quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Banco Central eleva taxa básica de juros para 12,25% ao ano

Em linha com o esperado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou em 0,50 ponto porcentual (p.p.) a taxa básica de juros (Selic), para 12,25% ao ano, o maior patamar em três anos e meio. A decisão foi unânime. O próximo encontro será no fim de março. Em comunicado divulgado, a entidade monetária eliminou a palavra “parcimônia” ao comentar o novo ajuste.  O Banco Central iniciou a trajetória de alta em abril do ano passado, quando a taxa de juros passou de 7,25% (mínima histórica) para 7,5%. No governo de Dilma Rousseff, que assumiu a presidência com a Selic a 10,75%, a maior taxa, de 12,5%, ocorreu em julho de 2011. O aumento dos juros, o terceiro seguido, é uma reação à aceleração da inflação. Em 2014, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano em 6,41%, muito perto do teto da meta estabelecida pelo governo, de 6,5%. O índice ficou bem distante do centro da meta, de 4,5%. Este ano o cenário promete ser ainda mais desafiador, devido ao aumento de impostos, especialmente de combustíveis e operações de crédito, anunciado pelo governo na última segunda-feira. Após os ajustes, alguns analistas já consideram que a inflação em 2015 deve ultrapassar os 7%. O economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves, já elevou em 0,5 p.p., a 7,3%, a estimativa de alta para o IPCA deste ano. Já o o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, espera que o IPCA avance 7,1% neste ano. A última vez que a inflação oficial do País ficou acima de 7% foi em 2004, quando o IPCA subiu 7,60%. Esta semana, o governo anunciou um pacote de medidas fiscais que inclui a retomada da cobrança da Cide, o imposto sobre combustíveis; a elevação de 9,25% para 11,75% da alíquota do PIS/Cofins para produtos importados; a equiparação do atacadista ao industrial para a cobrança de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre setor de cosméticos e o aumento da faixa para operações de crédito (IOF) de 1,5% para 3%. A intenção é provocar uma economia de 20,36 bilhões de reais aos cofres públicos.

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