terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Eduardo Cunha afirma que Polícia Federal forjou gravação contra ele


Na reta final da disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, o candidato pelo PMDB, Eduardo Cunha (RJ), protocolou nesta terça-feira no Ministério da Justiça um pedido de investigação sobre uma gravação na qual seu nome é citado em suposta negociata de dinheiro. Em um diálogo teatral de pouco mais de três minutos, um homem se diz prejudicado e afirma que os amigos de Eduardo Cunha “estão sendo esquecidos”. O diálogo, em flagrante tom roteirizado, foi repassado à imprensa pelo próprio candidato à presidência da Câmara, segundo ele, para se “antecipar a uma nova tentativa de alopragem”. Eduardo Cunha disse ter recebido a gravação em seu escritório no Rio de Janeiro, no sábado, pelas mãos de um suposto policial federal. O agente teria dito que o diálogo seria inserido em um inquérito e que quem estaria orquestrando a ação fazia parte da cúpula da Polícia Federal. Em documento encaminhado ao Ministério da Justiça, o peemedebista diz que se trata “de uma grosseira falsificação, quase teatral, de diálogo simulado que visa única e exclusivamente criar constrangimento à minha candidatura à Câmara dos Deputados”. Eduardo Cunha pede a adoção de “urgentes providências, determinando-se, de imediato, a instauração do competente inquérito pela Polícia Federal”. Em nota divulgada às 14h43, o Ministério da Justiça disse ter recebido o áudio de Eduardo Cunha e encaminhado o caso para apuração da Polícia Federal. Eduardo Cunha pode ser alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal no âmbito das investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal. De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo divulgada no início do mês, o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como "Careca", citou o nome do líder peemedebista como suposto beneficiário do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. De acordo com Eduardo Cunha, um dos homens que aparece na conversa seria alguém tentando se passar pelo policial federal. Ele nega as acusações de integrar o esquema de corrupção e, à época, se disse ser vítima de uma "alopragem". Mesmo sendo líder do PMDB, o principal partido aliado ao Palácio do Planalto, Eduardo Cunha é tratado como um candidato de oposição pelo histórico de dores de cabeça causadas ao governo no Congresso: ele já impôs uma série de derrotas ao Palácio do Planalto e costuma fazer exigências, como a negociação de ministérios, para permitir a aprovação de matérias de interesse. Com o petista Arlindo Chinaglia (SP) como rival na disputa, a relação de Eduardo Cunha com o governo tornou-se ainda mais esgarçada. De acordo com Cunha, o Planalto estaria interferindo nas eleições ao oferecer cargos aos parlamentares que votarem em Chinaglia. O pleito será realizado no dia 1º de fevereiro.

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