclui uma casa e seis terrenos em Rio Branco, a empresa criada para contratar sus palestras e uma conta no Banco do Brasil. Em 2010, Marina estimou o valor de seus bens em R$ 149 mil.
SALA FECHADA
Com capital de R$ 5.000,00 e sede em Brasília, a empresa M. O. M. da S. V. de Lima foi registrada em 2011 com as iniciais do nome completo da candidata: Maria Osmarina Marina da Silva Vaz de Lima. A empresa tem a ex-senadora como única proprietária e foi criada como de pequeno porte exclusivamente para ela proferir palestras e participar de seminários e conferências. Segundo a assessoria de Marina, a empresa tem somente um funcionário. Para que se enquadre como de pequeno porte, o negócio precisa ter faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões, de acordo com exigências da legislação específica. A empresa funciona numa sala de cerca de 40 m² alugada por R$ 1.507,30 mensais, ao lado do Instituto Marina Silva, que intermedeia palestras gratuitas e ocupa outras cinco salas no mesmo edifício. Na sexta-feira (28), a Folha visitou a sede da empresa, que estava fechada. Os funcionários do instituto abriram o escritório, que tem uma antessala e uma sala de reuniões, onde se encontra uma mesa oval com sete cadeiras. Criado para cuidar de projetos da área ambiental e atividades como a digitalização do acervo de Marina, o instituto é uma associação privada mantida com a renda da ex-senadora e com doações. Entre as principais doadoras está a herdeira do banco Itaú Neca Setúbal, que atualmente coordena o programa de governo da candidata.(Folha de São Paulo)

EX-MOTORISTA DA ROSE DO LULA E DE GILBERTO CARVALHO DIZ QUE PRESIDENTE DO BANCO DO BRASIL FAZIA PAGAMENTOS EM DINHEIRO VIVO

Aldemir Bendine fazia vultosos pagamento em dinheiro vivo, denuncia ex-motorista do PT.
O ex-motorista do Banco do Brasil Sebastião Ferreira da Silva, 69, disse em depoimento ao Ministério Público Federal que fez vários pagamentos em dinheiro vivo a mando do presidente da instituição, Aldemir Bendine. Ferreirinha, como é conhecido, disse que em certa ocasião Bendine, após subir de mãos vazias num prédio dos Jardins (zona oeste de São Paulo), saiu com uma sacola repleta de maços de notas de R$ 100. Segundo ele, a sacola foi entregue depois ao empresário Marcos Fernandes Garms, amigo de Bendine. O depoimento do motorista, ao qual a Folha teve acesso, gerou a abertura de um procedimento de investigação contra Bendine, em junho, por suspeita de lavagem de dinheiro. É uma etapa preliminar do trabalho do Ministério Público Federal, quando os procuradores buscam provas para embasar um eventual processo. Ferreirinha tem um histórico de anos de serviços prestados ao PT e ao Banco do Brasil. Em 2002, foi contratado para a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva. No ano seguinte, passou a trabalhar para a Presidência da República em São Paulo, cujo escritório ocupa o terceiro andar de um prédio do BB na avenida Paulista. O motorista trabalhou para a Presidência até 2007, quando foi desligado do quadro após ter se desentendido com a então chefe do gabinete da Presidência, Rosemary Noronha - amiga pessoal de Lula demitida em 2012 por suspeita de tráfico de influência em agências do governo. Nesse período, Ferreirinha dirigiu sobretudo para Gilberto Carvalho, então chefe de gabinete de Lula, hoje chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Dilma Rousseff (PT). O motorista Sebastião Ferreira da Silva, 69, o Ferreirinha, afirmou ao Ministério Público Federal que fez quatro pagamentos em dinheiro vivo a pedido do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. À Folha ele detalhou como atuou.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista.
- Folha - Como era seu trabalho no banco?
Sebastião Ferreira da Silva - O horário que ele pedia eu estava lá, à disposição. Se pedia às 5h, às 7h... A gente levava ele onde ele queria. Eu também fazia pagamentos a pedido dele.
- O sr. pode contar como esses pagamentos eram feitos?
- Duas vezes fui a Taubaté (SP) com uma quantidade de dinheiro muito grande, que levava no carro. Teve um dia, no fim de semana, que esse dinheiro dormiu no porta-malas do carro na minha casa.
- Como ele dava o dinheiro?
- Dentro de uma sacola comum, dessas de papel. Sacola de loja. E dizia: "Olha, aqui tem R$ 86 mil. Aqui dentro tem R$ 182,6 mil". Foram duas vezes que eu fui lá fazer esse pagamento. Era uma loja de uma moça que era da família dele. [Foi] Em 2009, mais ou menos. Não sei o nome dela.
- Como ele pedia para fazer esses pagamentos?
- Ele me chamava na sala dele, na sede do banco da avenida Paulista. Sempre só eu e ele. E falava: "Você vai fazer esse pagamento para mim, em tal lugar, assim e assim. O recibo tá aqui, confere o dinheiro lá e pede para assinar e colocar data e hora". Quando eu voltava, devolvia o recibo assinado para ele.
- Houve alguma outra situação que tenha envolvido dinheiro?
- De vez em quando, ele vinha num local aqui [uma rua no bairro dos Jardins, em São Paulo]. Dizem que lá é um escritório da [TV] Record [no local, há pelo menos uma empresa ligada ao grupo Record, a Abundante Corretora de Seguros]. Várias vezes eu fui lá com ele. E uma vez ele saiu com uma sacola de lá e foi para a casa do Marquinhos [o empresário Marcos Fernando Garms].
- O que havia na sacola?
Ele foi jantar com o Marquinhos. Após o jantar, ele foi pegar essa sacola no carro. Quando ele pegou a sacola, umas das alças escapou da mão dele, e eu vi que era dinheiro que havia dentro da sacola. Era muito dinheiro. Maços de dinheiro, como os que saem do banco.(Folha de São Paulo)

sábado, 30 de agosto de 2014

CANDIDATO A GOVERNADOR DO CEARÁ REVELA SUA HOMOSSEXUALIDADE NA PROPAGANDA ELEITORAL

O candidato ao governo do Ceará, Aílton Lopes (PSOL), revelou que é homossexual e mostrou um beijo gay em propaganda eleitoral na televisão na sexta-feira, 29. A campanha, que foi ao ar no Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, exibiu dois casais do mesmo sexo se beijando. No vídeo, com duração de 1 minuto e 44 segundos, o candidato defendeu que assumir a luta pela diversidade sexual é um "ato político" em defesa dos direitos. "Eu sou gay e sei como foi difícil me aceitar, me assumir. Enfrentei o medo da rejeição, a desconfiança se eu era normal, o medo de ser alvo de piadas. Há quem esteja chocado com um beijo ou com qualquer troca de afeto entre pessoas do mesmo sexo. É impressionante como o amor tem causado mais choque do que a guerra, do que a violência e a desigualdade", diz o candidato no vídeo. No programa, Lopes caracterizou a sociedade brasileira como machista, racista e homofóbica, apresentando dados sobre a violência contra homossexuais. O candidato prometeu defender direitos dos gays, como a adoção de filhos, o casamento civil e a adoção de nome social. De acordo com o último levantamento Datafolha, encomendado pelo jornal O POVO, de Fortaleza (CE), e divulgado em 14 de agosto, o candidato do PMDB, Eunício Oliveira, segue na liderança com 47% da preferência dos entrevistados. Camilo Santana (PT), aliado do governador Cid Gomes, vem na sequência com 19%. Eliana Novais (PSB) tem 7% e Ailton Lopes (PSOL), 4%.

MARINA SILVA DIZ QUE ALTERAÇÃO EM PROGRAMA SOBRE LGBT É PARA DEIXAR TEXTO "COMO ACORDADO"

Um dia depois de apresentar o programa de governo na sede do partido, em São Paulo, o PSB divulgou nota de esclarecimento com novo texto no que se refere ao capítulo LGBT e menção ao programa de energia nuclear. "Porque o texto que foi publicado não era o texto que havia sido acordado. O que fizemos é apenas retornar ao texto da mediação, da mesma forma que aconteceu com a questão nuclear", justificou Marina Silva. Na nota da campanha de Marina Silva, a mudança foi justificada por uma “falha processual na editoração”. Marina Silva negou que o programa tenha sido corrigido. "Não foi uma revisão. Na verdade, nós tivemos dois problemas no programa", disse a jornalistas após caminhada na Rocinha, no Rio de Janeiro. Segundo Marina Silva, no que se refere ao trecho de energia nuclear, era "uma questão que não havia sido acordada com Eduardo". A ex-senadora vinha reiterando que o programa que apresentaria já havia sido revisado com Campos e seria respeitado. "Na parte do LGBT, a parte que foi para redação foi a parte apresentada pelos movimentos sociais" , disse, acrescentando que todos fizeram propostas e foram contempladas todas as propostas. “O que fizemos é apenas retornar ao texto da mediação". Evangélica, Marina tem sido questionada sobre suas posições em relação ao aborto e ao casamento entre homossexuais, mas voltou a dizer que defende um Estado laico.

TERRORISTAS DO ESTADO ISLÂMICO (CALIFADO) VENDEM MULHERES YAZIDIS PARA JIHADISTAS NA SÍRIA

Dezenas de mulheres yazidis capturadas no Iraque pelos terroristas do Estado Islâmico (EI) foram obrigadas a se converter ao Islã e vendidas para se casar à força na Síria com combatentes do grupo terrorista, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. De acordo com a ONG, cada mulher yazidi foi negociada por cerca de 1.000 dólares. Segundo o Observatório, o Estado Islâmico (Califado) dividiu entre seus combatentes cerca de 300 meninas e mulheres sequestradas no Iraque nas últimas semanas. "Dessas 300 mulheres, ao menos 27 foram vendidas" a membros do Estado Islâmico nas províncias de Aleppo, Raqa e Hasaka (nordeste), informa a ONG, que conta com uma rede de informantes civis, militares e médicas na Síria. O OSDH não sabe se as demais mulheres capturadas também foram forçadas a se casar. Ainda de acordo com a ONG, representantes árabes e curdos da província de Hasaka tentaram há três semanas comprar a liberdade das mulheres, mas os jihadistas rejeitaram a oferta.

A PETISTA DILMA ROUSSEFF MUDA O ALVO E PARTE PARA O ATAQUE CONTRA MARINA SILVA

A resposta veio rápido. Em um comício na cidade de Jales, no interior de São Paulo, a presidente-candidata Dilma Rousseff deixou de lado a artilharia contra o PSDB e dirigiu suas críticas a Marina Silva (PSB), seguindo à risca a orientação do PT para centrar fogo na nova rival direta pela disputa ao Palácio do Planalto. "Numa democracia, quem não governa com partidos está flertando com o autoritarismo. No mundo, não há um único lugar em que se governa sem partidos", disse a petista. Filiada ao PSB somente para disputar as eleições, Marina Silva é idealizadora da Rede Sustentabilidade, partido que foi barrado pela Justiça Eleitoral, e crítica das agremiações regidas pelo que chama de "velha política". Uma das linhas de ação traçadas pelo PT é martelar que, se eleita, Marina Silva não terá respaldo dos partidos no Congresso Nacional que hoje apóiam Dilma. Sem citar nominalmente Marina, a petista disse que as propostas da adversária são “fundamentalistas, obscurantistas e retrógradas”: “Sabe o que acontece com propostas aventureiras, obscurantistas e atrasadas? Elas fazem parte de uma proposta aparentemente avançada, mas que é demagógica e que, sobretudo, não sei a que interesse serve. Por isso fiquem atentos, olho aberto. Vai afetar a vida de todos nós". O comício no Oeste paulista foi uma tentativa de atrair prefeitos e lideranças regionais do PMDB para minimizar a rejeição à presidente no Estado de São Paulo. "O Brasil precisa, nesta eleição, conhecer a verdade que existe aqui em São Paulo e que é oculta", afirmou Dilma, sugerindo que o governo estadual, administrado pelo PSDB, esconde parcerias com a administração federal.

AÉCIO NEVES DIZ QUE MARINA SILVA PREGA "VERSÃO GENÉRICA" DO MODELO ECONÔMICO TUCANO

A arrancada de Marina Silva (PSB) na última pesquisa Datafolha também provocou mudança no discurso do candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves. A exemplo da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT), o tucano ampliou a artilharia contra Marina Silva, no sábado, e afirmou que a adversária lançou uma versão genérica das propostas econômicas historicamente defendidas pelo PSDB. Na sexta-feira, Marina Silva apresentou seu plano de governo cuja agenda econômica resgata a ortodoxia perdida nos governos petistas. No centro da cartilha, a candidata do PSB e sua equipe econômica – capitaneada pelo economista Eduardo Giannetti – reafirmaram o compromisso com o chamado "tripé econômico" – sistema composto por meta de inflação, câmbio flutuante e rigor fiscal — e a independência do Banco Central garantida por lei. "Entre o original e aquele que se apresenta agora, talvez como uma marca um pouco genérica, eu fico com o original", afirmou Aécio Neves, em campanha na cidade de Ribeirão Preto, no interior paulista. "O programa da candidata Marina é a maior homenagem que nós poderíamos receber neste momento. Porque, na verdade, ela consagra as teses que nós defendemos ao longo da nossa existência", disse o tucano.

MARINA SILVA BUSCA APOIO DE EMPRESÁRIOS DO AGRONEGÓCIO IGNORADOS POR DILMA ROUSSEFF

Vista com desconfiança pelos empresários do agronegócio por sua defesa a causas ambientais e posição contrária ao Novo Código Florestal, a candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, jantou com representantes do setor na noite de sexta-feira num intento de costurar apoio com aqueles que teriam motivos para virar-lhe as costas. Um dos principais alvos da investida peessebista é justamente o segmento tratado com maior desdém pelo governo Dilma: o sucroalcooleiro. O encontro foi organizado por João Paulo Capobianco, um dos coordenadores da campanha e nome de confiança de Marina Silva, e pelo presidente da consultoria Datagro, Plínio Nastari. O jantar, realizado na casa de Nastari, em Alphaville, justamente na noite em que Marina foi apontada pela pesquisa Datafolha como vitoriosa num eventual segundo turno contra Dilma, teve duração de mais de quatro horas e contou com a presença de 50 empresários. Entre os presentes estavam a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), Elizabeth Farina, Marcos Jank (diretor executivo da BR Foods e ex-presidente da Única), Francisco Matturo, vice-presidente da Abag, além de nomes da Sociedade Rural Brasileira (SRB), da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) e da Cutrale, empresa exportadora de suco de laranja. A avaliação dos participantes é de que Marina passou uma mensagem de confiança aos empresários. Um dos presentes no jantar disse que Marina, quem diria, se mostrou "extremamente aberta" para ouvir as demandas do setor e que foi bastante coerente em sua fala. Segundo ele, Marina destacou a importância do diálogo e reforçou que, em um eventual governo, não tomará nenhuma decisão sozinha. "Marina está passando as mãos nas costas do setor, sim, pois sabe que o agronegócio tem suas resistências contra ela", afirmou. Sobre o Código Florestal, ele disse que Marina não se estendeu muito, justamente para não levantar pontos de discussão que pudessem criar atrito e desconforto no evento. Apesar do interesse especial pelo setor sucroalcooleiro, Marina não restringiu seu discurso ao tema da bioenergia. Em relação à demarcação de terras indígenas, por exemplo, a candidata reforçou a necessidade de se fazer um "arranjo inteligente" e disse que não é possível imaginar que não haja espaço para todos em um país de 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Marina ainda frisou a importância da segurança jurídica para os produtores e do equilíbrio entre produção agrícola, tecnologia e meio ambiente.

MEDIDA PROVISÓRIA QUE REAJUSTA TABELA DO IMPOSTO DE RENDA NÃO É VOTADA PELO CONGRESSO E PERDE VALIDADE

O reajuste da tabela do Imposto de Renda (IR), prometido pelo governo para o ano que vem, depende agora da edição de uma nova medida provisória (MP) ou do envio ao Congresso de um projeto de lei com pedido de urgência constitucional para ser apreciado pela Câmara e pelo Senado antes do final deste ano. Isso porque perdeu a validade na sexta-feira, sem ser votada pelo Congresso, a MP 644/14, que previa reajuste de 4,5% na tabela do IR a partir de janeiro de 2015. Outra alternativa para o reajuste da tabela do Imposto de Renda, de acordo com a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, é a apresentação de uma emenda por algum parlamentar reajustando a tabela do IR. A emenda só pode ser apresentada a uma medida provisória que tenha correlação com a questão de impostos. O reajuste da tabela do Imposto de Renda foi anunciado pela presidente Dilma Rousseff por ocasião do Dia do Trabalhador e, posteriormente, foi encaminhado pelo governo ao Congresso a MP reajustando a tabela do IR. Pela MP, a faixa de isenção do IR passaria de R$ 1.787,77 para R$ 1.868,22. A alíquota de 7,5% seria paga por trabalhadores que ganham de R$ 1.868,23 a R$ 2.799,86; a de 15%, pelos que recebem entre  R$ 2.799,87 e R$ 3.733,19; a de 22% por trabalhadores que ganham de  R$ 3.733,19 a  4.664,68 e a alíquota de 27,5% seria paga pelos que ganham acima de R$ 4.664,68. A MP não chegou a ser apreciada e votada pela Câmara dos Deputados em função das convenções partidárias, dos jogos da Copa do Mundo, do recesso branco no Parlamento nos meses de agosto e setembro em função do período pré-eleitoral e também pela falta de entendimento para a apreciação da proposição.

E-MAILS DE MINISTRO DO TCU EXPÕEM FLAGRANTE DE FISIOLOGISMO

Mensagens da Casa Civil da Presidência da República revelam como funciona a troca de favores entre autoridades e seus padrinhos políticos. Ministro do Tribunal de Contas da União conseguiu indicar a esposa para o Superior Tribunal de Justiça e o irmão para o Tribunal Superior do Trabalho com a ajuda de Dilma Rousseff. No organograma dos poderes, o Tribunal de Contas da União exerce o papel de guardião dos cofres públicos. Do superintendente de uma repartição federal na Amazônia ao presidente da República, ninguém está livre de prestar contas ao órgão. É do TCU a missão de identificar e punir quem rouba e desperdiça dinheiro público, seja um servidor de terceiro escalão, um ministro de Estado ou uma dezena de diretores da Petrobras. Enfrentar interesses poderosos é da natureza do trabalho do tribunal. Por isso, seus ministros gozam de prerrogativas constitucionais, como a vitaliciedade no cargo, destinadas a lhes garantir autonomia no exercício da função. No mundo ideal, o TCU é plenamente independente. Na prática, troca favores com o governo, sujeita-se às ordens do Palácio do Planalto e, assim, contribui para alimentar a roda do fisiologismo, mal que a corte, em teoria, deveria combater. A revista VEJA teve acesso a um conjunto de mensagens que mostram que há ministros dispostos a servir aos poderosos de turno a fim de receber generosas contrapartidas, como a nomeação de parentes para cargos de ponta. Trocadas durante o segundo mandato do presidente Lula, as mensagens revelam o ministro Walton Alencar, inclusive quando comandava o TCU, no pleno gozo de uma vida dupla. Nos julgamentos em plenário e nas manifestações públicas, Walton era o magistrado discreto, de perfil técnico, que atuava com rigor e independência. Em privado, era o informante, os olhos e os ouvidos no TCU de Dilma Rousseff, à época chefe da Casa Civil, e de Erenice Guerra, então braço-direito da ministra. Walton pôs o cargo e a presidência do tribunal a serviço da dupla. E o fez não por mera simpatia ou simples voluntarismo. Em troca, ele recebeu ajuda para emplacar a própria mulher, Isabel Gallotti, no cargo de ministra do Superior Tribunal de Justiça. A trama toda ficou registrada em dezenas de mensagens entre Walton e Erenice, apreendidas em uma investigação da Polícia Federal. Com a colaboração das mulheres mais poderosas do Palácio do Planalto no segundo mandato de Lula, Walton conseguiu mobilizar um espantoso generalato de autoridades para defender a indicação da esposa.

JOSÉ ROBERTO ARRUDA ENTRA COM PEDIDO DE LIMINAR NO STJ

O ex-governador José Roberto Arruda entrou na sexta-feira com pedido liminar no Superior Tribunal de Justiça para suspender os efeitos da condenação por improbidade administrativa pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Após a decisão do Tribunal de Justiça, o Tribunal Regional Eleitoral negou o registro de candidatura da Arruda ao governo federal e o TSE optou por manter a decisão e deixar o político inelegível nas eleições deste ano. Arruda pretende recorrer da decisão do TJ-DF por meio de recurso especial no STJ, que permitiria eventualmente alterar sua condenação. Como o trâmite na instância regional, contudo, ainda não acabou, o ex-governador entrou com medida cautelar na Corte pedindo desde já efeito suspensivo para o recurso que ainda será apresentado. Também foi feito pedido liminar, que será apreciado de forma monocrática pelo ministro Napoleão Nunes Maia Filho.

IDENTIFICADOS OS RESTOS MORTAIS DE DESAPARECIDO POLÍTICO EM BRASÍLIA

Os restos mortais do desaparecido político Epaminondas Gomes de Oliveira, morto em 1971 durante o governo militar, foram localizados na capital federal. O anúncio foi feito pela Comissão Nacional da Verdade, em sua reunião de sexta-feira. A confirmação de que o corpo exumado em 24 de setembro de 2013 do cemitério em Brasília era mesmo de Epaminondas veio com o laudo do Instituto Médico Legal (IML) da capital federal, solicitado pela comissão da verdade. Apesar de o então líder comunista maranhense estar enterrado em Brasília, a família nunca teve acesso aos seus restos mortais até então. Epaminondas teria sido morto aos 68 anos, quando estava sob custódia do Exército, no antigo Hospital de Guarnição de Brasília, no Setor Militar Urbano, em Brasília, em 20 de agosto de 1971. Epaminondas é o primeiro desaparecido político identificado pela Comissão Nacional da Verdade. O guerrilheiro maranhense foi preso em um garimpo paraense, em 7 de agosto de 1971, durante a Operação Mesopotâmia, realizada para tirar de circulação lideranças políticas da oposição na região do Bico do Papagaio (divisa tríplice entre Pará, Tocantins, então Goiás, e o Maranhão), com o objetivo de tentar detectar focos guerrilheiros na região. De acordo com depoimentos colhidos pela Comissão da Verdade, Epaminondas foi torturado numa área do extinto Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNER), localizada na estrada entre Porto Franco, cidade onde vivia à época, e Imperatriz, ambas no Maranhão. De lá, foi levado para Brasília, onde permaneceu preso e, depois, novamente torturado no Pelotão de Investigações Criminais (PIC), e morreu em 20 de agosto de 1971, no Hospital Militar de Área de Brasília.

VICE-PRESIDENTE DO PT PEDE "ENFRENTAMENTO" COM MARINA

Vice-presidente do PT, o deputado federal José Guimarães (CE) defendeu na noite de sexta-feira, 29, após a divulgação do resultado da pesquisa Datafolha, o fim da fase de "boa moça" e o enfrentamento político com a candidata do PSB à Presidência. Pela primeira vez, Marina Silva apareceu em empate técnico no primeiro turno com a presidente Dilma Rousseff (PT). Dilma e Marina obtiveram 34% cada uma e o candidato do PSDB, Aécio Neves, caiu para 15%. No segundo turno, aumentou a vantagem de Marina sobre Dilma, saindo de um empate técnico de 47% a 43% para 50% a 40%.
Ressalvando que se trata de uma "opinião pessoal", Guimarães afirmou que a campanha precisa fazer o confronto de projetos de País com Marina Silva. Para o petista, o PSDB, com a queda de Aécio Neves, está se "deixando levar" pela ascensão de Marina Silva, "fazendo corpo mole". "Os tucanos estão pegando carona na bolha dela. As propostas são muito parecidas e os principais assessores de Marina são do PSDB. Ela fala em nova política, mas é cercada da velha política", criticou. O vice-presidente do PT disse que Dilma continua estabilizada e que Marina está "tomando o lugar de Aécio". "Vamos comparar os legados e mostrar o que pensamos para o País", afirmou. "Temos todas as condições de vencer o pleito no segundo turno", completou ele, ao avaliar que os dados do Datafolha divergem das sondagens internas do PT, que mostram Dilma ainda vencendo Marina no primeiro turno.

MARINA SILVA TIRA DUAS VEZES MAIS DE AÉCIO NEVES DO QUE DE DILMA

Marina Silva (PSB) parou de tirar eleitores de Dilma Rousseff (PT), mas continua a sangrar a candidatura de Aécio Neves (PSDB). Nos três últimos levantamentos – MDA, Ibope e Datafolha – a presidente manteve-se estável, com 34% das intenções de voto. Ao mesmo tempo, Marina foi de 28% a 34%. Ela cresceu às custas, principalmente, do tucano. Antes da morte de Eduardo Campos, Aécio Neves tinha 23%. Agora tem 15%. Perdeu oito pontos diretamente para a candidata do PSB. Além deles, Marina Silva capturou quatro pontos de Dilma, que tinha 38% antes de o jatinho Cessna Citation cair em Santos. O outro ponto veio do Pastor Everaldo (PSC), totalizando 14 pontos a mais para Marina Silva em um intervalo de menos de duas semanas. Em resumo, Marina Silva fez um buraco duas vezes maior na candidatura de Aécio Neves do que na de Dilma, por enquanto. Mas o estrago é maior do que os pontos perdidos pelo tucano. Ela ameaça inviabilizar a candidatura do PSDB ao mostrar-se uma rival muito mais forte para enfrentar a petista no segundo turno. Aécio Neves está em processo de cristianização. Nada a ver com referências religiosas, apenas uma reedição do que aconteceu com a candidatura de Cristiano Machado em 1950. O então candidato a presidente do PSD foi abandonado por seu partido no meio da disputa, que passou a apoiar Getúlio Vargas (PTB). Acrescente-se um “B” e a história não é muito diferente. Aécio Neves não perdeu o apoio formal de seu partido, mas está vendo mais de um terço de seu eleitorado virar casaca. Dilma parece ter batido no seu piso eleitoral: o terço de eleitores formado por uma mistura de petistas históricos e beneficiários de programas federais, principalmente o Bolsa Família. É um núcleo mais duro e difícil de Marina Silva corroer. O problema da presidente é que seu teto está cada vez mais baixo também. Ela pode não perder, mas tem dificuldades para ganhar.

AÉCIO NEVES INTERVÉM EM CAMPANHA PARA TENTAR "SALVAR" MINAS GERAIS

O comitê nacional do PSDB fez uma intervenção na coordenação da campanha de Pimenta da Veiga, candidato do partido ao governo de Minas Gerais, principal reduto eleitoral do presidenciável tucano, Aécio Neves. O ex-secretário estadual de Governo, Danilo de Castro, principal articulador político de Aécio Neves no Executivo mineiro, assumiu a coordenação política da campanha de Pimenta em substituição ao deputado federal Alexandre Silveira (PSD).  Andrea Neves, irmã do senador e encarregada da comunicação da campanha nacional, também dedicará mais atenção à disputa local. Para os planos futuros de Aécio Neves - que está em terceiro lugar na disputa presidencial, 19% atrás de Marina Silva (PSB) e da presidente Dilma Rousseff (PT), que estão empatadas com 34% das intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem - , o controle do governo mineiro é considerado fundamental. Danilo de Castro, que já coordena o comitê de Aécio Neves em Minas Gerais , foi o coordenador das duas campanhas de Aécio e da de seu sucessor, Antonio Anastasia, ao governo. A apreensão tomou conta do grupo de Aécio Neves após a divulgação da mais recente pesquisa Ibope sobre a disputa estadual, que mostrou o petista Fernando Pimentel liderando com 37% das intenções de voto, 14 pontos porcentuais à frente de Pimenta. O candidato do PT cresceu 12 pontos porcentuais em relação ao levantamento divulgado no fim de julho. O Ibope mostrou também Aécio com 34% da preferência do eleitorado, em empate técnico com a presidente Dilma Rousseff, que aparece com 31% dos votos, enquanto Marina Silva (PSB) foi apontada como preferida por 20% dos pesquisados.

TESOUREIRO DO PSB DIZ QUE PARTIDO VAI REGISTRAR JATINHO COMO "DOAÇÃO"

Coordenador financeiro da campanha de Marina Silva à Presidência e candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, o deputado federal Márcio França anunciou na sexta-feira, 29, que seu partido, o PSB, vai registrar na Justiça Eleitoral o jatinho que era usado por Eduardo Campos e caiu em Santos no dia 13 de agosto matando o presidenciável e outras seis pessoas como “doação de pessoa física”.  Os “doadores” do serviço de vôo serão os três empresários que se apresentaram, após o acidente, como os verdadeiros proprietários da aeronave. “É legal”, justificou França: “Na segunda-feira o comitê financeiro prestará contas dessa parte". Segundo França, na segunda-feira as contas ligadas a Campos serão fechadas e as de Marina Silva, que substituiu o ex-governador pernambucano, abertas. O jatinho Cessna Citation que caiu com Campos está no nome de uma empresa de Ribeirão Preto. O aparelho foi repassado, porém, para outros donos sem que as autoridades aeronáuticas fossem informadas. A Polícia Federal diz que a aeronave foi paga por um “consórcio” de seis empresas, algumas sem endereço ou lastro financeiro. A suspeita é que a própria campanha do PSB seja a compradora, algo que o partido nega. Três empresários pernambucanos assumiram a compra, João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Apolo Santana Vieira e Eduardo Freire Bezerra Leite.

FILHA DE CHICO MENDES DIZ QUE DISCURSO DE MARINA SILVA "É MUITO RADICAL"

A filha mais velha de Chico Mendes, Ângela Mendes, não adotou a campanha de Marina Silva para presidente. Ao contrário. "Marina tem o discurso preservacionista muito radical", disparou Ângela Mendes: "Sou também pela preservação, mas não podemos negar que o agronegócio é um componente importante do nosso PIB". Acrescentou Angela: "Dentro da retórica da Marina, quais critérios ela vai utilizar para fazer um 'governo dos melhores'?" Outra dúvida da filha do ex-líder seringueiro transita por um tema delicado: "Ela é protestante e como é que ela vai governar para um País tão plural se essa questão carrega tantos dogmas. Ela hoje está atendendo ao que pensa uma população insatisfeita". Em uma rede social, Ângela Mendes se posiciona também de forma enfática: "Marina, para mim, é um enorme ponto de interrogação. Pra começar: desistiu do PT (utopia do passado) quando poderia ter resistido". Ângela Mendes hoje é assessora parlamentar do senador petista Aníbal Diniz (PT/AC).

O PETISTA GILBERTO CARVALHO AGORA DIZ QUE MARINA SILVA É A VOLTA À "ERA FHC"

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, o petista Gilberto Carvalho, afirmou em entrevista, na sexta-feira (29), no Recife, que o programa de governo de Marina Silva "é uma cópia do PSDB" e uma volta à era Ferrnando Henrique Cardoso. "Estou assustado, esperava um programa mais progressista, um programa que não falasse em voltar ao que era a era FHC", avaliou: "Estou profundamente decepcionado". Segundo ele, até a apresentação do programa de governo, Marina Silva era tida como um adversário mais difícil. "Marina começa a perder aura de candidata mais difícil de bater", observou ao indagar: "a nova política é um retorno ao passado?" Para o ministro, "além das questões vagas e imprecisas, o resto é cópia do PSDB". Ele criticou a falta de prioridade ao pré-sal, quando a candidata do PSB sabe que "o pré-sal está sendo usado para a saúde e para a educação" e também "a coisa da autonomia do Banco Central, as medidas anunciadas que se prevê para a economia, tudo numa linha de retomada". Sobre as indefinições da candidata, comentou ter visto uma brincadeira na Internet na qual diante da pergunta "crédito ou débito?" Marina diz "nem um nem outro". "Não pode ser isso, tem que fazer uma escolha, tem um limite esta história", complementou. Ele defende que a campanha do PT não deve mudar de estratégia diante do crescimento de Marina, que já aparece empatada com Dilma. "Não temos que começar a querer atacar Marina, desconstruir a Marina", frisou. "Vamos deixar isso para o Aécio, quem está desesperado é ele porque, se nós estamos preocupados porque a Marina cresce, nós estamos no jogo, o Aécio está ficando fora do jogo, então, ele vai ter que ir para o ataque". "Acho que não nos compete, sinceramente, nenhuma mudança e também não ficar muito nervoso", afirmou ao antever "um segundo turno duríssimo": "Creio muito na vitória da Dilma, mas vai ser suado".

SETOR PÚBLICO APRESENTA TERCEIRO DÉFICIT PRIMÁRIO CONSECUTIVO EM JULHO, DE R$ 4,7 BILHÕES

O setor público brasileiro teve déficit primário de 4,715 bilhões de reais em julho, registrando pela primeira vez desde o início da série histórica, em 2001, três meses consecutivos de déficit primário e escancarando a dificuldade do governo de manter as contas equilibradas em meio a uma economia em recessão. O déficit de julho, que foi impactado pela piora do resultado dos Estados e municípios, mais que dobrou em relação a junho, quando o resultado ficou negativo em 2,1 bilhões de reais, mostraram dados divulgados na sexta-feira pelo Banco Central. Em julho do ano passado, o setor público tinha registrado superávit primário de 2,3 bilhões de reais. O resultado primário também veio pior do que o projetado por analistas, cuja mediana apontava saldo positivo de 200 milhões de reais. O governo brasileiro tem como meta fiscal para este ano um superávit primário de 99 bilhões de reais, o equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). No acumulado do ano até julho, o superávit primário do setor público soma para 24,7 bilhões de reais, 65% menor que o superávit de 71,2 bilhões de reais no mesmo período do ano passado. Com isso, ficou ainda mais distante a possibilidade do governo cumprir a meta fiscal do ano. Em 12 meses até julho, o superávit primário recuou para 1,22% do PIB. A deterioração das contas públicas nos últimos anos abalou a confiança dos investidores na economia brasileira, levando a agência de classificação de risco Standard & Poor's a reduzir o rating do Brasil.

ALOYSIO NUNES FERREIRA DIZ QUE PIB FRACO ELEVA O DESEJO DE MUDANÇA NO BRASIL

O candidato a vice-presidente da República, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) afirmou na tarde de sexta-feira, 29, que o contraste entre Produto Interno Bruto (PIB) negativo no primeiro e no segundo trimestre de 2014 e a previsão do governo de alta de 3% para o PIB em 2015 mostram que a presidente Dilma Rousseff (PT) vive em "um universo paralelo". "Além do PIB fraquíssimo, tivemos o envio ao Congresso da proposta orçamentária, prevendo o crescimento de 3% para 2015. Isso mostra que o governo está absolutamente desconectado da realidade e que a presidente Dilma infelizmente vive num universo paralelo do mundo real", afirmou o tucano. "O PIB fraquíssimo não fortalece a oposição, mas fortalece o desejo de mudança no Brasil", concluiu o candidato a vice-presidente e também senador.

BRASIL PODE TER NOTA REBAIXADA APÓS ENTRAR EM RECESSÃO E DÉFICIT PÚBLICO INCONTROLÁVEL

A contração mais forte do que analistas e investidores esperavam do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre deste ano, além da divulgação do terceiro déficit primário consecutivo das contas do setor público, coloca sob forte pressão de rebaixamento o rating soberano brasileiro. O IBGE divulgou que o PIB do segundo trimestre deste ano contraiu-se 0,6%, mais do que a mediana das estimativas, de queda de 0,4%. E o PIB do primeiro trimestre foi revisado de expansão de 0,2% para contração de 0,2%, confirmando as expectativas de uma recessão técnica no Brasil. As agências internacionais de rating vêm colocando grande peso no crescimento econômico para avaliação da qualidade de crédito soberano do Brasil, mas a Moody’s e a Fitch, que ainda não reduziram a nota de classificação do País, demonstraram mais paciência, dando a entender que esperariam o final do ciclo eleitoral para tomar uma decisão. “As agências de rating não vão mexer nisso até depois das eleições”, diz um respeitado economista com conexões em Brasília: “Aguardarão posicionamento do governo eleito a respeito, mas se não mudar nada, a Fitch deve mover-se antes, embora tenha que mexer no ‘outlook’ (perspectiva) primeiro, para negativo". Já um economista-chefe de uma importante instituição financeira é da opinião de que o “downgrade” (rebaixamento) da classificação de risco brasileiro só acontece com a reeleição da presidente Dilma Rousseff. “A oposição vai ganhar o benefício da dúvida”, afirma a fonte: “Quanto a quem sai na frente, sinceramente não saberia dizer, mas um rebaixamento da Moody’s teria um peso maior que o da Fitch". Em março deste ano, a Standard & Poor’s rebaixou o rating brasileiro de BBB para BBB-, com perspectiva estável. Ao anunciar a mudança, a S&P citou o fraco crescimento brasileiro e a deterioração das contas públicas entre as causas do rebaixamento. Para um renomado economista de um grande banco estrangeiro, a dinâmica atual de desaceleração forte da economia – reforçada pelo PIB do segundo trimestre deste ano – e de piora dos resultados primários do governo não impedirá, inclusive, um novo rebaixamento pela S&P, a qual já se antecipou à Moody’s e à Fitch. Em julho deste ano, a diretora e principal analista responsável por América Latina da Fitch Ratings, Shelly Shetty, disse que a manutenção do fraco ritmo de crescimento econômico do Brasil e da deterioração das contas do governo teria impacto negativo no rating soberano do País, podendo levar a um rebaixamento da nota no futuro. A Fitch atribui ao Brasil um rating BBB, com perspectiva estável. Já a Moody’s, também em julho, divulgou um relatório com uma mensagem mais dura sobre a avaliação da economia brasileira e a perspectiva sobre o rating soberano do País. A agência de rating tem uma classificação de grau de investimento Baa2 para o Brasil, com perspectiva estável. O pessimismo em relação ao Brasil se agravou hoje depois da divulgação das contas do setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras), o qual apresentou déficit primário de R$ 4,715 bilhões em julho. É o terceiro mês consecutivo de déficit no resultado do setor público. Em junho, o resultado havia sido negativo em R$ 2,100 bilhões. Para o economista-chefe de uma grande instituição financeira, o PIB de 2015 será ruim mesmo com vitória da oposição, pois receberá um “carry” (carrego) muito ruim e condições de renda e crédito igualmente negativas.

STJD CONFIRMA QUE O GRÊMIO SERÁ DENUNCIADO POR RACISMO

A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva confirmou na sexta-feira que o Grêmio será denunciado e enfrentará um julgamento pelo episódio de injúria racial contra o goleiro Aranha, durante a vitória do Santos por 2 a 0 sobre o clube gaúcho, na noite de quinta-feira, no jogo de ida das oitavas de final, disputada na Arena OAS. O procurador-geral Paulo Schmitt explicou que o Grêmio será indiciado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Em caso de punição, o clube gaúcho pode receber multa de até R$ 100 mil, além de perda de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da Copa do Brasil. "As imagens já foram solicitadas e nelas é possível identificar nitidamente uma torcedora xingando o atleta e vários torcedores fazendo imitações de macaco. Não há dúvida quanto ao fato, portanto o clube será denunciado por infração ao artigo 243-G (e seus parágrafos) do CBJD", disse Schmitt. Aos 42 minutos do segundo tempo, quando o Santos vencia a partida por 2 a 0, o goleiro Aranha interrompeu o jogo para comunicar ao árbitro Wilton Pereira Sampaio que estava sendo alvo de insultos raciais da torcida gremista. Inicialmente, porém, o juiz apenas narrou na súmula o arremesso de um rolo de papel higiênico no gramado próximo a Aranha. Depois, porém, Wilton Pereira fez um adendo complementar relatando os insultos proferidos contra o goleiro. Não é a primeira vez que o Grêmio recebe punição, sua torcida chamada Geral é quase como uma quadrilha.

O PETISTA PADILHA ACUSA ALCKMIN DE FAZER "INAUGURAÇÃO FAKE" DOS OBRAS DO MONOTRILHO

O candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, acusou na sexta-feira, 29, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), adversário na disputa estadual, de fazer "inauguração fake" das obras do monotrilho, na zona leste de São Paulo. "É uma inauguração fake, porque não vai inaugurar por licitações e só vai funcionar de fim de semana e em teste", disse o petista após participar do ciclo de palestras com candidatos ao governo promovido pela OAB-SP: "É mais uma atitude do atual governador, que está no governo há 20 anos, e que no ano da eleição começa a fingir que tem novas medidas". Alckmin visitou na sexta-feira, ao lado do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, as obras da Linha 15-Prata do Metrô de São Paulo.

ESTADOS UNIDOS DIZEM QUE NÃO HÁ AMEAÇA ESPECÍFICA DO ESTADO ISLÂMICO AO TERRITÓRIO AMERICANO

Os Estados Unidos não têm conhecimento de qualquer ameaça específica ao território norte-americano por parte de terroristas do Estado Islâmico (Califado), disse o Departamento de Segurança Interna na sexta-feira, depois que a Grã-Bretanha elevou o alerta para ameaça de terrorismo internacional. Terroristas do Estado Islâmico e apoiadores, no entanto, "têm demonstrado intenção e capacidade de atingir cidadãos norte-americanos no Exterior", disse o secretário de Segurança Interna, Jeh Johsnon, em comunicado. Ele afirmou que o departamento tomou medidas para reforçar a segurança em aeroportos no Exterior que têm voos diretos para os Estados Unidos. Johnson disse que conversou com a secretária do Interior britânica, Theresa May, a respeito da decisão do governo britânico de elevar o alerta de ameaça de terrorismo ao segundo nível mais alto da escala. Essa é a primeira vez desde meados de 2011 que a Grã-Bretanha coloca seu alerta de ameaça neste nível. O porta-voz da Casa Branca, John Earnest, disse que não há planos de elevar o alerta dos Estados Unidos.

MARINA SILVA PROMETE LEI PARA FIXAR O MANDATO DO PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL, SÓ FALTA ELA PROMETER OS CÉUS....

A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, promete em seu programa de governo enviar projeto de lei que estabeleça mandato fixo para o presidente do Banco Central. O modelo dessa proposta, no entanto, só "será mais detalhado após as eleições", conforme diz o texto apresentado na sexta-feira, 29, pela presidenciável. Essas e outras propostas da candidatura do PSB ao Planalto vão ao encontro a políticas mais ortodoxas de condução da economia. Em um dos quadros do segundo dos seis eixos do programas de governo, intitulado "Para reduzir e manter baixa a inflação", Marina Silva afirma querer "recuperar o tripé macroeconômico básico", que consiste em respeitar metas de inflação, gerar superávit primário para pagamento de juros da dívida pública e manter a caixa de câmbio flutuante. Em seguida, a candidata afirma ser preciso "assegurar a independência do Banco Central o mais rapidamente possível, de forma institucional, para que ele possa praticar a política monetária necessária ao controle da inflação". A atual política econômica da presidente Dilma Rousseff é alvo de críticas de opositores por não cumprir o centro da meta de inflação, de 4,5% ao ano.

MARINA SILVA QUER TRANSFORMAR O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA EM UMA POLÍTICA DE ESTADO

O programa de governo da candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, defende o fortalecimento dos programas de transferência de renda e promete transformar o Bolsa Família em política pública de Estado, permitindo assim sua manutenção independentemente da mudança de governo. O conjunto de propostas prevê a inclusão de 10 milhões de famílias. A candidatura reconhece a redução da pobreza nos últimos anos e propõe também a criação de uma terceira geração de programas sociais que favoreçam o empreendedorismo das famílias. As propostas para as políticas sociais, saúde e qualidade de vida são descritas no quarto eixo do programa. A candidatura sugere a criação de um cadastro único dos programas sociais para que o governo possa investigar as reais necessidades da população por meio de "agentes de desenvolvimento da família". "Fazer emergir uma terceira geração de programas sociais que, além da mera sobrevivência, assegurem igualdade de oportunidades, acesso a serviços públicos de qualidade e plena emancipação das famílias", defende o programa. Além da terceira geração de programas sociais - a primeira é da década de 90 e a segunda, da seguinte -, o programa prega que sua verdadeira porta de saída é o empreendedorismo, por isso promete dar atenção às cooperativas e à criação de incubadoras de empresas. No documento, o Estado se transforma em "mobilizador" e não mais um simples "provedor" de políticas públicas. "Apoiar programas e projetos que estimulem mais pessoas a criar microempreendimentos", diz o documento. Na área de Saúde, Marina reitera a promessa de utilizar, ao longo de quatro anos, 10% da receita corrente bruta da União no setor. "Não basta, portanto, um choque de gestão. É preciso aportar mais recursos na área", defende o programa. O documento se compromete com a construção de 100 hospitais regionais, 50 maternidades, uma policlínica em cada uma das 435 regiões, prega o aumento dos investimentos em pelo menos 30% na atenção básica, fala em ampliar o Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) - este com apoio das Forças Armadas em áreas de difícil acesso - e o número de leitos. O documento defende a ampliação da rede de atendimento para transtornos mentais, prega o investimento em programas de reinserção de usuários de drogas e fala em garantir a universalização do Programa Saúde da Família (PSF). A candidatura afirma que os investimentos virão do crescimento econômico e da priorização da área no orçamento. Sobre o Programa Mais Médicos, o texto de Marina classifica a política do atual governo como "emergencial" e diz que ele é uma "resposta inconsistente" para o problema da saúde no País. A candidatura diz que é preciso uma política pública para estimular a criação de recursos humanos para o Sistema Único de Saúde. A reforma da Previdência é o último item do quarto eixo, mas não há uma proposta fechada para o assunto. Marina promete promover o debate sobre a questão e diz que vai buscar "alternativas" para o fator previdenciário. Só faltou dizer que vai fazer milagres e distribuir peixes.

PROGRAMA É SÓ O PRIMEIRO PASSO, DESTACAM OS MARINISTAS NECA SETÚBAL E MAÚRICIO RANDS

Os coordenadores de programa de governo da candidata Marina Silva (PSB), Neca Setúbal e Maurício Rands, afirmaram na sexta-feira que o programa que está sendo apresentado é apenas um começo das idéias que um eventual governo de Marina Silva colocará em prática. "Temos consciência de que terminamos uma primeira fase desse programa. Agora nossa fase será focada em ampliar ainda mais o diálogo, através da internet", afirmou Neca Setúbal, destacando que o programa apresentado já "é fruto de um trabalho de muita participação" da sociedade. Rands destacou que o programa ainda não está numa "estação de chegada definitiva". "E sim apenas em uma estação de uma caminhada de ouvir o Brasil", afirmou.

JUSTIÇA NEGA RECURSO DA UNIÃO A FAVOR DA VALE EM AÇÃO SOBRE LUCROS NO EXTERIOR

A primeira turma do Superior Tribunal de Justiça negou, por unanimidade, recurso impetrado pela União e manteve decisão que libera a mineradora Vale de pagar impostos sobre lucro auferido por controladas no Exterior para evitar a bitributação, disse a empresa na sexta-feira. O recurso foi impetrado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional após decisão favorável do STJ à Vale, em abril. Na ocasião, a Justiça decidiu que o fisco brasileiro não pode tributar o lucro de controladas da Vale em Luxemburgo, Bélgica e Dinamarca. "A Vale aguardará a publicação do acórdão para avaliar os próximos passos", disse a Vale em nota. Para a corretora Brasil Plural, a notícia é "marginalmente positiva" para as ações da mineradora. "Incertezas políticas têm contribuído para perpetuar as ações da vale em patamares baixos", afirmou o Brasil Plural.

A PETISTA DILMA ROUSSEFF ATRIBUI RECUO DO PIB A FERIADOS E QUEDA DOS PREÇOS DAS COMMODITIES

Em visita a Salvador (BA), em uma agenda mista com eventos oficiais e gravações para a propaganda eleitoral, a presidente petista Dilma Rousseff classificou como "momentânea" a queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre do ano e disse esperar uma "grande recuperação" dos indicadores no segundo semestre. Segundo Dilma, o excesso de feriados, por causa da Copa do Mundo, e a queda nos preços das commodities no mercado internacional foram os principais responsáveis pela redução de 0,6% do PIB do País no segundo trimestre. "Por causa da Copa do Mundo, tivemos a maior quantidade de feriados na história do Brasil, nos últimos anos, nesse trimestre, mas no próximo trimestre, teremos uma situação oposta", alegou a presidente. A explicação foi similar à dada pelo ministro da Fazenda mais cedo. Além dos feriados, Guido Mantega também culpou o cenário externo e a seca pela retração da economia no segundo trimestre. "Nós estamos vendo que os únicos países que se saíram bem no segundo trimestre no mundo foram a China, os Estados Unidos e o Reino Unido, este último um pouco menos, mas bem", completou Dilma: "Nos demais países, houve uma redução drástica do crescimento. Aqui na América Latina também se verificou isso. E uma das razões foi a queda dos preços das commodities. Alguns países vizinhos, como o Chile, o Peru e a Colômbia, tiveram uma grande redução do crescimento. Acredito que no próximo trimestre e no segundo semestre do ano nós teremos uma grande recuperação." A presidente também disse acreditar que o Brasil "tem todas as condições para ter uma grande retomada".

PROGRAMA DE MARINA SILVA PREVÊ O FIM DA REELEIÇÃO E A IMPLANTAÇÃO DA DITADURA DOS CONSELHOS POPULARES

O programa de governo de Marina Silva divulgado na sexta-feira diz que é preciso um novo modelo de concepção do Estado, que contemple "uma gestão participativa, competente e uma governabilidade pautada pela transparência". O programa avalia que os impasses atuais da sociedade não serão superados sem uma "ampla participação" e faz uma crítica ao governo Dilma Rousseff nesse quesito e ao longo de todo o texto. "Na direção oposta, o atual governo trabalha para substituir o cidadão, com seu consentimento a cada quatro anos, na tomada de decisões e na gestão das políticas públicas", afirma. Diz ainda que o modelo de democracia está em "evidente crise" e que atualmente se pratica o "loteamento do Estado em troca do apoio parlamentar e do tempo de televisão". De concreto, o texto defende a deflagração de uma reforma política, com a sugestão de seis mudanças: 1) a unificação dos calendários das eleições gerais, com o fim da reeleição e a adoção do mandato de cinco anos; 2) novos critérios para eleição de cargos proporcionais, como o de deputados federais e estaduais, sem precisar quais; 3) permissão de candidaturas avulsas aos cargos proporcionais, com o cumprimento de determinados requisitos; 4) redefinição da propaganda eleitoral gratuita para melhorar a representatividade da sociedade brasileira; 5) permissão da convocação de plebiscitos e referendos pelo povo e facilitar a iniciativa de apresentação de leis de iniciativa popular; 6) e fortalecimento dos mecanismos de transparência nas doações de campanhas eleitorais. É óbvio que esse programa é de inspiração comunista e pretende solapar a democracia representativa. O programa também defende a elevação da qualidade dos serviços públicos. Diz que, se isso for obtido, haverá um aumento de arrecadação em patamares abaixo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, o que, consequentemente, poderá levar à redução da carga tributária e à melhoria dos serviços prestados à população. Evidentemente, é um delírio, porque o setor público não gera qualquer valor. O texto também prega o estabelecimento de metas de bonificação para o serviço público e uma reforma da administração pública, com a adoção, por exemplo, da cultura da prestação de contas e a priorização de servidores de carreira em detrimento dos cargos de livre provimento. O programa diz que será implementado, por decreto, o programa A3P - Agenda Ambiental da Administração Pública, em todo o funcionalismo federal - hoje tal adoção é optativa e, segundo o texto, está enfraquecida. Cursos de educação ambiental de gestores públicos e compras de produtos ambientalmente corretos também estão previstos. Há ainda a defesa da construção de um "novo federalismo". Entre outras iniciativas, o texto prevê o aumento nos repasses da União para Estados e municípios a partir de transferências fundo a fundo (sem precisar quanto e como) e o aumento imediato do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), propondo que essa elevação esteja condicionada a investimentos em transporte coletivo e custeio do passe livre - uma das principais bandeiras do ex-candidato Eduardo Campos. Também sem detalhar, o texto propõe um "novo modelo profissional" de repartição de receitas tributárias a fim de dar maior autonomia aos entes federados. O programa de governo do PSB também se posiciona claramente sobre temas recorrentes nos debates eleitorais como união gay e a participação de movimentos populares. No capítulo 6 - Cidadania e Identidades, o programa diz apoiar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, "com vistas à aprovação dos projetos de lei e da emenda constitucional em tramitação, que garantem o direito ao casamento igualitário na Constituição e no Código Civil". O texto fez amplo preâmbulo a respeito da causa, afirmando que vivemos em uma sociedade sexista, heteronormativa e excludente em relação às diferenças, em que os direitos humanos e a dignidade das pessoas são constantemente violados e guiados. E diz que é preciso olhar com respeito as demandas de grupos minoritários e de grupos discriminados. "A população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) encontra-se no rol dos que carecem de políticas públicas específicas", diz o documento. O programa estabelece metas, como articular no Legislativo a votação do PLC 122/06, que equipara a discriminação baseada na orientação sexual e na identidade de gênero àquelas já previstas em lei para quem discrimina em razão de cor, etnia, nacionalidade e religião. Compromete-se ainda com a aprovação do Projeto de Lei da Identidade de Gênero Brasileira - conhecida como Lei João W. Nery -, que regulamenta o direito ao reconhecimento da identidade de gênero das "pessoas trans". Outra promessa é eliminar obstáculos à adoção de crianças por casais homoafetivos. O texto também prevê a manutenção dos programas de cotas para negros, mas com a ressalva de ser uma medida temporária, emergencial e reparatória da dívida histórica, com data prevista para terminar. Com relação ao aborto, a única menção é a proposta de "consolidar no Sistema Único de Saúde (SUS) os serviços de interrupção da gravidez conforme a legislação em vigor". O documento dedica grande espaço à defesa da participação de movimentos sociais e contra a criminalização dos mesmos. Segundo o texto, a idéia é possibilitar que movimentos populares ocupem espaços políticos, com definição de prazos para responder às reivindicações e problemas. Um dos pontos prevê a implantação de forma efetiva a Política Nacional de Participação Social, pelo aumento da participação da sociedade civil nos conselhos e instâncias de controle social do Estado. Prevê ainda combater a repressão e a criminalização de movimentos sociais e populares, pela implantação de uma Política Pública Participativa de Inteligência Cidadã, Segurança Popular e Defesa Social e estabelecer políticas de proteção aos direitos de manifestações pacíficas dos movimentos populares para evitar repressão e criminalização pelos órgãos do Estado, entre outros pontos.

HISTORIADOR CARLOS GUILHERME MOTA DEIXA A DIREÇÃO DA BIBLIOTECA BRASILIANA DEVIDO À CRISE FINANCEIRA NA USP

O historiador Carlos Guilherme Mota pediu demissão na sexta-feira, 29, do cargo de diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, que pertence à Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, o afastamento foi motivado pela crise da instituição, que tem professores e funcionários em greve há mais de três meses por reajuste salarial. Mota, docente emérito da instituição, assumiu a direção da Brasiliana em abril deste ano e será substituído pela professora Sandra Vasconcelos, integrante do comitê acadêmico da biblioteca, montado por ele. A unidade, inaugurada em março de 2013, reúne mais de 60 mil volumes, entre livros e documentos sobre o País, doados à USP oito anos antes pelo bibliófilo José Mindlin. Em sua carta de despedida, distribuída a colegas, Mota criticou a falta de condições causadas pela greve. Em um edifício com mais de 20 mil metros quadrados de área no Câmpus Butantã da USP, a biblioteca teve o funcionamento prejudicado desde maio, quando começou a greve. Mota reclama, por exemplo, que não consegue entrar em seu gabinete há mais de um mês, por causa da paralisação e dos piquetes. No texto, o ex-diretor critica severamente a postura radical dos movimentos sindicais e a inabilidade do atual reitor, Marco Antonio Zago, para articular esforços na solução da crise, além do rombo financeiro deixado por João Grandino Rodas, o último reitor. “E o governo do Estado está silente, como sempre”, completou. “É um ato de protesto”, esclareceu Mota. O historiador foi convidado para o cargo com a tarefa de consolidar as atividades da Brasiliana, fortalecer os laços com bibliotecas nacionais e estrangeiras e também resolver problemas da gestão anterior. Na avaliação de Mota, a “missão foi cumprida”. Para ele, a escassez de verbas na USP, que gasta mais do que recebe do Estado com salários desde 2013, também ameaça o avanço da biblioteca, apesar do apoio da reitoria à unidade.

SURTO DE EBOLA CHEGA AO SENEGAL

O Senegal se tornou o quinto país do oeste da África a ser vitimado pelo pior surto de Ebola da história na sexta-feira, e tumultos irromperam em áreas remotas do sudeste da vizinha Guiné, onde o nível de infecção está aumentando rapidamente. No sinal mais recente de que a epidemia do vírus, que já matou pelo menos 1.550 pessoas, está saindo de controle, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que os casos de Ebola aumentaram na semana passada no ritmo mais rápido desde seu surgimento em março na Guiné. A epidemia vem desafiando os esforços de contenção dos governos, o que levou os Médicos Sem Fronteiras, instituição que encabeça o combate à doença, a pedir que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) assuma o encargo de detê-la. Incluindo as mortes, mais de três mil pessoas foram infectadas na Guiné, Libéria e em Serra Leoa, e o surto também chegou à Nigéria, onde seis pessoas morreram. O primeiro caso do Senegal é um estudante da Guiné. A ministra senegalesa da Saúde, Awa Marie Coll Seck, relatou que o homem buscou tratamento em um hospital da capital, Dacar, na terça-feira, ocultando o fato de que teve contato próximo com vítimas em seu país. Exames no Instituto Pasteur de Dacar revelaram que ele tem a febre hemorrágica. Ele estava sob vigilância das autoridades de saúde da Guiné por causa de seu contato com vítimas do Ebola, mas fugiu para o Senegal, disse Seck. Moradores de Dacar reagiram com raiva e preocupação. “Quando você está doente, por que sai de seu país para exportar a doença para outro?”, indagou um radialista. Em uma tentativa de evitar a disseminação do vírus, na semana passada o Senegal proibiu vôos de e para três dos países afetados e fechou sua fronteira com a Guiné. O país, que é um epicentro de agências da ONU e entidades de assistência, também recusou a liberação de vôos de ajuda da ONU para nações contaminadas com o Ebola, o que as equipes humanitárias afirmam estar restringindo sua capacidade de reagir à epidemia. O diretor do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos alertou na sexta-feira para uma “catástrofe” se uma ação emergencial não for adotada de imediato para reverter a tendência de aumento de casos. “Há tempo de evitar uma catástrofe, mas só se ações imediatas e urgentes forem tomadas em todos os níveis”, afirmou Tom Frieden em Freetown, capital de Serra Leoa. Na quinta-feira a OMS declarou que o número real de casos de Ebola pode ser quatro vezes maior que o relatado, e que um total de 20 mil pessoas podem ser infectadas antes do fim do surto. O governo de Guiné afirma ter a epidemia sob controle, mas o número de casos disparou no sul, uma tendência que o governo atribui ao fato de as pessoas estarem cruzando as fronteiras com Libéria e Serra Leoa. A OMS disse que conta com 490 milhões de dólares para debelar o surto ao longo dos próximos nove meses, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) declarou que pode fornecer mais apoio aos países afetados.

CANDIDATURA DE MALUF DIVIDE A CORTE ELEITORAL EM SÃO PAULO

Com um empate de 3 votos a 3, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, interrompeu o julgamento da candidatura do ex-prefeito Paulo Maluf, que busca reeleger-se deputado federal. Três magistrados da corte votaram pelo indeferimento da candidatura de Maluf com base na Lei da Ficha Limpa. Outros três votaram à favor. O presidente do TRE, desembargador Antônio Carlos Mathias Coltro pediu vista para estudar o processo durante o fim de semana. Contra a candidatura de Maluf, o procurador Reginal Eleitoral, André de Carvalho Ramos, argumentou que o ex-prefeito foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado por ato de improbidade administrativa. Na época em que administrou São Paulo (1993 – 1996), Maluf autorizou a obra do Túnel Ayrton Senna, polêmico empreendimento na zona sul da capital. O Ministério Publico verificou que pelo menos R$ 4,9 milhões, teriam sido desviados por meio de pagamentos ilegais para um consorcio de empreiteiras. O ponto central da batalha de Maluf na Justiça Eleitoral está no fato de que a lei da ficha limpa prevê que o candidato se torna inelegível quando age com dolo, implicando em dano ao erário e enriquecimento ilícito. Os três magistrados do TRE que votaram à favor da candidatura de Maluf destacaram que no acórdão do tribunal de justiça não atribui dolo ao ex-prefeito, mas “culpa grave”.

DILMA DIZ QUE NÃO DEFENDER O PRÉ-SAL É "DESCONHECER A REALIDADE"

A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) rebateu a também candidata Marina Silva (PSB) na sexta-feira, em Salvador, ao falar sobre o incentivo à produção de petróleo no País. Na quinta-feira, em encontro com produtores de açúcar e etanol, no interior de São Paulo, Marina Silva havia tecido críticas à atuação do governo federal para o setor, dizendo que era "preciso corrigir políticas equivocadas que incentivaram o uso de combustíveis fósseis em vez dos renováveis no País". Dilma classificou as críticas de Marina Silva como "desconhecimento da realidade" e defendeu os investimentos realizados para extração de petróleo da camada pré-sal. "Quem acha que o pré-sal tem de ser reduzido não tem uma visão real do Brasil", disse a presidente. "Isso é um retrocesso e uma visão obscurantista. É um desconhecimento da realidade supor que haja, hoje, entre várias fontes de energia alternativa, alguma capaz de substituir o petróleo no campo da matriz de combustíveis, a que move o transporte. Nem o etanol, nem o biodiesel são alternativas concretas ao petróleo. Elas complementam, mas não substituem". A presidente comparou os dois biocombustíveis às matrizes alternativas de fornecimento de energia elétrica, como a eólica e a solar. "No Brasil, quem não investir em usinas hidrelétricas está alienando uma das fontes de competitividade do País, porque a alternativa à hidrelétrica não é a energia solar ou a eólica. Elas são complementares, se a opção do governo, como é o nosso caso, é pela produção de energia limpa. A alternativa à hidrelétrica é a energia de origem do petróleo, as usinas térmicas a gás e a carvão, ou, no pior dos casos, a óleo combustível". Dilma também defendeu os prometidos legados da exploração do petróleo da camada pré-sal: "Dependendo da política que você faça, é possível transformar uma riqueza finita em passaporte para o futuro", afirmou. "Nós aprovamos no Congresso que 75% dos royalties do pré-sal e 50% do fundo social do pré-sal seriam destinados à educação. Isso representa, em 35 anos, em torno de R$ 1,3 trilhão que serão destinados para a educação".

PROCURADORIA ELEITORAL ESTÁ INVESTIGANDO O USO DO JATINHO CESSNA POR EDUARDO CAMPOS

O procurador-geral eleitoral, Rodrigo Janot, instaurou na sexta-feira, 29, procedimento preparatório eleitoral para investigar a prestação de contas do PSB quanto à utilização da aeronave Cessna 560XL, que caiu no último dia 13 e levou à morte o então candidato Eduardo Campos e outros seis tripulantes. O objetivo do procedimento é verificar se o uso do avião respeitava a legislação eleitoral no que toca à prestação de contas parcial quanto à arrecadação e gastos envolvidos na campanha. O PSB terá de encaminhar à Procuradoria Geral Eleitoral os recibos eleitorais que comprovam a prestação de contas parcial, prevista em resolução do Tribunal Superior Eleitoral. O procurador-geral da República também cobra do PSB dados referentes à movimentação financeira feita para a utilização da aeronave durante a campanha presidencial. No procedimento, Janot determina ainda que sejam oficiados o Ministério da Justiça, com a solicitação de cópia do procedimento investigatório em curso na Polícia Federal. Da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o procurador geral solicita informações a respeito da propriedade da aeronave utilizada na campanha por Eduardo Campos e os registros de vôo realizados desde o último mês de maio. O prazo inicial de duração do procedimento é de 60 dias, permitidas prorrogações sucessivas, de acordo com a necessidade de dar continuidade à investigação iniciada.

PREFEITURA DE MARICÁ INTERROMPE OBRAS DO EMISSÁRIO DO COMPERJ, DA PETROBRAS

O prefeito de Maricá, Washington Quaquá, afirmou na sexta-feira que a prefeitura suspendeu as obras da Petrobras para a construção do emissário de efluentes do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) em Itaipuaçu, um dos distritos da cidade. Segundo o prefeito, havia um acordo de compensação ambiental com a petroleira para a construção do emissário, mas a Petrobras pediu para mudar o projeto. "O acordo era para fazer obras de pavimentação, infraestrutura e urbanização, mas agora eles querem aplicar esses recursos somente em uma rua em que passa o emissário", afirmou Quaquá. "Na primeira versão do acordo, a verba seria aplicada em locais definidos pela cidade, de acordo com as nossas prioridades", frisou o prefeito. Segundo ele, a verba compensatória seria 20 milhões de reais até 2016, sendo que metade do montante teria que ser embolsada neste ano e o restantes diluído ao longo dos anos. Uma primeira parcela, segundo o prefeito, deveria ter sido paga pela Petrobras há cerca de 10 dias.

PESQUISA METHODUS APONTA ANA AMÉLIA LEMOS COM 40,9%; TARSO COM 31,2%; SARTORI COM 5,8%; E VIEIRA DA CUNHA COM 4,7%

A pesquisa do Instituto Methodus foi encomendada pela Associação dos Diários do Interior, foi divulgada neste domingo e traz os seguintes resultados:
1º Turno
Ana Amélia Lemos, PP - 40,9%
Tarso Genro, PT – 31,2%
José Ivo Sartori, PMDB – 5,8%
Vieira da Cunha, PDT – 4,7%
Roberto Robaina, PSOL – 2%
Demais candidatos não alcançaram 1% cada um.
2º Turno
Ana Amélia – 52,6%
Tarso Genro – 36,9%
O Instituto Methodus entrevistou 1,5 mil eleitores no período de 18 de agosto até o dia 23. A pesquisa registrada no Tribunal Eleitoral sob o número RS-00011/24 foi às ruas nove dias após a morte do candidato Eduardo Campos. A margem de erro é de 2,5 pontos para mais ou para menos e o intervalo de confiança é de 95%. Por esses resultados, Ana Amélia Lemos está muito próximo de ganhar as eleições no Rio Grande do Sul ainda no primeiro turno.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

PESQUISA DATAFOLHA MOSTRA QUE MARINA SILVA JÁ EMPATOU COM A PETISTA DILMA, E VENCE DISPARADA NO SEGUNDO TURNO

A pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial, divulgada nesta sexta-feira (29), indica uma situação de empate entre a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, e a ex-senadora Marina Silva, candidata do PSB. Cada uma aparece com 34% das intenções de voto. A seguir, vem o senador Aécio Neves (PSDB), com 15%. Na pesquisa anterior do Datafolha, divulgada no último dia 18, Dilma tinha 36%, Marina, 21% e Aécio, 20%. Na simulação de segundo turno entre Dilma e Marina, a ex-senadora alcançou 50% contra 40% da presidente. Na pesquisa anterior, Marina tinha 47% e Dilma, 43%. No levantamento desta sexta-feira, o Pastor Everaldo (PSC) obteve 2%. Os outros sete candidatos somados têm 1%. Segundo o levantamento, os que disseram votar branco ou nulo são 7%, mesmo percentual dos que não sabem em quem votar. Veja os números do Datafolha para a pesquisa estimulada (em que uma cartela com a relação dos candidatos é apresentada ao entrevistado):
- Dilma Rousseff (PT): 34%
- Marina Silva (PSB): 34%
- Aécio Neves (PSDB): 15%
- Pastor Everaldo (PSC): 2%
- José Maria (PSTU): 0% *
- Eduardo Jorge (PV): 0% *
- Luciana Genro (PSOL): 0% *
- Rui Costa Pimenta (PCO): 0% *
- Eymael (PSDC): 0% *
- Levy Fidelix (PRTB): 0% *
- Mauro Iasi (PCB): 0% *
- Brancos/nulos/nenhum: 8%
- Não sabe: 9%
Os candidatos indicados com 0% são os que não atingiram 1% das intenções de voto; somados, os sete têm 1%. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "Folha de S.Paulo". O Datafolha fez 2.874 entrevistas em 178 municípios nestas quinta (28) e sexta-feiras (29). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00438/2014.
Espontânea
Na modalidade espontânea da pesquisa (em que o pesquisador somente pergunta ao entrevistado em quem ele pretende votar, sem apresentar a lista de candidatos), os resultados são os seguintes:
- Dilma Rousseff: 27%
- Marina Silva: 22%
- Aécio Neves: 10%
- Outras respostas: 3%
- Em branco/nulo/nenhum: 3%
- Não sabe: 32%
Segundo turno
Nas simulações de segundo turno, o Datafolha avaliou os seguintes cenários:
- Marina Silva: 50%
- Dilma Rousseff: 40%
- Brancos/nulos/nenhum: 7%
- Não sabe: 3%
- Dilma Roussef: 48%
- Aécio Neves: 40%
- Brancos/nulos/nenhum: 9%
- Não sabe: 4%
O Datafolha não realizou simulação de segundo turno entre Marina e Aécio.
Rejeição
A presidente Dilma tem a maior taxa de rejeição (percentual dos que disseram que não votam em um candidato de jeito nenhum). Nesse item da pesquisa, os entrevistados puderam escolher mais de um nome.
- Dilma Roussef: 35%
- Pastor Everaldo: 23%
- Aécio Neves: 22%
- Zé Maria: 18%
- Eymael: 17%
- Levy Fidelix: 17%
- Rui Costa Pimenta: 16%
- Luciana Genro: 15%
- Marina Silva: 15%
- Eduardo Jorge: 14%
- Mauro Iasi: 14%
Avaliação da presidente
A pesquisa mostra que a administração da presidente Dilma Rousseff tem a aprovação de 35% dos entrevistados – no levantamento anterior, eram 38%. O índice se refere aos entrevistados que classificaram o governo como "ótimo" ou "bom". Os que julgam o governo "ruim" ou "péssimo" eram eram 23% e agora são 26%, segundo o Datafolha. Para 39%, o governo é "regular" – 38% no levantamento anterior.
- Ótimo/bom: 35%
- Regular: 39%
- Ruim/péssimo: 26%
- Não sabe: 1%
A nota média atribuída pelos entrevistados ao governo foi 5,9 – na pesquisa anterior, foi 6,0.

SABESP TERÁ DE RETIRAR MENOS ÁGUA DO SISTEMA CANTAREIRA

Após cerca de 45 dias de impasse, os órgãos gestores do Sistema Cantareira chegaram a um acordo e decidiram reduzir em 13,2% o volume médio de água que pode ser retirado do manancial pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para abastecer a Grande São Paulo. A medida, porém, ocorrerá em duas etapas e a estatal paulista terá um mês para fazer a primeira redução. Desde o início de julho, a vazão liberada do Cantareira para a Sabesp é de 19.700 litros por segundo. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), do governo paulista, um acordo definiu que a partir do dia 30 de setembro a Sabesp poderá retirar do Cantareira 18.100 litros por segundo em média. A partir do dia 31 de outubro, o índice cai para 17.100 litros por segundo. Isso significa que, em novembro, a Sabesp terá disponível para captação praticamente metade (55%) do volume de água estabelecido na outorga de uso do manancial assinada em 2004, de 31.000 litros por segundo. Em janeiro deste ano, por exemplo, a concessionária retirou em média 29,9 mil litros por segundo, cerca de 10 mil litros a mais do que tem retirado neste mês de agosto: 19.300 litros por segundo. Apesar da redução, o nível do Cantareira só caiu neste período. Nesta sexta-feira, o manancial estava com 11,3% da capacidade, operando exclusivamente com água do chamado "volume morto", reserva profunda das represas. Desde o início da crise, a Sabesp deixou de abastecer cerca de 2,3 milhões de pessoas com água do Cantareira. Hoje, cerca de 6,5 milhões de pessoas ainda recebem em suas casas água do manancial em crise. A nova redução determinada pelos órgãos gestores até outubro, de 2,6 mil litros por segundo, é o suficiente para abastecer cerca de 500.000pessoas, mesmo contingente que a Sabesp pretende tirar da área de influência do Cantareira até o final deste ano. Para a região de Campinas, onde cerca de 5 milhões de pessoas recebem água do Cantareira, os órgãos gestores mantiveram a vazão de 3.000 litros por segundo, com possibilidade de aumentar para 4.000 caso haja necessidade.

PENTÁGONO DIZ QUE OPERAÇÕES NO IRAQUE CUSTAM U$ 7,5 MILHÕES POR DIA

As operações militares dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico no Iraque têm custado em média 7,5 milhões de dólares por dia desde que começaram em meados de junho, afirmou o Pentágono nesta sexta-feira, cifra que significa que o departamento já gastou mais de 500 milhões de dólares no conflito. O secretário de imprensa do Pentágono, contra-almirante John Kirby, disse à imprensa que os gastos das operações norte-americanas contra os militantes no território iraquiano variaram desde que as forças dos Estados Unidos se envolveram nos combates, em 16 de junho, mas que em média “está nos custando cerca de 7,5 milhões de dólares por dia”. “Como o ritmo de nossas operações e de nossas atividades se intensificou, os gastos também (aumentaram)”, declarou Kirby, destacando que os números se basearam em uma análise superficial dos custos entre 16 de junho e 26 de agosto. Ele não apresentou uma estimativa dos gastos totais do Pentágono até o momento, mas a soma da cifra diária em um período de 71 dias representaria aproximadamente 532 milhões de dólares. Em comparação, o Pentágono tem gastado cerca de 1,3 bilhão de dólares por semana no Afeganistão, dizem analistas.

MARINA SILVA DIZ QUE RESULTADO PIB É "LAMENTÁVEL"

A candidata presidencial do PSB, Marina Silva, classificou como "lamentável" o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta sexta-feira. Segundo o IBGE, o PIB recuou 0,6% no segundo trimestre e teve o resultado de janeiro a março revisado para queda de 0,2% - configurando, assim, uma recessão técnica. "É lamentável verificarmos que, por dois trimestres consecutivos, o Brasil está com um crescimento que, lamentavelmente, nos leva a uma situação de muita dificuldade" disse Marina Silva durante a apresentação de seu programa de governo em São Paulo. Apontada como favorita para vencer a presidente Dilma Rousseff no segundo turno das eleições de outubro, Marina Silva atribuiu os números negativos à maneira como a política macroeconômica tem sido conduzida. "Para ser próspero, é preciso investimentos corretos, manejo das macro e micropolíticas econômicas que nos assegure confiança para investimentos duradouros", comentou a candidata do PSB. Ela disse que o País atravessa um momento grave "em que há falta de confiança e de credibilidade". "Os investidores percebem nas propostas que temos apresentado a (nossa) credibilidade", destacou. Contudo, Marina Silva argumentou: "Nunca tive a filosofia do quanto pior, melhor". A candidata do PSB disse ainda que os seus coordenadores e as pessoas que a cercam na sua campanha farão parte de seu eventual governo, caso seja eleita neste pleito. Ela, no entanto, recusou-se a antecipar um nome para a pasta da Fazenda, como fez seu adversário tucano, o senador Aécio Neves, ao afirmar que seu eventual governo terá o ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga.

MARINA SILVA REBATE CRÍTICAS DE MICHEL TEMER DE QUE SERIA AUTORITÁRIA

A candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, rebateu nesta sexta-feira, 29, as críticas do vice-presidente, Michel Temer (PMDB), de que seria autoritária. "Não pode ser chamado de autoritário quem chama a sociedade para fazer o governo", disse, em referência à participação popular na formulação de seu programa de governo, apresentado nesta sexta-feira. Questionada como fará, caso eleita, para ter apoio do congresso, ela disse que não recorrerá ao hábito de fatiar ministérios. "Não queremos ir pelo caminho mais fácil, distribuindo cargos", disse. Marina Silva também rechaçou as críticas do tucano Aécio Neves e disse que pretende, sim, "conversar com Lula e FHC". "Vai ser mais fácil do que conectar com Sarney e Antônio Magalhães ou ficar refém do PMDB", disse. A candidata voltou a dizer que vai contar com pessoas honestas de todos os partidos. "Queremos unir o Brasil e aqueles comprometidos que não se furtaram a ajudar o País", afirmou. Marina Silva fez críticas ao PT e disse não imaginar como um partido com as raízes do PT pode terceirizar seu governo para aliados. "Não acho que a base de sustentação de um governo tem de concordar com tudo. Sou contra o aderir por aderir", disse, destacando que há opiniões distintas em qualquer base de governo que precisam ser debatidas.

TRE INDEFERE REGISTRO DA CANDIDATURA DO COMUNISTA NETINHO DE PAULA

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo indeferiu registro da candidatura de Netinho de Paula (PCdoB) a deputado federal por falta de provas de desimcompatibilização. Para disputar a eleição, a Justiça determina que servidores públicos se licenciem de seus cargos. Antes de confirmar sua candidatura, Netinho era secretário de Promoção da Igualdade Racial do prefeito Fernando Haddad (PT). "O candidato declarou que ocupa cargo ou função na administração pública, mas não trouxe prova de desimcompatibilização de cargo ou função pública. Diante do exposto, indefiro o pedido de registro de candidatura de José de Paula Neto ao cargo de deputado federal", escreveu a relatora da decisão, a juíza Diva Malerbi.

TELECOM ITÁLIA ENFRENTA DILEMA APÓS PERDER DISPUTA PELA GVT

A Telecom Italia perdeu um caminho promissor para o crescimento de seu lucro ao não garantir a compra da operadora de banda larga brasileira GVT, e pode agora ser alvo de aquisição em uma indústria que se consolida rapidamente. Ter vencido a disputa pela GVT, da companhia de mídia francesa Vivendi, era vital tanto para a Telecom Italia como para sua rival, a espanhola Telefónica, enquanto os mercados europeus encolhem. A Itália enfrentou uma guerra de preços no mercado móvel no ano passado, as receitas estão caindo e a competição se mantém forte. A Telecom Italia perdeu a disputa para a Telefónica, já que não pôde superar a oferta de 7,45 bilhões de euros pela GVT. A Telecom Italia tem dívidas de 32 bilhões de euros (42 bilhões de dólares), de acordo com a agência de classificação de risco Moody's, e perdeu sua nota de grau de investimento no ano passado. A compra da GVT poderia solucionar a maior fragilidade da TIM no Brasil, o fato de não ter redes de banda larga fixa. A Telecom Italia poderá considerar agora deixar o País, que representa um terço de sua receita, o que lhe permitirá pagar alguma parte de sua dívida, mas a deixaria ainda mais dependente de um mercado doméstico fraco. Sete fontes do setor bancário e investidores apontam a Telecom Italia como uma empresa sem direção clara que poderá ter dificuldades para levantar recursos de acionistas para financiar importantes melhoras de sua rede. O presidente-executivo Marco Patuano "está humilhado", disse um banqueiro sediado em Milão: "Ele vendeu de forma agressiva (o acordo da GVT) como a resposta para os críticos da Telecom Italia e agora precisa voltar à comunidade financeira para dizer quais são os próximos passos. Não haverá um aumento de capital simplesmente porque vai levar tempo para que a companhia se recupere desse revés e crie uma nova estratégia - você não pode pedir mais ações sem um plano estratégico claro". A base de acionistas da Telecom Italia adiciona mais confusão à situação. A Telefónica é agora seu maior acionista indireto, com 14,8% de participação, mas venderá parte de sua fatia à Vivendi como forma de pagamento pela GVT. Instituições financeiras italianas também querem sair do que tem sido um investimento não rentável desde 2007. A Vivendi deverá aceitar uma fatia de 5,7% da Telefónica na Telecom Italia, ou uma participação de 8,3% com direito a voto. Analistas especulam se a Vivendi também poderia mais tarde comprar a participação dos demais investidores italianos. Alguns dizem que o dilema de Patuano faz da Telecom Italia um potencial alvo de compra para operadoras como Deutsche Telekom ou Vodafone. A estratégia de Patuano revelada no ano passado traçou a venda de ativos na Argentina e em outros locais para ajudar a financiar investimentos em redes na Itália com o objetivo de impulsionar a velocidade da banda larga e lançar a tecnologia 4G. Ele reafirmou que a TIM continua um ativo-chave para o futuro do grupo.

DRONE MILITAR PODE TER COLIDIDO COM O JATINHO DE EDUARDO CAMPOS E PROVOCADO O DESASTRE

Um drone da Aeronáutica pode ter colidido com o avião Cessna Citation que levava Eduardo Campos, causando o acidente que matou o ex-governador de Pernambuco  e mais seis pessoas no dia 13 de agosto, em Santos, no litoral de São Paulo. Em entrevista à Rádio Bandeirantes SP, o advogado Antônio Campos, irmão do político, revelou que o inquérito civil aberto na data da queda do jato aponta a possibilidade de um Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado) da Aeronáutica ter colidido com a aeronave. A informação está em um ofício enviado ao comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Juniti Saito. O documento, assinado pelo procurador federal Thiago Lacerda Nobre, aponta indícios como fotos do local do acidente, onde aparecem “rodas” semelhantes às que existem nos “Vants” modelo “Acauã”. O texto questiona o comandante Juniti Saito sobre quantos equipamentos desses existem nos quadros da Força Aérea, se todos estão em operação e se algum estaria desaparecido desde a data da queda do avião. A hipótese de um drone ter causado o acidente já havia sido levantada logo após a tragédia. Dois dias antes da queda, perto da base aérea onde o jatinho deveria pousar, uma área especialmente delimitada para vôos de aeronaves não tripuladas havia sido delimitada para um evento. A atividade dos Vants na área também foi avisada pela FAB (Força Aérea Brasileira) na mesma data.

JUSTIÇA NEGA PEDIDO DE PRISÃO PARA LÍDER DA MÁFIA DO ISS EM SÃO PAULO

A juíza Luciene Jabur Mouchaloite Figueredo, da 21ª Vara Criminal da capital paulista, negou na tarde desta sexta-feira (29), pedido de prisão preventiva para o líder da Máfia do Imposto Sobre Serviço, Ronilson Bezerra Rodrigues, denunciado à Justiça por formação de quadrilha/associação criminosa, lavagem de dinheiro e concussão (quando o servidor público exige vantagens para exercer sua função). Segundo sentença da juíza, a prisão não era necessária porque, nove meses depois de ter sido solto, Rodrigues não conseguiu impedir que a denúncia contra a máfia fosse apresentada. "Ademais, os crimes em questão não foram praticados mediante grave ameaça ou violência à pessoa e não há demonstração concreta que Ronilson esteja atrapalhando ou inviabilizando a obtenção de provas ou mesmo expondo a perigo a integridade física de testemunhas", escreveu a juíza, em sua sentença. Luciene também deu prazo de 15 dias para que Ronilson apresente sua defesa antes de decidir se aceita ou não a denúncia apresentada contra ele pelo Ministério Público Estadual. Esse procedimento é comum quando o acusado é servidor público. Ele foi subsecretário da Receita Municipal durante a gestão Gilberto Kassab (PSD). Ronilson foi demitido da prefeitura, entretanto ele recorre da demissão. "Existe pendência comprovada de recurso administrativo contra o ato de demissão, conforme petição da defesa", argumentou a juíza. Entretanto, o ex-subsecretário terá de deixar seu passaporte com a Justiça. A primeira denúncia da Máfia do ISS envolvia 10 acusados, além de Ronilson. A juíza Luciana aceitou a denúncia contra todos eles, exceto o fiscal Amílcar José Cansado Lemos, que também terá prazo para apresentar defesa prévia antes de saber se será ou não indiciado. Amílcar, sua mulher e sua filha também tiveram de entregar o passaporte.