quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Fluxo cambial tem saldo negativo de US$ 9,28 bilhões em 2014


A saída de dólares do País superou a entrada em 9,28 bilhões de dólares em 2014, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira, pelo Banco Central (BC). Mesmo com a piora vista no final do ano, o resultado é melhor do que em 2013, quando o saldo ficou negativo em 12,26 bilhões de dólares. Em 2013, foi a primeira vez que o fluxo cambial do Brasil ficou negativo desde a crise financeira internacional de 2008. No encerramento de 2012, o saldo ficou positivo em 16,7 bilhões de dólares. Em 2011, a quantia de 65,3 bilhões de dólares tinha sido a melhor desde 2007 e, em 2010, o resultado havia sido de 24,3 bilhões de dólares. Em 2009, o saldo voltou a ser positivo (28,7 bilhões de dólares), depois de registrar saídas de 983 milhões de dólares em 2008. O saldo de 2014 foi composto por saídas líquidas do setor financeiro - que incluem investimentos estrangeiros diretos e em carteira - no valor de 13,42 bilhões de dólares e de ingressos líquidos de 4,13 bilhões de dólares do segmento comercial. O resultado do ano reflete as dificuldades que vêm sendo sentidas no mercado de câmbio, em meio a quadros global e doméstico desafiadores. O dólar avançou ante o real pelo quarto ano seguido em 2014, saltando quase 13%, e operadores afirmam que a perspectiva é que a divisa deve continuar subindo neste ano, mesmo com menor intensidade. Em 2015, o cenário é visto com cautela. "Devemos ver uma melhora (no fluxo) no ano que vem, mas o espaço é bem limitado", afirmou o diretor de gestão de recursos da corretora Ativa, Arnaldo Curvello. Ele acrescenta que a recuperação econômica no Brasil deve ser lenta e que o cenário externo deve sofrer turbulências com a iminente alta de juros nos Estados Unidos.  O fluxo cambial brasileiro se aprofundou ainda mais no terreno negativo no fechamento de dezembro, ao encerrar o mês com saídas líquidas de 14,05 bilhões de reais, pior resultado para o último mês do ano desde o início da série histórica, em 1982. Também é o pior resultado mensal desde setembro de 1998, quando o rombo foi de 18,91 bilhões de dólares. É comum nos finais de ano haver uma ampliação de envios de lucros e dividendos de empresas instaladas no Brasil para suas matrizes no exterior. Por isso o Banco Central forneceu leilões de linha (operações de venda com compromisso de recompra) ao longo do mês passado. Dentro do programa de leilões de swap cambial em 2015, confirmado até pelo menos o dia 31 de março, não há previsão de operações de linha dentro de uma rotina preestabelecida. O Banco Central se comprometeu, no entanto, a atuar sempre que considerar necessário.

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