segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Apagão mostra "vulnerabilidade do sistema" com alto consumo, diz Pinguelli

O ex-presidente da Eletrobras no governo do alcaguete Lula X9 (ele delatava companheiros para o Dops paulista durante a ditadura militar, conforme Romeu Tuma Jr, em seu livro "Assassinato de reputações") e diretor da Coppe (Coordenação de Pós-Graduação em Engenharia da UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa, disse que apagão da tarde desta segunda-feira revela "a vulnerabilidade do sistema" em um momento de alto consumo e baixo nível dos reservatórios da região Sudeste e Centro-Oeste especialmente. Para o especialista, a falha na transmissão de energia do Norte para o Sudeste – ainda não detalhada em qual ponto nem por qual motivo - ocorreu porque o sistema "está muito perto do seu limite" em razão do elevado consumo de energia neste verão de elevadas temperaturas. Com o problema na transmissão e o consumo recorde, diz, foram desligadas várias usinas, em um "efeito dominó, que não deveria acontecer". A ação "imediata" do governo, afirma, deveria ser lançar um "grande programa de conservação de energia", com desconto na conta de luz para quem economizar, como faz desde o ano passado o Estado de São Paulo no caso da água, ou penalidade, como ocorreu no racionamento de 2001: "Essa providência já tinha de ter sido tomada no começo do ano passado, mas não aconteceu por uma questão política". Segundo Pinguelli, é necessária ainda uma campanha para uso de equipamentos e lâmpadas mais eficientes: "Por uma questão política o governo não quer chamar de racionamento, mas há a urgência de lançar programas de conservação de energia para atravessarmos o verão. É melhor racionar o uso agora do que enfrentar cortes maiores no futuro". Com o baixo nível dos reservatórios e sem chuvas em quantidade suficiente, diz, o ano de 2015 "será pior do que o ano passado e com mais risco" de apagões, se nada for feito. Para Nivalde de Castro, da UFRJ, o problema também ocorreu no sistema de transmissão, mas o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) "agiu rápido" e conseguiu evitar que o problema se espalhasse e derrubasse muitas usinas. A única de grande porte a cair foi a nuclear de Angra 1. Segundo o especialista, o ONS conseguiu fazer "um corte seletivo, evitar a queda de mais usinas e restabelecer" o suprimento de energia "em menos de uma hora". Ele comparou com outros apagões com corte maior na carga de energia transmitida às distribuidoras e mais demorados para a energia voltar.

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